ESPECIAL: Minha Visita na Set Expo 2025

O Centro de Convenções do Anhembi em São Paulo, realizou entre os dias 19 e 21 de agosto, uma das maiores feiras de mídia da América Latina:...

quarta-feira, 31 de março de 2021

OPINIÃO: ...E Se Tivessem Esperado um Pouco?


1999 foi um ano-chave para a televisão brasileira. A Rede Manchete saia do ar e sendo adquirida por um grupo de telecomunicações, a Tele-TV, deu lugar para a Rede TV!. Enquanto isso, começavam a pipocar as notícias de que a CNT e a TV Gazeta iam encerrar uma parceria de sucesso iniciada em 1992, onde cada uma trilharia seu próprio caminho. Se por um lado, a dupla Marcelo & Amílcare tinham pressa para lançar a nova emissora no mercado televisivo, inaugurando-a no feriado da Proclamação da República, em plena segunda-feira, por outro a separação entre TV Gazeta e CNT, cujo relacionamento foi marcado por tapas e beijos nos bastidores desde agosto, tinha data marcada para acontecer: 1º de junho do ano 2000, uma quinta-feira (bem que podiam ter prorrogado pro final de semana como demonstração de respeito ao público).

Aliás, foi justamente em agosto de 1999 que surgiu um episódio crucial que poderia até fazer com que o Grupo Tele-TV esperasse mais um pouco e adiasse o lançamento nacional da sua nova rede de TV. A empresa era dona de uma produtora independente, a TV Ômega, que coproduzia com a CNT o programa Festa do Mallandro. Em maio do mesmo ano, a atração comandada por Sérgio Mallandro, abarrotada de pegadinhas voyeur e testes fajutos de fidelidade, consegue liderar a audiência em São Paulo e pouco depois, a mídia da época explora uma nota de bastidores que colocaria em xeque a ascensão ibopística da CNT/Gazeta nas noites de sábado: Nova dona da ex-Manchete quer trazer Mallandro para sua grade de programação.

Do outro lado, o relacionamento entre TV Gazeta e CNT começa a azedar. A emissora da Avenida Paulista reivindicava autonomia para expandir seu sinal em todo o interior de São Paulo e também havia questões comerciais porque a CNT não queria perder de jeito algum o sinal VHF no maior mercado do país, São Paulo. O estopim foi a inauguração de uma geradora da CNT em Americana, localizada na região de Campinas, interior paulista, que retransmitia a programa da rede gerada de Curitiba e mesclava algumas atrações regionais como informativos, policialescos e atrações esportivas. A Gazeta, por sua vez, implicava pelo fato de retransmitir o sinal da CNT à contragosto porque, segundo sua diretoria, o público paulista não possui nenhum interesse em assistir uma programação de forte conteúdo regional paranaense, pois ela sempre valorizou os assuntos e os costumes de São Paulo desde quando entrou no ar em 1970.

Percebam, tudo se encaixa. O equívoco de um lado representou a decadência de outro, comparem a situação de ambas atualmente ("dever de casa" aos seguidores do blog). Tanto o Grupo Tele-TV quanto os Martinez poderiam sim terem formado uma harmoniosa sociedade para que, juntas, formassem uma quinta rede de televisão e que corresse por fora da guerra de audiência entre as poderosas Globo, SBT, Record e Band. Os interesses seriam conciliatórios: o Grupo Tele-TV era dona das cinco emissoras da ex-Rede Manchete (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza), herdou o quadro de funcionários da antecessora e tinha pressa para "entrar na briga", enquanto que a Família Martinez dispunha de uma rede com cinco estações geradoras (Curitiba, Londrina, Rio de Janeiro, Americana/Campinas e Campo Grande) liderada por um influente deputado federal que tinha cacife político suficiente para unir suas forças com as da dupla Marcelo & Amílcare na montagem dessa quinta rede de televisão e até para negociar o pagamento dos salários atrasados da Manchete, entre outras coisas. Ele era José Carlos Martinez.

