HISTÓRIA: Cidade Contra Cidade - 56 Anos

Eu fiquei emocionado Naquele domingo à tarde Quando assisti ao programa Cidade Contra Cidade (...) Carlos Cezar, José Fortuna e Valentino Gu...

domingo, 8 de janeiro de 2023

OPINIÃO: Balanço da TV Brasileira em 2022 + Desabafos


Se nada muda, estamos condenados a repetir o passado, porque o brasileiro adora uma reprise

É com esta frase que inicio mais esta análise naquele que foi "o pior ano do resto de nossas vidas" na TV brasileira. Estou desistindo, não acredito em mais nada. Humanamente falando, esta foi a gota d'água, pode ser a última vez que estou fazendo este balanço que pra mim não passou de um grande fardo de frustração, pois entra ano e sai ano, tudo se estagnou. Graças ao poder da mídia, o telespectador-gado se regride, desevolui a cada dia e jamais se liberta de seus hábitos televisivos nesses últimos 10 anos em que faço esta análise (basta eu lembrar de um tio meu que sempre age dessa forma). A televisão aberta é relutante como sempre, tem medo de se reinventar com algo mais adequado/engendrado para uma pequena parcela de público que ainda a considera A Rainha do Lar para não perder seu status de poder, mas as coisas só pioraram sob pretexto de "não largar o osso" e agitar/liderar fanbases sócio-político-ideológicas para competir em pé de igualdade com as das redes sociais, encaradas desde sempre como ameaças, inventando heróis e vilões e dando absurda credibilidade a metidos a delatores boçais e odiosos, sem nenhum caráter, que surgem do nada na internet mendigando popularidade. O destemido empoderamento machista ibopístico, discriminador social inveterado de gente que pensa diferente (o X da questão que levou nossa TV a uma crise de identidade) se mantém intocável. Até a publicidade se compactua com esse comportamento de "sociedade de rótulos", não tendo o mínimo de respeito a telespectadores que "pensam diferente" dos descolados programadores/publicitários. Muitas produções de dramaturgia não perderam a mania de incutir mensagens subliminares na tentativa de comprovar suas "teorias", mas o máximo que fazem é traumatizar quem está do outro lado da telinha (isso é científico) com "complexo de rejeição". E os próximos anos que se seguirão vão ser ladeira abaixo, se preparem. Perdão pela minha falta de otimismo, pois se essa velha mídia soberba parada no tempo que "brigou" com a Covid (diminuindo assim o volume de reprises) se perpetuar para sempre, logo vai inventar que o Coronavírus fora erradicado do Brasil a ponto de aplaudir um desvio de verba destinada a compra de mais vacinas, indo servir para reforçar a propaganda estatal massificante ou na reforma de palacetes de ouro de presidiários esquerdopatas corruptos (que tanto ódio, raiva e rancor me trás ao coração, cujo nome me nego a transcrever neste blog) só porque o dinheiro dá certinho. O Tim Maia tinha razão em ter declarado que "O mundo só vai ficar legal quando acabar com o dinheiro, porém que não me falte nenhum enquanto ele existir".

Foi constatado no Caderno TV do finado Jornal do Brasil, em 18 de junho de 1994, numa crítica intitulada "Crônica de uma Morte Anunciada", o seguinte diagnóstico: "Há emissoras de TV que, de repente, vão acumulando motivos que apontam para um (...) processo de decadência. Por mais que elas (...) revelem uma aparente resistência, o público percebe isto e deixa de ser cúmplice das artimanhas que elas inventam para manter uma programação aparentemente atraente. (...) Se os índices de audiência caírem ainda mais, aí os anunciantes debandam, abrindo caminho para a venda de horários para produções de nenhum gosto, tática caça-níquel que a enterraria de vez (...). O final dessa história nós já vimos em 1980, com a derrocada da TV Tupi, o que serviu para concentrar ainda mais o poder e reduzir as opções. O que não é bom pra ninguém." O texto se referia a situação da Rede Manchete, mas permanece atual por se encaixar perfeitamente no contexto de qualquer emissora de TV aberta nos dias de hoje, seja Globo, SBT, Record, Rede TV!, Band... Queda de audiência, fuga de anunciantes, perca da qualidade, crescimento do streaming, prejuízo acumulado, descontentamento dos telespectadores, formação de fã-clubes, sinais de falência... A TV aberta está no limiar de sua automutilação, um círculo vicioso de truques capaz de irritar o mais fiel dos telespectadores, pois com o andar da carruagem, a expressão "repensar seus conceitos" não existirá mais no vocabulário de ninguém envolvido em um meio de comunicação que é tão apaixonante quanto fascinante, mas tem o poder de corromper seus CEOs, frustrar o cidadão comum e se tornar um "Country Club de Paris", isto é, um clube privado apenas para pouquíssimos privilegiados que usufruem do abuso de poder, seja moral ou econômico, e pensam somente em duas coisas mais que tudo no mundo: dinheiro e mulher, mulher e dinheiro. E nós, pobres diabos, perdemos a fé. Sinto pena de quem trabalha dentro das TVs e são submetidos a tudo isso que acabei de mencionar.


