Esta é a minha milésima postagem do blog ÊHMB De
Olho Na TV! Nunca passou pela minha cabeça que durante esses três anos atuando
como blogueiro, pudesse alcançar esta marca tão significativa com a publicação
de programações antigas da TV brasileira sempre de acordo com a data do momento
(como uma efeméride) além da boa aceitação do público nesta minha empreitada,
por isso muito obrigado aos que acompanham, visualizam e compartilham meus
conteúdos. Poderia fazer um post comemorativo ou coisa parecida, mas meu estado
de espírito não me permite. O ano está acabando e mais uma vez, como reza uma
velha tradição, é hora de fazermos um balanço do que marcou e o que mais se
destacou nestes últimos 12 meses. Mas, confesso, estou começando a desistir de
um monte de coisas pelos quais crio uma certa expectativa (vocês estão de
prova), mas fico desiludido por mais que eu gaste letra por letra neste blog
pedindo por uma "oportunidade" de sugerir novas ideias sempre
pensando no bem das premiações anuais da TV brasileira se preparando para o
amanhã, pois, infelizmente, a acomodação e a falta de "reinvenção"
levam esses prêmios ao inevitável desgaste.
Um dos motivos que me causam raiva, angústia, frustração e
fazer até eu pensar em tirar a minha própria vida, além de sonhar em um dia
poder trabalhar com algo relacionado a televisão (nem que seja um home-office
freelancer por 100 dias) é este: a maneira que as premiações anuais aos
melhores (ou destaques) da TV brasileira continuam sendo tratadas anos após
ano. O Troféu Domingão do Faustão é acusada de ser uma "festa da
firma" exclusiva do Grupo Globo (seja Rede Globo ou a gravadora Somlivre) ou uma "casa de massagem de ego para fã-clubes", o Prêmio
APCA ganhou uma nuance de politização como se representasse uma bandeira de
resistência da esquerda unida brasileira e o Troféu Internet/Imprensa ainda é
aplaudido e aclamado pela mídia podre pelo fato de ser promovido por Silvio
Santos como a melhor coisa de todos os tempos, tal qual a glorificação perpétua
ao dito cujo, e o resto que se foda.
Resumindo: TUDO ESTÁ ERRADO! O erro não está apenas
no evento de entrega dos prêmios, quando todos querem ver os artistas com
aquelas roupas de gala, aquele desfile de elegância, cujos manequins são usados
exclusivamente para tal ocasião, a renovação precisa começar na organização, no
acolhimento dos votos, seja dos especialistas ou pela internet, este último eu não
recomendo de jeito nenhum. Isso revela um grande duelo entre fã-clubes de um
mesmo segmento, o que nos remete (outra vez explico porque ninguém entendeu da
outra vez) aos tempos de ouro do rádio brasileiro nos anos 40, em que as
escolhas das Rainhas do Rádio eram levadas à sério pelos fã-clubes e pelas
organizadoras da época, mas sempre rolavam fraudes ou pra satisfazer interesses
dos donos de conglomerados ou essa disputa inútil de fã-clubes.
Para um artista, o fã-clube é sempre bom, serve de acolhimento popular e estímulo a seu ofício, mas existem consequências quando um "elemento
neutro" faz amizade com um integrante dessas "torcidas
disfarçadas". No YouTube por exemplo, esses vermes parasitas (os falsos
YouTubers que Twittizam o maior portal de vídeos do mundo) só se interessam
pelo assunto Memória da TV Brasileira por causa de um único artista, programa
ou emissora. O mesmo seja dito com o surgimento dessas enquetes anuais que
"apontam" os tais destaques, em que os fã-clubes se mobilizam exageradamente. Só que (de novo, repetindo para vocês)
nem sempre os "melhores" foram os que se destacaram verdadeiramente
no ano e nem sempre os que mais se destacaram podem ser considerados os
"melhores" do ano. Falta seriedade, coerência, reciclagem e novas fórmulas e formatos para os
que promovem essas premiações e/ou enquetes.