Notaram que até hoje (antes da chegada do sinal digital) a CNT não tem sinal VHF em São Paulo como a Rede TV! não tem sinal VHF em Curitiba? Pois é! A CNT tinha até uma boa estrutura para permitir divisões de rede e cada geradora sua produzia programas de conteúdo local, coisa que a Rede TV! não tinha. No máximo, ela possuía uns pequenos escritórios nas capitais nordestinas onde uma pequena equipe de reportagem produzia matérias para o telejornal da rede, até porque a Justiça trancou os antigos estúdios da Manchete tanto em Recife quanto em Fortaleza, impossibilitando a produção regional e obrigando os telespectadores das duas cidades a assistirem o sinal gerado 100% de São Paulo (mas nada como um político nessa sociedade com a Rede TV! para ter resolvido essa pendenga). As atenções do Grupo Tele-TV eram voltadas exclusivamente na produção de programas da sede matriz em Alphaville, região nobre localizado na divisa São Paulo/Barueri.

Pesquisando a situação de CNT e Rede TV! na "transição de milênio", chego a conclusão de que, sim, ambas deveriam e mereciam se juntar e formar a quinta rede de televisão do Brasil, não fosse a pressa de Marcelo & Amílcare e a frustrante tentativa de expansão dos Martinez. Dessa forma, os problemas dessa sociedade seriam diminutos e seria uma opção generosa para um tipo específico de público que queria fugir da agressividade das grandes emissoras. Para isso, a Rede TV! deveria ter adiado sua estreia nacional para azeitar ainda mais os formatos de suas principais atrações (foram apenas 4 meses de preparação e o resultado foi catastrófico, afetando para sempre seu futuro destino), enquanto que a CNT prorrogaria até sábado, 3 de junho, sua despedida definitiva da TV Gazeta de São Paulo (originalmente, não houve tempo nem do Sérgio Mallandro fazer programa especial de despedida oficial) e entraria em hibernação por uma semana para se alinhar com a Tele-TV e montar uma grade experimental de um mês, cuja data ideal para a "inauguração" deveria ser 10 de julho do ano 2000. E ficaria a dúvida, qual seria o nome dessa rede: iam manter a marca "CNT" ou adotariam a nova denominação "Rede TV!"? Como "Rede TV!" é um nome extremamente óbvio para uma emissora de televisão, eu optaria pela já existente "CNT" e essa nova fase seria chamada de "Nova CNT, Renovando com o Brasil".

Vejam como seria essa quinta rede, a começar pelo conjunto de emissoras geradoras e algumas afiliadas importantes da época que ambas dispunham, pelo visto não ficaria nada a dever pra ninguém (e com o tempo essa rede iria crescer e muito):

São Paulo - canal 9 (Matriz Geradora)
Rio de Janeiro - canais 6 e 9* (Geradora)
Belo Horizonte - canal 4 (Geradora)
Recife - canal 6 (Geradora)
Fortaleza - canal 2 (Geradora)
Curitiba - canal 6 (Geradora)
Campo Grande - canal 2 (Geradora)
Goiânia - canal 6 (Geradora)
Campinas - canal 13** (Geradora)
Londrina - canal 7 (Geradora)

Porto Alegre - canal 4 (TV Pampa)
Brasília - canal 6 (TV Brasília)
Cuiabá - canal 5 (TV Rondon)
Palmas - canal 9 (TV Serra do Carmo)
Rio Branco - canal 11 (TV Gazeta)
Boa Vista - canal 12 (TV Norte)
Macapá - canal 8 (TV Equatorial)
São Luís do Maranhão - canal 6 (TV Cidade)
Imperatriz-MA - canal 5 (TV Capital)
Lages-SC - canal 10 (Sistema Catarinense de Comunicação)

* A Tele-TV era proprietária do canal 6, enquanto que a CNT gerava programação pelo canal 9. Este seria o único dilema da sociedade, mas o prédio gerador da General Padilha em São Cristóvão, seria mantido. O prefixo que tivesse melhor potência de penetração de sinal na capital fluminense seria a retransmissora oficial da nova rede, enquanto que a outra seria colocada a venda. Eu optaria pelo canal 6, já que o canal 9, cuja razão social é denominada até hoje TV Corcovado, devido a seu alcance limitado em algumas regiões do Rio de Janeiro, ou seria vendida ou voltaria a ser independente, como a TV Gazeta de São Paulo.