O IBOPE/Kantar também não escapa. Podia perfeitamente rebatizar a denominação dos programas mencionados em seus top 10, reformular sua metodologia, criar aplicativos para quem prefere ver TV aberta em mídias móveis ao invés de "aparelhos fixos" e visar a ascensão do streaming, mas nem isso! Por mais que seja inaugurada uma nova pizzaria em Brasília, deviam abrir inquérito e investigar melhor e mais à fundo esse "instituto" de fins monopolistas. Ela talvez seja pior que a FIFA, uma quadrilha de gângsteres que determinam quem dá mais audiência em cada emissora de TV dependendo do que oferecem via mala preta. E tem gente que ainda acredita desde os anos 90 na "dança dos números" em tempo real, que deveria ser abolido décadas atrás (à exemplo dos Estados Unidos) e que cauterizou de vez a nossa TV brasileira. Em programas diários, os índices de sábado são contabilizados em separado com os de segunda à sexta, isso me cheira a favorecimento ilícito. Isso inclui também "Apresentação Especial", "Compacto Especial", "Melhores Momentos", "Reapresentação da Semana", "Interprograma", "Religioso", "Programação Local", entre outras exibições/denominações obscuras que possuem pontuações individuais. Com tanta suspeita, o Painel Nacional de Televisão do IBOPE calculou como sempre os 10 programas de maior audiência das cinco maiores redes comerciais do Brasil entre 6 da manhã e 5h59 do dia seguinte de 1º de janeiro à 31 de dezembro de 2022 em 15 mercados/praças cruciais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. O universo abordado foi de 25,8 milhões de domicílios e 71,3 milhões de telespectadores, cerca de 300 mil pessoas a menos e 1 milhão de lares a menos em relação a 2021. Um ponto de audiência corresponde a 1% destes respectivos universos e quando o programa for transmitido em mercados que somem mais que 92,5% do universo, ele aparece no PNT.

Para quem quiser seguir o meu legado, passo as seguintes dicas e instruções: as pontuações dos 10 programas de maior audiência durante a semana devem ser conferidas sempre nos finais de semana, quando os números estão 100% atualizados, neste link aqui. Para o primeiro colocado, atribuímos 10 pontos; para o segundo lugar, 9 pontos; para o terceiro, 8 pontos e assim por diante. Se tiver dois programas com o mesmo nome, não tenha dúvidas, some os dois (mesmo se for uma estreia, atração dupla, apresentação especial, etc). Se no final do ano, o Horário Eleitoral Gratuito, um Pronunciamento qualquer, um misterioso Interprograma ou um Religioso aparecerem no top 10 de alguma emissora, podem descartá-las (como eu descartei aqui), elas não contam, mas se aparecer algum Concurso ou Sorteio de Prêmios, elas estão valendo. As pontuações propriamente ditas dos programas durante o ano merecem um ranking em separado e sempre em constante atualização caso a média semanal de determinada atração for superior ao registrado anteriormente, do contrário, deixa quieto. Se houver uma sessão de filmes ou um jogo de futebol, marque a data e confira o conteúdo com as grades de programação do momento (isso para quem gosta de ver as programações nesses portais fã-clubistas da vida e estão mais ligados no circuito aberto do que eu). Como o IBOPE suspeitosamente só divulga as audiências do eixo Rio-São Paulo com a média nacional de 15 cidades para efeito de comparação, não as ignore, de repente quando o futebol fica num top 10 e foram exibidos jogos diferentes no mesmo dia em ambas as cidades, quem registrar a maior média comparada com a outra metrópole, a partida da cidade da maior média é que deve ser contabilizada. Agora sim, vamos analisar emissora por emissora (seguido entre parêntesis do índice recorde semanal nacional do ano em cada programa):


