HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

© Grupo Folhas - Todos os Direitos Reservados Quem viveu o ano de 1990 , seja criança ou adulto, sabe que a grande atração televisiva daquel...

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

OPINIÃO: Domingo na TV, Salvação ou Problema?


Amigos queridos. Preciso desabafar agora sobre um assunto pertinente, na qual gente da minha classe andam comentando por aí nesses últimos dias. Até porque, não sei qual deve ser o meu sentimento neste exato momento, se é de raiva, ou de ódio, ou de descontentamento, ou de frustração. Para muitos pode ser tratado como uma "questão pessoal", mas não deixa de ser. Em todos esses anos peguei uma pilha, acabei criando ranço de uma situação teimosa que parou no tempo e que ainda acredita e se acha ser a "solução da humanidade", tendo ainda a cara-de-pau de descontar na gente a falta de fidelidade.

Já basta a TV aberta brasileira ser assolada por sociopatas de todos os tipos, seja nos bastidores ou em cargos executivos, e permanecer assim desevoluída há mais de duas décadas, conforme venho denunciando e salientando quando sou solicitado a comentar sobre o momento atual do veículo mais influente e poderoso desta nação-continente. E o que é pior, o mercado comercial/publicitário parece impor em jogar uma emissora contra outra e não deixar ninguém, absolutamente ninguém ser diferente, tudo ficou igual, tudo tem que ser igual, relegado a mesmice, porque o "povo" gosta do que já está acostumado. Mas até quando?


Por essas e outras, nossa televisão permaneceu (e permanece) chata, repetitiva, sem opção e, de certo ponto, agressiva, persuasiva e aduladora, levando o termo "segmentação" a ser riscado de vez do nosso vocabulário. Em termos de qualidade e conteúdo, estamos hiper-atrasados graças a uma turminha extremamente preguiçosa que faz das redes/comunidades sociais seu altar número 1, talvez este seja o motivos das emissoras abrirem mão de suas identidades visuais. O que eles não fazem com um Final Cut, um Premiere ou um Sony Vegas da vida por se acharem "grandes profissionais" da área, só que sem diploma. É uma nova epidemia que está assolando as emissoras de TV hoje em dia, o surgimento de profissionais sem diploma.

Tudo se regrediu por completo, o "descolamento" e a "internetização" da TV fez nosso veículo enveredar para a tendência do amadorismo meme. De fato, houve um desaprendizado geral, onde gente nova, chapada, sem sobriedade, desparafusada e metida a autodidata conseguiu fazer com que a televisão juntasse os cacos até hoje, mas até agora não conseguiu colar as peças corretamente. A televisão está emburrecendo o público, é só notar o quanto de programas policiais, bate-bocas de futebol e de fofocas à tarde se multiplicam feito cria de filhotes todos os dias, reduzindo para zero o número de opções em determinados horários.


O que dizer do triunvirato Globofóbico de nome Simba Content, que duvidará até o fim dos tempos da existência/veracidade da pandemia da Covid-19, expondo seus empregados a condições perigosas de trabalho. Esse mesmo trio que apoia abertamente e cegamente um paranoico que está no poder, cujo nome recuso a escrever (mas todo mundo sabe que quem se trata) no qual muitos torcem pela sua deposição ou (mesmo sendo pecado, precisamos abrir uma exceção para desejar) sua morte (nem que seja de overdose, assim ele vai morar no inferno e pagar boquete pra Satanás; perdão Senhor). Retomando o assunto, faz falta no Brasil um Conselho de Comunicação Social, à exemplo do que existe nos Estados Unidos há quase 100 anos, que foi cogitado a ser criado pelo finado Ministro das Comunicações Sérgio Motta, mas seu falecimento fez a TV afirmar sua intuição de se tornar prepotente da noite para o dia.

Mas o que está pegando mesmo é justamente o pior dia da semana para se assistir TV há mais de 20 anos: o DOMINGO. O que tá pior, já piorou. E se piorar, estraga de vez. A acomodação é também sinal de piora no estado de saúde dominical da TV. Está formada uma ferida aberta, cheia de indefinições, perguntas sem respostas e falta de rumo crônico. Culpa da dependência do IBOPE, uma droga fatal que levou a TV a atingir este estado deplorável, um querendo comer vivo a cabeça do outro. Sempre defendo a mudança dessa metodologia antiquada do instituto e do fim da medição em tempo real, dois elementos cruciais que mudaram para sempre os rumos do veículo, a ponto de criarem o "intervalo inteligente" que fez os teledifusores "cagarem" pelo telespectador e se tornarem obsessivos por números e resultados imediatos. E ainda tem gente que culpa a alma do Gugu por isso.


