HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

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segunda-feira, 6 de maio de 2019

OPINIÃO: Preciso Falar Sério (De Novo) Sobre Silvio Santos


Nos últimos quatro anos e meio, minha opinião à respeito deste notável empresário, apresentador e tido como um verdadeiro "sinônimo da TV" era sempre em tom de ódio e de forma bem desequilibrada e isso acabou culminando a revolta de muitos vocês das redes sociais contra mim.

Agora, venho notando nos comentários publicados nos vídeos do Qual é a Música no meu canal no YouTube a preocupação e o "abrir de olhos" do público quanto ao comportamento atual de Silvio Santos durante seu programa de domingo. Um deles faço questão de reproduzir a vocês: A idade não fez bem para ele.

Pois bem, como hoje excepcionalmente não teremos programação antiga, aproveito a oportunidade e vou procurar refletir o sentimento de frustração de muita gente que acompanha os programas dele na esperança de que "tudo possa melhorar no programa seguinte" e que há muitos anos mantêm um elo de fidelidade, sob alegação de que "programa de auditório é melhor do que novela", mas quebram a cara a toa.

O X da questão é este: se por um lado ele demonstra paixão pelo que faz, algo natural em um ser humano qualquer, por outro lado parece relutante em admitir a decadência do já ultrapassado estilo televisivo de "animar auditório", bem como seu impossível final de carreira.

A falta de atualização com o momento atual (nada bom) da TV aberta brasileira o levou, do alto de seus quase 90 anos, dotado de uma dose generosa de presunção, transparecer uma centelha de inveja, sua ingratidão pela vida, sua eterna insatisfação pelas coisas e, principalmente, seu ciúme do sucesso, ou seja, ninguém no mundo deve chamar mais atenção do que ele. Irritante, não acham?

Isso pode explicar essa crise de prestígio que vêm sofrendo da classe artística. É só lembrar os episódios com a Cláudia Leitte, com a Xuxa Meneghel, com as próprias filhas, aquelas conversas de "multa", "parceria eterna" e "traição" com artistas da concorrência e outros constrangimentos lascivos com pessoas comuns e até com seus próprios contratados com a intensão descarada de chamar mais atenção da mídia que um popstar estrangeiro.

Como ele viaja muito para os Estados Unidos, tem a mania de trazer para o Brasil todas as "ideias mirabolantes" da televisão de lá, como por exemplo as piadas de sexo que os apresentadores norte-americanos fazem de forma costumeira. Nesse ponto, o nosso país é super-conservador.

E ainda conta com um "fã-clube" insuportavelmente militante que sempre estará a seu favor e estão espalhados por aí. Podem ser seguidores de comunidades sociais da internet ou até mesmo a própria imprensa segmentada (e um tanto mascarada, vide esse Troféu Imprensa). Mas noto que algumas delas estão reconsiderando essa paixão cega por Silvio Santos.

Essa idolatria exagerada (e o zelo) em torno da sua imagem de mito comprova o despreparo total do SBT em se preparar para o futuro. E eu me pergunto: a Família Abravanel está mesmo pronta em tocar o SBT quando Silvio Santos nos deixar? E se o Silvio Santos morrer, o SBT sairá do ar em curto prazo? O Ratinho deixará de ser "sócio" para se tornar "proprietário"? Desencadeando assim um conflito judicial contra as herdeiras do "animador de auditório" pelo controle da emissora?

E que lembranças teremos de Silvio Santos quando ele partir? Lembraremos dele com enorme ressentimento por causa dessas recentes e antológicas "saias justas"? Essa incerteza é um risco real.

Minha opinião é que ele deveria ter "pendurado o microfone" uns 15 anos atrás quando "dava um tempo" nos domingos. Assim lembraríamos dele com aquela alegria nostalgia e seríamos assim poupados do desgaste de um artista que perdeu sua essência em troca das manchetes da internet, dos aplausos de uma mídia cada vez mais podre e do primeiro lugar de audiência. Isso é lamentável.