Band
1) Jornal da Band (recorde de 3,3 pontos, disparado o melhor telejornal do ano)
2) Brasil Urgente (recorde de 4,8 pontos)
3) Perrengue na Band (recorde de 3,1 pontos)
4) Faustão na Band (recorde de 4,0 pontos)
5)Terceiro Tempo (recorde de 2,4 pontos)
6) Masterchef Brasil (recorde de 2,2 pontos, contando todos os Masterchefs existentes, com audiência individual de 742 mil telespectadores)
7) The Blacklist (recorde de 2,2 pontos, com audiência individual de 702 mil telespectadores)
8) Fórmula-1 (recorde de 2,5 pontos no GP da Arábia Saudita em 27 de março)
9) Operação Implacável (recorde de 1,8 ponto)
10) MMA (recorde de 1,7 ponto)

A chegada de Fausto Silva foi um ponto positivo no que diz respeito a faturamento e situação financeira. Outro ponto positivo foi a confiança que conseguiu junto ao telespectador com seu telejornalismo, ainda mais num período eleitoral que praticamente rachou toda uma nação. Só que o ponto negativo é um velho problema que a incomoda desde quando entrou no ar em 1967, seu provincianismo. Por ser uma rede de TV paulista, só interessa a ela tudo que despertar interesse na maior cidade do Brasil e se é isso, então façam uma programação diferente para São Paulo do que faz para o restante da rede. E mesmo procurando investir sua programação em entretenimento, não tem jeito, o futebol masculino brasileiro faz uma tremenda falta e este produto é o que impulsiona toda a grade, até a Fórmula-1 e o MMA seriam beneficiadas com este fator. Ao todo, foram contabilizados 34 programas/atrações.


Globo
1) Jornal Nacional (recorde de 28,9 pontos)
2) Pantanal (recorde de 33,5 pontos)
3) Praça-2 (recorde de 25,3 pontos)
4) Um Lugar ao Sol (recorde de 24,1 pontos)
5) Cara e Coragem (recorde de 22,9 pontos)
6) Travessia (recorde de 25,2 pontos, com audiência individual de 8,3 milhões de telespectadores)
7) Quanto Mais Vida, Melhor (recorde de 25,2 pontos, com audiência individual de 8,1 milhões de telespectadores)
8) Big Brother Brasil (recorde de 24,4 pontos)
9) Além da Ilusão (recorde de 23,6 pontos, considerada a melhor novela do ano)
10) Mar do Sertão (recorde de 23,5 pontos)

A líder não tem remédio, se ela escapou da cassação fraudulentamente ou não por conseguir usar seus conteúdos para se voltarem ao "lado esquerdo da coisa", logo não vai se livrar de um inevitável processo falimentar, basta algum bispo da Igreja Universal do Reino de Deus conseguir exercer influência junto ao Governo com algum cargo de confiança e colocá-la contra a parede por exercício de abuso de poder econômico, isso não é ataque, é a mais pura verdade em que todos nós telespectadores somos testemunhas (só faltam esfregar as provas nas nossas fuças). De resto, consolidou seu insuportável baile funk em tudo quanto é setor de programação, das novelas ao futebol (justamente os dois núcleos que lhe dão resistência de poder). E nem sempre quem dá mais audiência, pode ser considerado o "grande destaque do ano", o que denuncia um certo vazio ibopístico em seus conteúdos (Pantanal que o diga). Foram registrados também 34 programas/atrações durante o ano.


Record
1) Jornal da Record (recorde de 8,7 pontos)
2) Domingo Espetacular (recorde de 9,6 pontos)
3) Reis - Reprise (recorde de 9,1 pontos)
4) Canta Comigo (recorde de 7,9 pontos)
5) Cine Maior (recorde de 6,8 pontos com Um Tira Muito Suspeito em 3 de abril)
6) Hora do Faro (recorde de 6,4 pontos, com audiência individual de 2 milhões de telespectadores)
7) A Bíblia - Reprise (recorde de 10,3 pontos)
8) Campeonatos Estaduais (recorde de 14,7 pontos com Flamengo e Fluminense em 30 de março)
9) A Fazenda (recorde de 7,5 pontos)
10) Cidade Alerta (recorde de 6,4 pontos, com audiência individual de 1,9 milhão de telespectadores)

A vice esconde o jogo, quando alguma aposta não causa aquela repercussão, sai de fininho, seu silêncio é persuasivo e ainda espera a hora certa de partir pro bote e voltar a sonhar com o "caminho da liderança". Enquanto isso, se mantem alvo de críticas com seu jornalismo marrom e uma grade popularesca de gosto questionável, mas encontrou algo para tornar a fazer aquela ostentação ibopística: o futebol. À propósito, para refrescar a memória dos distintos seguidores que acham que a "Recorja de bispos" viraram "bolsominions roxos", quem era o presidente do Brasil quando a Record News foi inaugurada, quando o Macedão falou em "quebrar o monopólio" e agiu feito amigo íntimo de cama, mesa e banho do herói-presidiário? Isso comprova que a bispaiada não tem preferências, ela não quer se desapegar de um poder maior que o poder físico existente, ela joga nos dois times. Aqui, 31 programas/atrações se fizeram presente nos top 10 durante o ano.