** Durante um período, o Ministério das Comunicações liberou o canal 13 de Campinas para que a CNT realizasse transmissões experimentais de seu sinal matriz para aquela região enquanto não era inaugurada a nova sede regional de Americana, cuja concessão de prefixo fora outorgada entre 98 e 99, o canal 23 (e posteriormente canal 52).

A fase experimental que estou simulando seria baseada em filmes de longa-metragem retiradas do lote de ambas e distribuídas em torno de uma grande transmissão esportiva. Como a Rede TV! havia anunciado a transmissão da Liga dos Campeões (ou Copa da UEFA como anunciou em seus "teasers") e não haveria tempo para mostrar uma partida sequer, poderia ter negociado com os detentores dos direitos de transmissão das competições UEFA uma troca: compensar a "ausência" da Liga dos Campeões 99/2000 na TV aberta pela exibição da Eurocopa 2000 (que originalmente não foi mostrada por nenhuma emissora aberta no Brasil), marcando assim a fase de testes da "Nova CNT" e anunciando a nova programação nos intervalos dos jogos (isso sem contar um grande trailer na abertura e no encerramento das atividades do dia).

Quanto a grade de programação definitiva, imaginem o cast de apresentadores que a rede teria a sua disposição, isso a partir de 10 de julho do ano 2000, segunda-feira. Veja como ficaria:

Segunda/Sexta
07h00 - Educativo
07h30 - CNT Notícias - noticiário de rede gerado de Brasília
08h00 - Galera da TV - com Andréa Sorvetão
10h00 - Programa da Lili - com Liliana Rodriguez (gerado do Rio de Janeiro)
12h00 - CNT Esporte - Edição Local
12h30 - RTV - Jornal Local
13h00 - Divisão de Rede: Jeannie é um Gênio e A Feiticeira (para quem não tivesse programas locais)
14h00 - A Casa é Sua - com Sônia Abrão (gerado de São Paulo)
16h00 - Mãe de Gravata - com Ronnie Von (gerado de São Paulo)
18h00 - Cadeia Nacional - com Luiz Carlos Alborghetti (gerado de Curitiba)
19h00 - RTV - Jornal Local
19h15 - Superpop - com Adriane Galisteu
20h45 - Jornal da CNT - noticiário de rede gerado de São Paulo
21h30 - CNT Esporte - Edição Nacional
21h45 - Faixa Variada - toda ela gerada de São Paulo:
Eu Vi na TV - com João Kléber (segunda) / Vida de Artista - produção independente (terça) / Família Sertaneja - com Marcelo Costa (quarta) / Cine Total (quinta) / Programa Gutto Moreno - com o próprio (sexta)
23h45 - CNT Economia - com Denise Campos de Toledo (gerado de São Paulo)
24h00 - Gabi - com Marília Gabriela (gerado de São Paulo)
01h00 - Perfil - com Otávio Mesquita (gerado de São Paulo)
02h00 - Cinema na TV
04h00 - Puro Êxtase - produção independente

Sábado
07h30 - Educativo
08h00 - Folclore do Japão - produção independente
09h00 - Pescadores do Brasil - produção independente
10h00 - Sessão Super-Heróis
12h00 - CNT Esporte - Edição Local
12h30 - RTV - Jornal Local
13h00 - Divisão de Rede: Jeannie é um Gênio e A Feiticeira (para quem não tivesse programas locais)
14h00 - Interligado - com Fernanda Lima (gerado de São Paulo)
16h00 - Tela Mágica ou Transmissão Esportiva
18h00 - TV Fama (gerado do Rio de Janeiro)
19h00 - RTV - Jornal Local
19h15 - Superpop Melhores Momentos - com Adriane Galisteu
20h45 - Jornal da CNT - noticiário de rede gerado de São Paulo
21h30 - CNT Esporte - Edição Nacional
21h45 - Festa do Mallandro - com Sérgio Mallandro (gerado de São Paulo)
24h30 - Perfil Especial - com Otávio Mesquita (gerado de São Paulo)
02h00 - Cinema na TV
04h00 - Puro Êxtase - produção independente