Há também a falta de preparo para algo que pegou todo mundo de surpresa, o fim do Domingão do Faustão, no qual muita gente estava achando que permaneceria no ar por mais 5 anos. Tanto para quem assiste, quanto para quem trabalha nos bastidores, o buraco está feito, um vazio surgiu do nada em plena pandemia. E ninguém teve a coragem de, como nos velhos tempos, agitar o mercado em cima disso (com os artistas fazendo troca-troca de emissoras). O comodismo é uma doença crônica, consequência do trauma comum de não querer mudar por medo de deixar a audiência cair e usa "crise" como desculpa esfarrapada. Mas há outro temor por trás de tudo isso: o ataque-de-pelanca daqueles que tem "fama de estrela" e que recebem polpudos e milionários salários em dólar só de ouvir falar em "mudança".

Temos ótimos artistas, bons profissionais e jornalistas mais ou menos (polaridade, militância e fã-clubismo não deixam mentir) e não merecem ser reféns do sistema atual de se fazer TV. Todos eles são muitos melhores que isso. Só que ninguém diz nada, ninguém nota nada, ninguém fala nada, ninguém repara nada, todo mundo tem mania de inventar defeitos nos outros. Conclusão: o dinheiro venceu, o jogo de interesses também, e vai continuar vencendo para todo sempre, Amém. É o que parece. Temos o material bruto, uma embalagem pronta, bonita e bem produzida, mas o produto final, impedido pela ganância e vaidade pessoal de gente que se diz "poderosa", necessita urgentemente de uma nova lapidação.


Nossa mídia então, nem se fala. Se converteu num verdadeiro e autêntico fã-clube, a ponto de disseminar o messianismo crônico a tudo e a todos para pilhar de propósito os moralmente excluídos da sociedade, que são aqueles que são da "zona neutra", como eu por exemplo. Já basta ter fã de artista, fã de programa e até fã de emissora, capazes de firmar um pacto de suicídio pela morte de certo dono superstar de uma grande rede fadada a sepultura a curto prazo. Ninguém leva a televisão à sério, há tráfico de influência, empoderamento de mimizentos e zoeira contraditória que não acaba mais. A vida está condenada a se tornar um eterno stand-up (assim como uma boa parcela de gente que acredita que a vida seja um eterno programa de auditório). Ela virou máfia pura.

E em meio a essa visão nada otimista da televisão dominical brasileira, faço aqui a seguinte indagação: Qual seria o modelo ideal para se fazer uma boa programação de domingo na TV brasileira? Todos se perguntam e eu também. Posso ajudar a respondê-la e posso até oferecer uma série de opções para solucionar um abacaxi até agora difícil de ser descascado. Uns tem cara de Globo, outros de SBT, de Record, de Band... Enfim, tem grade para todos os gostos. Ofereço neste humilde blog uma caixa de ferramentas, só preciso de alguém para executá-las.

Opção A: Programas de shows de entretenimento com 2 horas e 55 minutos (175 minutos) de duração
11h00 - Programa 1
13h55 - Programa 2 
16h50 - Futebol
19h05 - Programa 3
22h00 - Filme de Longa-metragem

Opção B: 25 minutos de sorteios de prêmios e 3 horas (180 minutos) de programas de shows de entretenimento
11h30 - Sorteio de prêmios 1
11h55 - Programa 1
14h55 - Sorteio de prêmios 2
15h20 - Programa 2
18h20 - Sorteio de prêmios 3
18h45 - Programa 3
21h45 - Sorteio de prêmios 4
22h00 - Filme de Longa-metragem

Opção C: 25 minutos de sorteios de prêmios e 2 horas e 30 minutos (150 minutos) de programas de shows de entretenimento
11h00 - Sorteio de prêmios 1
11h25 - Programa 1
13h55 - Sorteio de prêmios 2
14h20 - Programa 2
16h50 - Futebol
19h05 - Programa 3
21h35 - Sorteio de prêmios 3
22h00 - Filme de Longa-metragem

Opção D: Programas de shows de entretenimento com 2 horas (120 minutos) de duração
13h00 - Filme de Longa-metragem
14h45 - Programa 1
16h45 - Futebol
19h00 - Programa 2
21h00 - Revista eletrônica
23h00 - Mesa-redonda ou Reality-show
24h00 - Filme de Longa-metragem

Opção E: 15 minutos de sorteios de prêmios e 2 horas e 40 minutos (160 minutos) de programas de shows de entretenimento
11h00 - Filme de Longa-metragem
13h00 - Sorteio de prêmios 1
13h15 - Programa 1
15h55 - Sorteio de prêmios 2
16h05 - Programa 2
18h45 - Sorteio de prêmios 3
19h00 - Revista eletrônica
21h00 - Reality-show
23h00 - Filme de longa-metragem

Opção F: Um único programa de show de entretenimento com 3 horas (180 minutos) de duração
10h00 - Esportes
16h00 - Programa
19h00 - Mesa-redonda
21h00 - Filme de longa-metragem
23h00 - Série / Reality-show / Entrevista / Futebol compacto