Rede TV!
1) Operação de Risco (recorde de 1,5 ponto, com audiência individual de 470 mil telespectadores)
2) A Tarde é Sua (recorde de 1,6 pontos)
3) Encrenca (recorde de 1,5 ponto, com audiência individual de 465 mil telespectadores)
4) João Kléber Show (recorde de 1,3 ponto)
5) Alerta Nacional (recorde de 0,9 ponto)
6) Superpop (recorde de 1,1 ponto)
7) Extreme Fighting (recorde de 1,0 ponto)
8) Mega Senha (recorde de 1,2 ponto)
9) O Céu é o Limite (recorde de 0,8 ponto, com audiência individual de 241 mil telespectadores)
10) Rede TV! News (recorde de 0,8 ponto, com audiência individual de 240 mil telespectadores)

A caçula das grandes redes, que teve apenas 21 programas/atrações presentes nos top 10, não se liberta da mesmice, pois se vocês compararem os balanços que fiz dessa emissora nos últimos 5 anos, podem ver que (com juros e correção) estão lá presentes os mesmos programas de entretenimento fraco que continuam no top 10, abordando os assuntos de sempre: sensacionalismo, fofocas de artistas, supostas polêmicas, blablablá, nhenhenhé, mimimi, cococó, fufufú... A Tarde é Sua obteve a maior média do ano da emissora graças a uma especialidade: a cobertura sentimentalista dos funerais de celebridades brasileiras. O esporte praticamente saiu de cena, sendo resumido pelas lutas de kickboxing. Tem muita coisa errada que a dupla Marcelo & Amílcare vêm escondendo até de si próprios, graças a uma transparecida centelha de ganância. Isso sem contar o assumido fã-clubismo que promove em torno de uma concorrente ilustre que vem logo a seguir.


SBT
1) Programa Silvio Santos (recorde de 8,1 pontos)
2) Eliana (recorde de 6,7 pontos)
3) Poliana Moça (recorde de 7,0 pontos, com audiência individual de 2,4 milhões de telespectadores)
4) Roda a Roda Jequití (recorde de 6,9 pontos)
5) Domingo Legal (recorde de 6,3 pontos)
6) Carinha de Anjo - Reprise (recorde de 7,1 pontos)
7) Sorteio da Tele Sena (recorde de 6,2 pontos)
8) Copa Libertadores da América (recorde de 18,0 pontos com Corinthians e Flamengo em 2 de agosto)
9) Cupom Premiado do Baú (recorde de 7,0 pontos, com audiência individual de 2,3 milhões de telespectadores)
10) A Desalmada (recorde de 5,7 pontos)

Graças as suas fanbases, o poder da "terceirona" é abafado pela mentalidade infantil de uma nerdolândia que acha que ela pode ganhar da Globo no grito e enxerga no CDT da Anhanguera uma "Disneylândia da TV" (ou o "quintal de nossa casa"). Se a morte chegar ao "Deus da TV" (que a espera na sua "mansão" da Flórida), será o fim de tudo. Esse fã-clubismo desgraçado foi capaz de fazer do produto futebol (responsável pelas suas 14 maiores audiências nacionais do ano) uma coisa supérflua (assim como fez da desgastada dramaturgia infanto-juvenil e dos melodramas latinos da tarde), por mais que alguns jogos da Libertadores tivessem conseguido índices maiores até que os dos Estaduais da Record, mesmo sem poder chegar o primeiro lugar, coisa que se acostumaram mal graças ao Ratinho (que espera transformar o SBT na tão sonhada Rede Massa de Televisão, que nada mais será um "SBT-2"). 31 programas/atrações apareceram nos top 10 no ano em que passou.


