HISTÓRIA: Cidade Contra Cidade - 56 Anos

Eu fiquei emocionado Naquele domingo à tarde Quando assisti ao programa Cidade Contra Cidade (...) Carlos Cezar, José Fortuna e Valentino Gu...

domingo, 13 de agosto de 2023

OPINIÃO: O Acesso Restrito a Acervos Online


É com grande pesar e indignação que comunico a vocês, distintos seguidores, que os dois principais jornais de São Paulo (e do Brasil), Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, deixaram de ter seus respectivos acervos online disponíveis ao público não-assinante. Quem quiser explorar seus conteúdos antigos, terá que assinar os periódicos. Mas conteúdo histórico só pra assinantes? Justamente os dois jornais da maior metrópole brasileira? Nos quais servem de base para eu datilografar a maior parte das programações antigas de TV que eu publico neste despretensioso blog?

Desde julho que o Acervo Folha deixou de ter acesso público e olha que eu lembro que desde 2011, quando foi lançado, estava liberado pra quem quisesse usufrui-la como a mais perfeita fonte de pesquisa escolar/doméstica da internet. E agora, neste mês de agosto, o Acervo Estadão fez a mesma coisa (mas só disponibilizou gratuitamente suas edições antigas quando estourou a pandemia da Covid-19 em 2020). Quem perde é o público em geral. Nós, que somos ávidos consumidores gratuitos de conhecimentos gerais, que fazemos consultas sem compromisso de uma simples grade antiga de programação de TV e até de fatos históricos, perdemos muito em termos de conteúdo de qualidade nesta era de Revolução Digital.

Uma informação que uma edição da Folha pode carecer num determinado programa, sessão de filmes, episódio de seriados ou transmissão esportiva, a edição do Estadão pode acrescentar e vice versa. O que é que esses jornais tem contra a gente? Medo da violação de direitos autorais? Ora, a gente até reproduziu anúncios antigos ou algumas fotos como ilustração ou elucidação de algum fato importante (nos quais peço desculpas aos "detentores" que se sentirem "ofendidos" com semelhante "atitude"), mas a programação de TV a gente escreve e casa todas as informações disponíveis, quanto mais informação, melhor para os nossos seguidores. Para mim é como uma válvula de escape, sinto-me em paz fuçando arquivos antigos enquanto ouço música.

Durante este ano, os guias de programação publicados em revistas antigas como Intervalo, Amigão, Revista do Rádio, TevelânidaSete Dias na TV e TV Sucesso, estão sendo as bases das grades de programação antiga que estou publicando por aqui e estão "salvando a lavoura" porque desde 2019 que tenho conteúdo acumulado desses guias que consigo via Google e blogs, mas não sou daqueles blogueiros mecânicos, robotizados, fracos e insensíveis que vai na base do esquema Ctrl C + Ctrl V e deixa uma série de informações importantes vagas, denunciando assim tal prática num detalhezinho imperceptível onde um ou outro de fora sempre acaba reparando.

A Hemeroteca Digital Brasileira, outro ótimo instrumento de consulta, não basta somente. Os únicos periódicos da capital paulista disponíveis são o Correio Paulistano (até 1963), Diário da Noite (com intervalo entre 1973 e 1978) e o esquerdopata Jornal da República (da segunda metade de 1979), apesar de contar agora com os arquivos de dois jornais do litoral paulista, A Tribuna e Cidade de Santos (este de 1967 a 1987, que era pertencente ao Grupo Folhas). Mas sermos privados do acesso às programações de 1987 à 1999 (que muitos consideram o melhor período em termos de programação televisiva), deixa um obstáculo intransponível na busca por informações e curiosidades, entre outras coisas.

Mas há uma pequena saída, fica aqui a dica. As programações antigas de TV estão disponíveis gratuitamente na internet somente do período entre 1999 e 2011 no site antigo da Folha de São Paulo (sem a necessidade de usar o IAWM!). No Google, você digita "programação de tv (+ data a partir de 10/06/1999)". Depois de clicar no link correspondente a data do período supracitado, pronto, é só se divertir! Outra dica é no link que você abriu, vá até "Índice Geral", no canto superior da página e explore os cadernos da edição online da Folha como o "Ilustrada", o "TV Folha" (se for uma edição de domingo) ou "Esportes", que vez ou outra contém a lista de transmissões de TV no link "O Que Há Para Ver". Mas cuidado, de 2012 adiante, aparece aquele anúncio de assinatura.

Lamento profundamente esse cerceamento vindo dos próprios jornais (e revistas, como o acervo da Veja que era disponível publicamente entre 2008 e 2019). Será que certos fã-clubes tão enrustidos quanto militantes (que adoram romantizar versões oficiais a seu gosto pessoal para moldar a opinião pública) tão querendo esconder a história verdadeira como ela aconteceu? E assim como o nosso Kleber Nunes do blog TV em Brasília cobra insistentemente da Hemeroteca a disponibilidade das edições de 1991 à 2001 do Correio Braziliense da terra dele, eu também faço aqui minha bronca. Quando é que esse importante instrumento irá disponibilizar um jornal histórico como o Diário Popular de São Paulo? Que em 2001 foi rebatizado para Diário de São Paulo quando a InfoGlobo o adquiriu (permanecendo existente até 2018). E também o Correio do Povo de Porto Alegre (cujo acervo também está disponível exclusivamente para assinantes) no qual me recordo que as edições online de 1997 à 2008 mais ou menos estavam disponíveis até 2019, creio eu. Justamente dois jornais centenários que seriam excelentes fontes de pesquisa, sem desvalorizar um ou outro, mas que agregariam ainda mais o rico conteúdo já disponível na plataforma. Pra quem não sabe, o gaúcho Correio do Povo existe desde 1895, com breve intervalo entre 1984 e 1986 quando deixou de ser publicado temporariamente, e o paulista Diário Popular era mais antigo ainda, circulou de 1884 à 2001.

Outros veículos pelo país tem disponível gratuitamente suas edições anteriores pela internet. Exemplifico aqui o Tribuna de Vitória do Espírito Santo (a partir de 2003) e O Sul de Porto Alegre (a partir de 2006). Inclusive a Revista Placar tem seu acervo praticamente completo disponível no Google Books. Seguramente até dezembro deste ano, estarei publicando as programações antigas de TV aqui no blog na medida do possível (já estou preparando os posts de novembro). Só retornarei se eu conseguir acesso a acervos online dos principais jornais de São Paulo, seja gratuitos ou via login (como no acervo de O Globo, cuja sorte minha é possuir uma Conta Globo, mas e os que não tem?). E termino este post com uma pergunta: SERIA ESTE O FIM DE UM CICLO?