Opção G: Um único programa de show de entretenimento com 2 horas e 50 minutos (170 minutos) de duração
12h00 - Filme de Longa-metragem
14h00 - Programa
16h50 - Futebol
19h00 - Mesa-redonda
21h00 - Filme de Longa-metragem
23h00 - Série / Reality-show / Entrevista / Futebol compacto

Opção H: 15 minutos de sorteios de prêmios e 2 horas e 30 minutos (150 minutos) de programas de shows de entretenimento
11h00 - Sorteio de prêmios 1
11h15 - Programa 1
13h45 - Sorteio de prêmios 2
14h00 - Programa 2
16h30 - Sorteio de prêmios 3
16h45 - Futebol
19h00 - Sorteio de prêmios 4
19h15 - Programa 3
21h45 - Sorteio de prêmios 5
22h00 - Filme de Longa-metragem
24h00 - Mesa-redonda


Os programas de shows de entretenimento não podem passar de 3 horas (180 minutos) de duração, contando os intervalos comerciais. Isso para que não se tornem com o tempo maçantes e arrastados para o público telespectador. Os intervalos comerciais devem obrigatoriamente ocupar 10 minutos a cada hora de conteúdo de programação. E podem ser divididos em inserções de 3 ou 5 minutos distribuídos proporcionalmente ao tempo dos blocos do programa propriamente dito. E mais, as partidas de futebol de domingo da Série A devem ser jogadas às 17 horas para que as pessoas possam curtir melhor e mais sossegadamente o domingo fora de casa. Neste link, num artigo do blog TVer ou Não TVer, no qual sou colaborador, apresento minha proposta para modificar o sistema de compra e venda de direitos de transmissão dos campeonatos de futebol no Brasil, até porque tudo faz sentido, uma coisa encaixa outra.

Assim que a pandemia acabar, o que provavelmente será a médio/longo prazo, as emissoras têm o nobre dever de se mexerem o mais depressa possível. Faço aqui uma outra sugestão, a de organizarem uma feira internacional de TV aqui no Brasil (no Centro de Exposições do Anhembi), semelhante com o que estão acostumados a fazer em Nova York, com esses donos de formatos e game-shows em geral de todo o mundo, disponibilizando, por meios legais, programas a venda ou não (neste caso em forma de quadros) como meio de encontrar soluções para melhorar o conteúdo da TV brasileira em todos os núcleos de programação. Só dessa forma que a TV ajude a oferecer um chá de sumiço no assistencialismo barato, sensacionalismo de apelo visual e na reprodução desvairada e sem autorização de vídeos da internet que contaminam o domingo.

Se ninguém agir agora pensando no futuro do veículo, se a soberba os obrigarem a ficar de braços cruzados, vai ser tarde demais. A solução mais prática de se livrar dessa desgraceira toda, se é que vai permanecer assim até o fim de nossas vidas aqui na Terra, é uma só: desligar a TV. Adoraria que alguém pudesse criar uma campanha mobilizando as pessoas a ficarem o domingo inteirinho sem ver TV. Se querem acompanhar o futebol, vão ter que ligar o rádio ou seguir as redes sociais especializadas. Esperamos que no futuro, os Hucks, os Faros, as Elianas e os Portiollis da vida (se é que tem mais alguém contemporâneo nosso para engrossar este caldo, mas só pra citar os principais sacerdotes dominicais), por mais que tenham todas as qualidades de talento artístico, deixem o orgulho de lado e se permitam a tentar se esforçarem para mudar positivamente este dia da semana que, se antes oferecia alegria e divertimento, hoje não passa de uma bigorna de tristeza e depressão atingindo nossas cabeças toda santa semana.


sexta-feira, 3 de setembro de 2021

ESPECIAL: Um Papo Maroto no MVintage Cultura

Eu estava devendo este post desde quando o vídeo abaixo foi concluído. Talvez por falta de tempo e por ter que preparar os posts futuros deste blog e editar os vídeos que estarei postando futuramente no meu canal no YouTube. E faço questão agora de compartilhá-lo neste blog. Foi uma honra, uma satisfação e um privilégio eu ter participado da live Papo Maroto com o YouTuber Marlon Castro, do Rio de Janeiro, dono do canal MVintage Cultura, um canal especializado em colecionismo de filmes, séries, desenhos e acervos televisivos. Confesso que este bate-papo foi minha festinha de aniversário porque foi realizado justamente no dia em que eu completava 35 anos: 30 de abril de 2021, uma sexta-feira.

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ter acompanhado em tempo real e para aqueles que estão de bobeira e não sabem o que fazer nas próximas cinco horas, este vídeo é um prato cheio. Eu e o Marlon conversamos muito à respeito da memória da TV brasileira e sua situação atual. Além disso, analisamos o guia de programação de justamente da data em que eu nasci. Deleitem-se! E não posso deixar de recomendar o canal MVintage Cultura, o Marlon é fera em coleção de VHS. No mais, divirtam-se!