Com exceção de SBT e Rede TV!, que não tiveram atração alguma fora do habitual que despertasse um grande impacto na audiência média nacional, alguns programas merecem atenção especial pelos impressionantes índices que tiveram. A estreia da nova temporada da série Cine Roliúdi da Globo registrou 33,2 pontos de audiência, três décimos a menos da que foi obtida com Pantanal, dona da maior audiência em TV aberta de 2022 (apesar da enrolação/decepção que levou uma parcela do público a mudar de canal no meio da trama). Na Band, sua maior audiência do ano foi a realização do seu tradicional debate (do primeiro turno) com os candidatos a Presidência da República, que rendeu 10,9 pontos, superior até de quando transmitia futebol em conjunto com a Globo, demonstrando que a credibilidade do seu jornalismo conquistou em cheio o público, enquanto na Record, seu Plantão do Jornalismo que interrompia sua programação dominical informando os resultados do segundo turno das eleições estaduais/federais conquistou 11 pontos, índice maior até que a média habitual de suas tramas épico-bíblicas. Só que estranhamente, um programa religioso mal-identificado da Igreja Universal do Reino de Deus que descartei no top 10, foi o terceiro mais assistido da emissora, cujo recorde nacional foi de 7,6 pontos. Voltando com a política, o Horário Eleitoral Gratuito gerou um estranho fenômeno na mesma Record: as médias de audiência da emissora à tarde e à noite só cresciam quando exibia a propaganda política em cadeia com as demais redes. No fim, a Globo registrou 18,3 pontos, a Record marcou 6,6, a Band com 2,8 e a Rede TV! com 0,7 (não foi contabilizado o índice do HEG registrado pelo SBT pelo fato de ter ficado fora do Top 10, mas presumo que obteve pouco mais da metade da pontuação conquistada pela Record). E quanto aos Pronunciamentos, seja do então presidente ou de membros da bancada ministerial, rendeu 22 pontos para a Globo, 10,3 para a Record, 7,7 para o SBT, 3,6 na Band e 0,9 na Rede TV!

Os filmes de longa-metragem já demonstram cansaço, desgaste e desinteresse por conta das próprias emissoras, que por causa do streaming, não estudam qual seria a melhor tática para renovar suas filmotecas (mesmo que sejam só clássicos batidos remasterizados e reprisados do que gastar uma nota pela exclusividade de inéditos dada a ausência de "acordo de cavalheiros") devido ao prazo de validade das fitas presentes em Netflix, Prime Video, Paramount+, Disney+, Star+, Globoplay, etc. O longa de maior audiência na TV aberta foi Rensga Hit, exibido no Cinema Especial da Globo em 3 de agosto, atingindo 19,6 pontos. Na Record, ocorreu algo pior, o filme Um Tira Muito Suspeito foi exibido no Cine Maior três vezes, transparecendo sua deficiência ibopística em reciclar seu lote cinematográfico, sendo que na sua primeira aparição, em 3 de abril, rendeu 6,8 pontos. No SBT, seu longa de maior audiência foi Até o Fundo, cartaz do Cine Espetacular de 18 de janeiro, marcando 4,7 pontos. E na Band, Era Uma Vez registrou 2,2 pontos em 29 de junho, indo ao ar na sessão Cine Clube.

Quanto ao esporte, o crepe da exclusividade Global começa a ser dissipado aos poucos, mas ainda estamos longe do ideal se levarmos em conta a permissividade das federações esportivas com o abuso de poder econômico dos grupos de comunicação (quando é que FIFA e CBF vão vender em blocos os direitos audiovisuais de transmissão de suas competições?). O chamado "clássico do povão" entre Flamengo e Corinthians permitiu ser a maior audiência nacional de jogos interclubes em duas redes de TV: na Globo em 19 de outubro, valendo pela segunda partida da Grande Finalíssima da Copa do Brasil (no Maracanã), com 32,4 pontos (se Pantanal tivesse terminado naquela mesma semana, o jogo fatalmente seria responsável pela maior audiência Global do ano, ultrapassando a barreira dos 35 pontos); e no SBT em 2 de agosto, no primeiro duelo entre ambos (só que na Arena da Fiel) das Quartas-de-Final da Copa Libertadores do Brasil (digo, da América, pois a competição se tornou um "Brasileirão sofisticado" devido a fraqueza dos adversários argentinos, uruguaios, colombianos, paraguaios, chilenos, etc), com 18 pontos de audiência, a maior do ano da emissora (mas frustrou o sonho SBTista em atingir a casa dos 20 pontos e tornar a vencer a Globo no IBOPE). Na Record, que transformou os dois maiores campeonatos estaduais do Brasil em seus grandes triunfos, mesmo com a relutância/reconsideração da bispaiada, o Carioca (que eu considero o estadual mais fraco do país) foi quem mais se deu bem (lógico, o Macedão faz do Rio o reduto da Record e isso não é novidade). O primeiro duelo decisivo entre Flamengo e Fluminense, disputado em 30 de março, obteve nacionalmente 14,7 pontos, sendo esta a maior audiência conquistada em 2022, sendo que só no Rio de Janeiro registrou 22 pontos. Já a Band, outrora canal do esporte, fez do mal-feito e mal-planejado Mundial de Clubes da FIFA de Abu-Dhabi seu piece-de-resistànce já que um clube brasileiro é garantia de participação se analisarmos (repito) a falta de combatividade dos rivais na Libertadores. Seu índice recorde nacional com a bola na rede foi, curiosamente, na decisão do 3º lugar entre Al-Ahly-EGI x Al-Hilal-ARS em 12 de fevereiro (servindo de preliminar da decisão entre Palmeiras e Chelsea-ING), conseguindo surpreendentes 8,2 pontos, sendo 12,5 apenas em São Paulo.