Domingo
07h00 - Religiosos e Televendas
11h00 - Sessão Super-Heróis ou Transmissão Esportiva
13h00 - Cowboy Brasil - produção independente
14h00 - Conexão Gospel - produção independente
15h00 - Conexão Sebrae - produção independente
15h15 - TV Costa Turismo - produção independente
16h15 - Zona de Aceleração - produção independente
18h00 - TV Escolha
20h00 - Friends
20h30 - Leitura Dinâmica (gerado de São Paulo)
21h00 - Bola na Rede - cada estado teria sua própria versão
23h00 - Show Business - produção independente com João Dória Jr.
24h00 - Tons do Brasil - com Plínio Oliveira (gerado de Curitiba)
01h30 - Cinema na TV
04h00 - Puro Êxtase - produção independente

Se levarmos em conta o volume de produção da CNT em três importantes praças (São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba), um considerável lote de filmes de longa-metragem e os artistas de apelo popular que a Tele-TV contratou para completar a programação, teríamos uma senhora quinta rede. Isso sem contar a parceria que a emissora paranaense firmara com a Confederação Brasileira de Vôlei, permitindo-lhe a transmissão das Superligas Masculina e Feminina, além da disposição em transmitir futuros campeonatos de futebol. Haveria programas para todos os tipos de público e esse projeto da "Nova CNT" que estou simulando seria bem-sucedido, o suficiente pra mídia considerá-la um "fenômeno de comunicação do ano 2000". Lógico que nos anos seguintes, a grade ia sofrer modificações, como qualquer outra emissora, com o entra-e-sai de importantes nomes do veículo.

Mas o destino quis o contrário, tanto a dupla quanto o político jamais fariam contatos. E se fosse de outro jeito? Os Martinez entrassem em contato com a Tele-TV, numa tentativa de manter-se no concorrido mercado paulista, meses antes de se despedir da TV Gazeta? Com um diálogo político a uma empresa sedenta por sucesso, o freio seria acionado e a quinta rede seria de fato a "televisão do ano 2000". É triste encarar os fatos. As tele-igrejas monopolizaram nossa televisão, a Rede TV! com uma grade parada no tempo é mais bem-sucedida na internet do que na própria TV, sem contar o arrendamento de horários a tele-evangelistas suspeitos e a CNT "flopou", submeteu-se as 22 horas diárias de arrendamento da TV Universal só pra bancar sua folha de pagamento (isso depois que José Carlos Martinez morreu num desastre aéreo em 2003).

Aliás, essa TV Universal, permeando a cada dia o poder público nacional, tá querendo monopolizar na marra o veículo usando sua ideologia religiosa fracassada e fraudulenta, mas não é pra tanto. Bastou primeiro ser proprietária da Rede Record, depois cria uma tal de Rede Família no interior paulista, na sequência gasta o que não tem pra manter a Record News no ar e não satisfeita, tem sua própria emissora 24 horas por dia para ainda arrendar tudo quanto é TV oxigênio pelo Brasil afora? Me perdoem os cordeirinhos do Macedão e seu genro (cuja ânsia pelo poder lhe credenciaria a corrida presidencial e ganharia na cara-de-pau), mas isso é extravagância demais (pra não dizer ostentação). Uma só emissora já basta. Por essas e outras é que defendo uma reforma legislativa nas telecomunicações brasileiras.

Moral da história: a pressa é inimiga da perfeição e CNT e Rede TV! poderiam ter sido uma ÚNICA emissora de televisão.