Por outro lado, há também o interesse malfadado dos
grupos de comunicação, sobretudo as emissoras de televisão. Um
retrocesso descarado que nos remete aos anos 50 em que o finado Troféu Roquette
Pinto só premiava fulano se fosse empregado das chamadas "Emissoras
Unidas", lideradas pela TV Record dos bons tempos. O Troféu Tupiniquim era
exclusivo aos artistas contratados dos Diários Associados (leia-se TV Tupi) que mais se destacavam no ano e ainda tinha um prêmio organizado pela Revista Sete Dias na
TV, cuja alta-cúpula tinha ligações com o Grupo Simonsen, que fundou a TV
Excelsior. Na prática, se via mesmo Emissoras Desunidas e até hoje
é assim, cada um com seus próprios interesses visando prejudicar seu
concorrente, por mais coirmão que seja e que não lhe cause mal ou ameaça
ibopística de praxe. É lógico que nos anos 60 surgiu o Troféu Imprensa na
tentativa de um grupo de críticos segmentados escolhesse da melhor forma
possível os verdadeiros melhores da televisão, independentemente do prefixo de
TV. Mas caiu nessa maldição anos depois só porque em 1969 resolveu entregar os
prêmios num programa de grande audiência da época e isso massageou o ego de um
certo mestre-de-cerimônias que obteve o direito de organização do prêmio (e ainda
hoje o têm) fazendo-o de forma errada, feito um programa de calouros para
efeitos ibopísticos e usando o critério de preferência pessoal durante as
votações (ainda mais quando o SBT usa suas concorrentes como uma maneira encontrada para se autopromover), fazendo com que seu fã-clube disfarçado, isto é, seus produtores e
funcionários levassem ao pé da letra o termo "imprensa".
Vem a internet a partir dos anos 2000 e começam a
se forjar os fã-clubes virtuais nos grupos de bate-papo (o avô das redes
sociais). Acreditando que com isso dinamizaria a somatória dos votos, as
premiações se aproveitaram disso, mas (repito novamente) nem sempre a opinião
do público internauta é a mesma da mídia especializada, sejam ácidos críticos ou
meros colunistas. É um círculo vicioso que perdura até hoje o fato de você
poder votar mais de uma vez num único indicado numa única categoria, expondo
erros e defeitos de organização, e a impressão que fica é que o caso não tem
remédio, por mais que uma boa conversa pudesse ajudar na tentativa de uma
conciliação e correção. Um voto por vez por pessoa em cada "plataforma de
votação" (internet, aplicativo de celular ou o bom e velho telefone)
poderia acabar com as fraudes, tal qual a diminuição da grande quantidade de indicados fazendo o eleitor menos letrado e sem discernimento
entrar em parafuso e não conseguir separar o joio do trigo. Até mesmo enquetes
secundárias de grandes portais brasileiros entram nessa onda. E como diz um
antigo slogan Global: essa onda pega!
Falei do direito ao voto. Agora, o evento
propriamente dito em que todo mundo tem suas manias se voltando para si
próprio, como se a vaidade humana fosse uma "virtude", não pensando
em quem assiste e recebe as imagens (e mensagens dos que participam). Fausto
Silva continua radiofônico demais para um evento 100% televisivo e a Globo se
escora no estilo ultrapassado dele de fazedor de média com o cast Global como
uma superstição ibopística, dando a impressão de que (em 30 anos de Domingão) a
emissora-líder force a barra para que ele "morra no palco" um dia em
troca de aumentos no salário para não deixá-lo sair, mas sem a superestima que
teve um Chacrinha ou uma Hebe Camargo, por exemplo. Já Silvio Santos, endeusado
como sempre, gosta muito de expor e ouvir pessoalmente as bajulações baratas de
seus jurados prediletos que (mesmo atuando em emissoras pequenas) sempre
estarão a favor dele no absurdo de proteger sua imagem de mito (e da emissora dele, por tabela) até no inferno se preciso for (e até pedem emprego em rede
nacional em troca de um grande salário), como se tudo que o SBT divulgasse e
possuísse em seus quadros durante o ano que passou fosse mil vezes melhor que a
Globo, esta sempre relegada a insignificância assim como as outras
concorrentes, criando assim uma falsa ilusão de que sua rede de TV, possuidora
dos "maiores ídolos do Brasil", ainda incomoda a líder nos índices de
audiência. E continuam com essa mania de suspense em não divulgar os indicados do júri com
antecedência e o medo de que os convidados sejam "pressionados" pela classe
artística por isso, não estamos mais nos anos 70 e 80! E ainda dizem que o Abravanel não
gosta de puxa-saco, É MENTIRA! Isso se chama autoafirmação e isso não é legal.
Uma vez Chacrinha (ele mesmo) fez a seguinte observação sobre o aclamado
"Oscar da TV brasileira" (qual deles? do Faustão ou do Silvio?) em sua coluna no extinto O Jornal em 1974:
"Tem ou não tem confiança no que está fazendo? Vou morrer
protestando!" Faço dele as minhas palavras, sem ser grosseiro ou
dramático.