Esta é uma prova de que o produto futebol é de vital importância para a Band dada a sua tradição no setor desde sua inauguração, incluído também os áureos tempos do "Escrete do Rádio", e é um fator que impulsiona a audiência de toda uma programação. Pra vocês terem uma ideia, seu triunfo maior no momento, a Fórmula-1, obteve minguados índices de audiência que nem chegaram a fazer sombra com as que conseguiu na transmissão da Copa Africana de Nações, realizada na República dos Camarões (que retornou a TV aberta após 15 anos, quando a TV Gazeta de São Paulo a exibiu em conjunto com o Esporte Interativo/TNT Sports). O Grande Prêmio da Arábia Saudita, disputado em 27 de março, foi responsável pela maior média ibopística que a emissora teve em toda a temporada automobilística, 2,5 pontos, ficando atrás da decisão entre Senegal e Egito pelo título africano, que registrou surpreendentes 2,9 pontos! Isso sem contar a decisão do Mundial de Clubes da FIFA entre Palmeiras e Chelsea-ING em 12 de fevereiro, que marcou 7 pontos de audiência, índice médio que a Band obtinha quando transmitia em conjunto com a Globo as temporadas do futebol brasileiro e até da Liga dos Campeões da Europa (torneio este que o SBT amargou uma audiência medíocre, inferior daquela que a Band conseguia). O fato da Fórmula-1 dar menos audiência que o "futebol eventual" da Band também se deve a ausência de pilotos brasileiros na pista. O futebol feminino ainda precisa ser amamentado (bem que a Globo podia comprar o Brasileirão Feminino e colocar os jogos aos sábados à noite, bem como a organização de um Mundialito) e as categorias de base só são valorizadas quando chega a época da Copa São Paulo de Juniores, que virou uma festa de barganha para clubes-empresa e o empresariado do ramo na negociação de novos jogadores que mal despontam nos nossos gramados. Pode isso, Regi?

E o Covidão-2022? Também conhecido como FIFA World Cup Qatar 2022 (que não foi adiada e matou mais de 5 mil pessoas durante as obras)? Mesmo transmitida por somente duas emissoras de um mesmo conglomerado (Globo e SporTV), foi responsável pelos jogos de futebol de maior audiência na TV brasileira, pelo menos os seis primeiros do ranking abaixo. Analisando friamente os índices de 56 dos 64 jogos da Copa do Mundo neste link aqui (e nem todos os 64 jogos foram mostrados ao vivo por aqui), certifico que as partidas das 16 horas é considerado "horário nobre" do futebol internacional aqui no Brasil. Pelo menos de segunda à sexta é testemunhado esse grosso do IBOPE futebolístico, já que nos finais de semana, como é de praxe, as pessoas se reúnem nas casas de amigos/parentes/familiares (bem como em barzinhos) para assistirem aos emocionantes cotejos (isso é bem cultural). Lógico que os jogos do Brasil (apesar do esforçado, mas fraco futebol) despertaram mais interesse que das outras (e francas favoritas) seleções. No jogo de abertura, me causou estranheza o fato de Catar e Equador ter marcado 26,1 pontos de média no IBOPE Global e nos índices absolutos registrar 29 pontos em números inteiros, uma margem de erro de 3 pontos percentuais (o IBOPE deveria contabilizar melhor essa audiência domiciliar das transmissões esportivas em TV aberta individualmente). Mas foi pouco se levarmos em conta a única opção que tivemos em TV aberta para ver a Copa, que o diga a histórica decisão entre Argentina e França que marcou "apenas" 39 pontos, mesmo assim a audiência foi superior que a da final da Copa do Brasil e em pleno almoço de domingo! Para as próximas edições, a FIFA está colocando as licitações dos direitos de transmissão à venda sob uma importante condição: SEM EXCLUSIVIDADE, o que pode permitir o regresso de Band, Record, Fox/ESPN, BandSports e a estreia da TNT Sports nesse tipo de cobertura (descarto o SBT porque se o SS morrer antes, o sonho da Copa acaba antes mesmo da aquisição). Eis o top 10 dos jogos mais assistidos do Mundial do Catar:

1) Brasil 4x1 Coréia do Sul - 05/12, Oitavas-de-Final: 57%
2) Brasil 2x0 Sérvia - 24/11, Fase de Grupos: 55%
3) Brasil 1(2x4)1 Croácia - 09/12, Quartas-de-Final: 54%
4) Brasil 1x0 Suíça - 28/11, Fase de Grupos:         54%
5) Camarões 1x0 Brasil - 02/12, Fase de Grupos:         53%
6) Argentina 3(4x2)3 França - 18/12, Final:         39%
7) Portugal 2x0 Uruguai - 28/11, Fase de Grupos: 31%
8) Argentina 2x0 México - 26/11, Fase de Grupos: 31%
9) Espanha 1x1 Alemanha - 27/11, Fase de Grupos: 31%
10) Catar 0x2 Equador - 20/11, Fase de Grupos: 29%

Nesse amontoado de top 10, não podia faltar a parada de sucessos da Crowley Broadcast Analysis do Brasil. É sempre bom lembrar que a Crowley é uma empresa que monitora as rádios de todo o país desde 1997 com tecnologia própria. Sua metodologia consiste em "escutar" de forma digital mais de 90% dessas emissoras (equivalente a cerca de 200 estações) de todas as regiões do país e contabilizar as execuções das músicas, a partir do mapeamento e monitoramento durante o período comercial (de segunda a sexta, das 7 às 19 horas). O número final gera o "Brasil Hot 100", com as músicas mais ouvidas no país, dos quais contabilizo apenas os 10 primeiros colocados. A lista é atualizada todos os sábados. Como eu mencionei parágrafos atrás, quem quiser dar sequência a esse trabalho, é a mesma coisa como nos rankings do IBOPE: o top 10 mais recente da parada Crowley deve ser conferida sempre nos finais de semana, junto com os índices semanais do IBOPE/Kantar, neste link aqui. Para o primeiro colocado, atribuímos 10 pontos; para o segundo lugar, 9 pontos; para o terceiro, 8 pontos e assim por diante. Em caso de empate em pontos, o numero de semanas seguidas na parada é o critério de desempate. Eis aqui o top 20 do Playlist Musical 2022, em que foram contabilizadas 64 músicas e a exemplo da TV, nenhuma novidade, é aquele esquema universitário de sempre:

1) Termina Comigo Antes - Gusttavo Lima
2) Bloqueado - Gusttavo Lima
3) Erro Planejado - Luan Santana feat. Henrique & Juliano
4) Abalo Emocional - Luan Santana 
5) Beijo de Glicose - Diego & Victor Hugo feat. Jorge & Mateus
6) Haja Colírio - Guilherme & Benuto feat. Hugo & Guilherme
7) Sofrimento Antecipado - Gustavo Mioto
8) Amor ou Esquema - Wesley Safadão
9) Ela é Ela - Zé Neto & Cristiano
10) A Maior Saudade - Henrique & Juliano
11) Conselho Bom - Diego & Victor Hugo feat. Maiara & Maraísa
12) Nem Namorado e Nem Ficante - Israel & Rodolffo feat. Maiara & Maraísa
13) Vai Lá em Casa Hoje - George Henrique & Rodrigo feat. Marília Mendonça
14) Coração Cigano - Luan Santana feat. Luísa Sonza
15) Deixa Ela em Paz - Bruno & Marrone feat. Henrique & Juliano
16) Vagabundo Chora - Guilherme & Benuto
17) Ciclo Vicioso - Yasmin Santos feat. Bruno & Marrone
18) Esqueça-me Se For Capaz - Maiara & Maraísa feat. Marília Mendonça
19) Eu Gosto Assim - Gustavo Mioto feat. Mari Fernandez
20) Perfeito Pra Ficar Sozinho - Murilo Huff feat. Maiara & Maraísa