PS: Antes que eu me esqueça, agradeço a todos os seguidores por permitir com que este blog ultrapassasse a marca de 2 milhões de visualizações. Valeu demais!

terça-feira, 2 de março de 2021

HISTÓRIA: Dárcio Campos


Aos super-dotados fã-clubistas de plantão, obcecados de que a vida é um eterno programa de auditório, este post é dedicado a vocês. Na década de 70, um fenômeno de comunicação surgiu no rádio e na televisão de São Paulo a ponto da crítica especializada se dividir: uns acreditavam que ele seria o sucessor de Silvio Santos nos anos 80, outros criticavam que ela nada mais era uma cópia juvenil barata do dito cujo. Por acaso seus pais, seus tios e seus avós já ouviram falar de Dárcio Campos? Afinal, quem é Dárcio Campos? De planeta veio Dárcio Campos?

Segundo matérias antigas de jornais e revistas que eu pesquisei (além do magnífico livro do meu amigo Elmo Francfort Avenida Paulista 900 - A História da TV Gazeta, da Imprensa Oficial) e reuni neste post, Dárcio Campos era considerado jovem, comunicativo, divertido e bonzinho pelas suas fãs. Um homem de sorriso fácil, olhar triste, dono de um rosto com traços fortes, cabelos encaracolados desarrumados, tinha 1,95 m de altura, usava um figurino vistoso estilo esporte e uma voz macia quando dirigia uma mensagem a alguém. Era também dono de um estilo humanista de lidar com o público independente da idade, transmitindo a pureza e o carinho do homem do interior sendo que, de maneira correta, ele traduzia o sufoco e o desafogo do povo depois de um dia cheio de tarefas (trabalho e/ou estudos). Segundo ele próprio: "O povo é carente de afeto e precisava ser liderado com palavras positivas" e "A obrigação do comunicador e não manter o povo anestesiado".

Diante de tanta comparação com Silvio Santos, dizia que ele sempre se considerava mais artista e menos negociante. Seu fã-clube fazia a seguinte comparação: enquanto que Silvio Santos só se preocupava em vender carnês e dispensava a presença de "garotas feias" em seu auditório, Dárcio Campos era mais carinhoso e humanista. Outra característica de sua personalidade é a sua sabedoria oriental atrás das câmeras, o que levava a comer livros de autoajuda ligados a esse tipo filosofia e que lhe concedia uma paciência digna de um eremita chinês. Mas o mais curioso era que ele não gostava de comentar sua idade e detestava comemorar aniversário, porque, segundo ele, é que a partir do ato de soprar as velas, é que se revelam os adversários (invejosos em bom português).

Comecei este parágrafo perguntando: de planeta veio Dárcio Campos? Podemos dizer que ele veio do Planeta Chanty. Ele sempre abria seu chanty-programa seja no rádio ou na televisão dizendo mais ou menos essas seguintes palavras carregadas de gírias até hoje incompreensíveis: Alô minhas fofinhas, aqui é Dárcio Campos fazendo sua alegria, chegandinho no pedaço e falandinho ao seu coração! Um chanty-beijo para todas vocês! E nesse alto-astral quero mandar um chanty-abraço pra você que está no fonfonudo, eu sei que esse trânsito não está com nada e que a vida é dura, mas vá em frente, não perca a calma que a gente chega lá. E pra você minha comadre, que está passando roupa nesse quartinho apertado, sabe que daqui a pouco ele vai chegar em casa cansado e com fome, não esqueça de preparar aquele papanudo legal pra ele, hein? E agora é hora de colocar mais uma moedinha no cofrinho do chanty-sucesso! Para cantarolar aquela chanty-canção que você mais gosta, minha fofinha... José Augusto!!!

Nosso chanty-mor, Dárcio Campos Tarquínio, nasceu em 8 de setembro de 1945, era mineiro de Uberaba e vindo de uma família tradicional era descendente de italianos. Estudou no Colégio Marista de sua cidade e apaixonado pelo mundo das comunicações, conseguiu aos 12 anos de idade um emprego para trabalhar na Rádio Difusora de Uberaba. Lá, ele fez de tudo, foi sonoplasta, discotecário, operador de som, produtor, rádio-ator e, finalmente aos 16 anos, tornou-se locutor. Paralelamente, chegou a fazer teatro e cursou Faculdade de Direito até o segundo ano. Participante ativo da política estudantil, tornou-se vice-presidente da União Estudantil de Uberaba e iria dirigir a União Colegial de Minas Gerais quando em 1964 estourou a "Revolução" (para uns) ou "Golpe" (para outros): os militares assumiam o Governo. Seu papel era ligar a classe universitária e o meio secundarista com a política da região, ou seja, juntava aquilo que estava aparentemente separado.