O Prêmio APCA poderia ser visto como uma salvação
aos prêmios mais divulgados ao grande público, porém ultimamente expôs uma
deficiência: mesmo a forma de votação sendo bem organizada até certo ponto,
pode ser que hajam pressões internas de ordem ideológica. Na última vez que
acompanhei a entrega do prêmio em 2017 no Teatro Municipal de São Paulo, isso ficou visível,
a militância da esquerda unida brasileira estragou aquela noite de gala com a
Lei do Fomento, a participação de um exilado político do Oriente Médio, a
classe LGBT como sendo a única "diversidade" existente no mundo e até a
premiação ao futuro candidato derrotado à Presidência da República por abrir a Avenida
Paulista para permitir manifestações pró-lulopetismo todo santo domingo. Na história
de nosso país, lá pelos anos 60, quando partidos comunistas entraram para
clandestinidade, esses militantes se infiltraram tanto no jornalismo quanto na
criação artística (cinema, teatro e um pouco de TV) como uma forma de "ganha
pão", dando uma interpretação própria aos fatos do cotidiano sob pretexto de engajamento sócio-político-ideológico e eram sempre vítimas da censura. Graças a eles, a versão goleou o fato por 7x1 (e
até hoje continua assim). Se fosse melhor explorada as qualidades artísticas do
que levantar bandeiras ideológicas, mesmo que de forma subliminar, a APCA e sua
premiação tende a resgatar sua importância. Posso sugerir um evento à parte da
associação exclusivamente aos melhores da televisão (pois é o único segmento
pelo que eu saiba no qual são divulgados seus indicados) transmitido ao vivo
pela internet (YouTube e Facebook), permitindo assim a entrada de críticos de
outros estados brasileiros, não só de São Paulo. Seria um grande salto!
Entretanto, a acomodação é geral. A televisão vem se escorando nos vícios e manias das comunidades sociais e vem perdendo seu poder de criar e imprimir um estilo próprio. Por essas e outras digo que o ano de 2018 não foi o ano da televisão, tampouco foi o que podemos dizer "um bom ano". Autopromoção, desunião de redes coirmãs, fortalecimento de uma mídia podre mascarada, duvidosas tendências de ordem mercadológica e o mimo aos fã-clubes virtuais são os grandes causadores desse desgaste e escassez de seriedade que as premiações anuais aos melhores destaques da TV brasileira vêm sofrendo. Dessa forma, nossas "premiações" jamais chegarão a ser esse Emmy todo (que é indiscutivelmente o Oscar da TV mundial). Sem querer me gabar, pelo menos pra tentar mudar esse cenário caótico, basta só me darem uma chance, só uma chance. Para prestar contas aos críticos e odiosos de plantão, estou começando a fazer terapia e procurando viver um dia de cada vez na condição de autista auto-funcional (ou Asper, para simplificar). Não sei se serei ouvido até porque você precisa ser muito puxa-saco ou membro da família dos proprietários para entrar nesse "tele-mundinho". Será que dá pra gente mudar?
Quem quiser conhecer melhor minhas ideias para uma premiação neutra e independente aos melhores de verdade da TV brasileira, clique neste link mesmo sendo uma postagem de janeiro de 2017 (é só pular a parte sobre o Troféu Internet/Imprensa). E não deixem de acessar a revista virtual Tudo Isso é TV, do meu amigo blogueiro Césio Guaudereto, no qual o resumo deste texto de opinião está lá publicado na edição de nº 40. Antes que eu me esqueça, aqueles que gostariam de opinar ou acrescentar uma informação à respeito do assunto que acabei de abordar (e que não cabe na caixa de comentários abaixo), mande um e-mail para ehmb1986@gmail.com.
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Quem quiser conhecer melhor minhas ideias para uma premiação neutra e independente aos melhores de verdade da TV brasileira, clique neste link mesmo sendo uma postagem de janeiro de 2017 (é só pular a parte sobre o Troféu Internet/Imprensa). E não deixem de acessar a revista virtual Tudo Isso é TV, do meu amigo blogueiro Césio Guaudereto, no qual o resumo deste texto de opinião está lá publicado na edição de nº 40. Antes que eu me esqueça, aqueles que gostariam de opinar ou acrescentar uma informação à respeito do assunto que acabei de abordar (e que não cabe na caixa de comentários abaixo), mande um e-mail para ehmb1986@gmail.com.