Quanto a nossa performance no YouTube, estamos numa posição de destaque privilegiada agora que já vamos rumo a 5 mil vídeos, 60 mil inscritos, 30 milhões de visualizações e muita gente importante recorre a meu canal como boa fonte de pesquisa (mas reproduzir meu material em grandes conteúdos audiovisuais demonstra sinais de pobreza de acervo, deviam encontrar as imagens originais através de colecionadores, acervistas ou órgãos competentes) e isso me deixa com uma centelha de felicidade. Por outro lado, tive o pesar de me desinscrever de canais muito importantes (vocês sabem quais são) pensando na minha saúde mental. Nada contra esses canais que, lamentavelmente, mudaram o foco de resgate da memória da TV só pra arrebanhar quem está de acordo com seus pensamentos sócio-ideológicos, os que pensam diferente são automaticamente rejeitados. Perdão pelo desabafo. Quanto a este blog, estamos rumo a 4 milhões de visualizações e 4 mil posts, mas peço (com a ajuda de vocês) para o Google Adsense a remonetizá-lo urgentemente, pois conseguiria tirar uma boa grana todo mês com um conteúdo 100% produzido por mim. Se eu monetizasse meu canal no YT seria acusado de violação de direitos autorais e tomaria três advertências de uma vez, o suficiente pro meu canal ir pro saco. Que fique registrado, minha intensão nunca foi ganhar às custas da memória da TV brasileira, por isso que eu evito de monetizar meu canal.

Meus destaques positivos ficam por conta da volta do canal Moroni, que estava parado desde 2011 e postou um monte de raridades com melhor qualidade de áudio e vídeo. Outro foi um achado, o Tevelharia, pois bastou uma entrevista no canal Arquivos1000 de Ted Sartori, nosso amigo de Santos, para ganhar um novo inscrito. O cara que inicialmente digitalizava gravações caseiras de "vídeos em família", logo descobria raridades vindas da TV naquelas fitas e não pensou duas vezes. Sem fã-clubismo ou predileção pessoal, vêm postando tudo da TV que encontra, arrebanhando novos seguidores que amam esse tipo de conteúdo. O destaque negativo foi a "invasão hacker" de canais coirmãos, isto é, um suposto funcionário do próprio YT que invadia canais inoperantes graças a um meticuloso sistema de algoritmos, que entrava com uma live em inglês sobre criptomoeda e que tinha o poder de mexer nos detalhes da descrição principal de certos canais. Para ser mais preciso, MicroStrategy, MicroStrategy BTC e ARK invest invadiram diversos canais durante o ano, inoperantes ou não, mas citarei quatro inscritos meus: A.S.C. Vídeos do Passado, AGC - O Canal da TV, Kleber Nunes (do blog TV em Brasília, que pouco mexe em seu canal a não ser comentar vídeos com aquela "redundância acadêmica") e MVintage Cultura (este duas vezes, que por pouco não desanimou nosso Marlinho de Itaboraí, Rio de Janeiro). Outro destaque negativo vai para um fedelho da cidade de Batatais, interior paulista, que aborreceu a vida de muita gente com seus e-mails vazios e convites idem só porque também gosta da história da TV, mas não sabe se expressar e jamais assumiu seu problema pra procurar ajuda (nem mesmo pra própria família). Quando vocês encontrarem no YT algum canal que faça referência a uma certa "Rádio Educadora de Batatais", procurem ignorá-lo. Bloqueiem-no. O nome do infeliz, que também tem um canal do YT com seu próprio nome, se chama Gabriel Ferreira Dias. Se ele continuar sem expressão com compartilhamentos vazios, teremos que recorrer a atitudes drásticas pois dá a entender que seja um hacker disfarçado de fedelho pré-adolescente que adora amolar meio-mundo do resgate da memória da TV.


Não quero criar falsas expectativas para 2023, pois elas possuem um poder frustrante. Tem horas que a gente sente um desgosto profundo da vida sabendo que o novo ano que tá aí será a continuação da repetição ou a repetição da continuação, porque temos a sensação de que tudo começa de novo e estamos feito escravos de um ciclo vicioso que a mídia e a sociedade nos impõe como uma norma federal. Se você não se compactuar com os fã-clubes da vida e não ser hipócrita de lei, você não é nada, você tem que trair os seus princípios, essa é que a verdade. Por isso que estou desistindo do balanço anual, até porque não assisto mais TV aberta desde 2013 (apesar da minha anteninha estar sempre ligada nesse circuito devido a super-exposição de portais fã-clubistas e a tática do "ouvir falar"), mas as programações antigas estão a pleno vapor pelo simples fato de representar uma das poucas válvulas de escape que eu tenho à minha disposição. É isso. Perdão se fui agressivo ou assustador nesse tempo todo quando dizia em pensar em tirar minha vida, é que quando a gente não tem saída para fugir daquilo que a gente acha errado, injusto e não suporta, pensamos em cada horripilância... admito. Não quero perder amizades e credibilidade por conta disso. Desculpa do fundo do coração, pois ninguém é perfeito. 😉