Percebendo as dificuldades de crescer na vida em sua terra-natal, em 1965, Dárcio Campos tentou a sorte em São Paulo e conseguiu um trabalho na antiga Rádio São Paulo atuando como rádio-ator, disc-jóquei e locutor. Seu vozeirão chamou tanto a atenção que ele foi convidado para gravar comerciais e dublar séries e desenhos animados da época. Até que em 1969, a Rádio Record o contratou para assumir o horário nobre vespertino com um programa diário de duas horas de duração só pra dele. Édson Guerra, então recém-empossado diretor artístico da estação, foi o grande responsável pela vinda de Dárcio Campos ao rádio paulista dentro de um plano de reformulação da programação da rádio. Aos poucos, com seu raciocínio rápido, improviso ao abordar o cotidiano e a experiência desde sua cidade-natal, tornou-se líder de audiência e foi chamando a atenção da alta-cúpula da emissora que em 1973 assumiu a direção artística da Rádio Record. Vencendo e prosperando na vida, em 1975, ele cria sua própria firma, a DC Publicidade e Promoções Artísticas, responsável pelo financiamento e organização de shows, festivais musicais e peças teatrais. Contava com uma equipe de 35 pessoas e seu escritório era localizado no bairro do Ibirapuera.


O sucesso no rádio permitiu a TV Gazeta de São Paulo fazer o convite irrecusável para ele comandar um programa de televisão nas tardes de sábado. Ele aceitou porque, segundo seu ponto de vista "programa de sábado à tarde é para as pessoas que começam a manhã trabalhando, depois começam a parar e entrar no lazer bem devagar". E assim em 2 de outubro de 1976, nascia o Programa Dárcio Campos, inaugurando o complexo de produção do estúdio-plateia no 8º andar do Edifício Cásper Líbero. A versão televisiva de seu programa de rádio contava com algumas curiosidades: tinha um produtor argentino chamado Amilcar de Dall e ele teve a ideia de montar um cenário todo feito com forminhas metálicas coloridas de doces de festa para gerar um belíssimo efeito no vídeo, já que a emissora contava com um orçamento muito limitado em termos de cenografia.

O Programa Dárcio Campos fez tanto sucesso, sendo uma das maiores audiências da TV Gazeta atingindo de 2 a 3 pontos em São Paulo, que em 1977 passou a ser exibido em vídeo-tape para as emissoras independentes de Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista e Juiz de Fora. E não bastando isso, o produtor Amilcar de Dall chegou a organizar três edições especiais do programa gravados totalmente em espanhol e exibidos para as emissoras do Chile e da Espanha. A repercussão era tanta que o apresentador contava com uma equipe de segurança pessoal que não cuidava só dele, mas também dos artistas convidados e participantes em geral.

O esquema do programa era bem básico e típico dos shows de auditório da época: nada era planejado, tudo era espontâneo. Ele entrava no palco cumprimentando a plateia e os telespectadores com aquele gesto característico do Dr. Spock de Jornada nas Estrelas, levantando as mãos e abrindo os dedos formando um "V" sob o lema: "Somos a geração Chanty, onde a inteligência é a força!". As atrações musicais contava com cantores de "segundo time", cujas músicas tocavam sem parar nas rádios da época, o que era garantia absoluta de vendagem de discos, e Dárcio sempre respeitava o gosto popular da sua audiência, mas inseria de vez em quando algum hit de um cobra da MPB. Quem decidia o repertório era o público que enviava uma média de 900 cartas por dia e todas elas eram respondidas na medida do possível. Seu público-alvo era composto por garotas adolescentes de baixa renda, empregadas domésticas, senhoras de idade e até crianças. O programa era ao vivo e ia pro ar das 14 às 17 horas, mas as moças já faziam fila no Edifício Gazeta desde as 7h30 da manhã, todas elas tratadas igualmente, sem distinção de classe, profissão ou beleza.


Ainda em 1977, chegou a gravar um compacto simples com as músicas Fique Mais um Pouco e Se Você Soubesse. Fez até uma participação numa música de Lindomar Castilho, Minha Mãe, Minha Heroína. Seu carisma chamou a atenção de outras emissoras e em março de 1978, volta pra Record, mas precisamente na emissora de TV para comandar a nova programação de sábado. Seu programa agora requentado com disputa entre calouros e diversos concursos passa a ser exibido mais cedo, das 11 às 14 horas, e gravado com dois dias de antecedência, permitindo ao apresentador visualizar a gravação e acompanhar o processo de edição e pós-produção antes de ir para o ar. O sucesso é garantido e em fevereiro de 1979, um fato tornou-se o divisor de águas na carreira de Dárcio Campos: seu programa passou a ter o patrocínio exclusivo da Fábrica de Móveis Brasil, uma grande loja de móveis e utilidades domésticas (as Lojas Marabráz da época e que ainda existe!) que investia pesado em divulgação publicitária e que desde 1973 firma parceria com a TV Record estampando sua marca como patrocinadora principal da linha de shows e filmes, mesmo possuindo apenas oito unidades na capital paulista. O contrato vigoraria até 1981, mas em 10 de fevereiro de 1979, o estabelecimento aproveita sua entrada no programa para anunciar um grande lançamento: o Carnê Brasilino, que distribuía prêmios através da Loteria Federal entre outras coisas.


Na véspera do programa ir ao ar, o VT gravado para ser visualizado por Dárcio Campos misteriosamente desapareceu. Horas depois, uma cópia do programa apareceu na sala de vídeo-tape do canal 7 e quando ele e a equipe foram assistir tiveram uma surpresa desagradável: o programa sofrera sensíveis cortes de tudo aquilo que fizesse referência ao tal carnê. Motivo: a TV Record já era sócia do Grupo Silvio Santos desde 1976 e o Carnê Brasilino era visto pela alta-cúpula do conglomerado (leia-se Silvio Santos) como uma ameaça a hegemonia do Carnê do Baú da Felicidade, até porque ambos os carnês eram bem similares. Pressionada, a emissora mandou editar o programa todo e Dárcio Campos, esperto, pediu demissão e seu programa nem sequer foi ao ar, ele acabou assinando contrato com a Brasilino Promoções, uma firma dirigida por Dorival Batista de Seta, que por sua vez tornou-se produtor da DC Publicidade e Promoções Artísticas. A FMB entrou na Justiça processando o GSS e a TV Record por perdas e danos e sob acusação de abuso de poder econômico, exigindo o pagamento de uma indenização na época de Cr$ 70 milhões.


Firmada a sociedade, Dárcio Campos tornou-se garoto-propaganda da Fábrica de Móveis Brasil e com isso, a loja conseguiu alugar o horário vespertino das tardes de sábado da Rede Bandeirantes a partir de abril de 1979, entre 14 e 18 horas, para finalmente poder divulgar as vantagens do Carnê Brasilino, além de tentar conquistar o Brasil inteiro já que a Band estava formando sua rede nacional e montando uma nova programação. Mesmo após o programa, que era ao vivo, Dárcio permanecia no estúdio-platéia da emissora no bairro do Morumbi até às 22 horas, contagiado pelo astral da plateia e dando a maior atenção a todos que foram vê-lo. Imediatamente, a empreitada colhe bons resultados: são vendidos 14 mil Carnês Brasilino por mês, gerando assim um faturamento mensal de Cr$ 50 milhões. Só que em maio leva uma ducha de água fria: a TV Record vai a forra e entra com uma ação na Justiça contra a Fábrica de Móveis de Brasil denunciando-a por abuso de poder econômico e quebra o contrato de publicidade com o estabelecimento que tinha ainda validade para mais dois anos. O sonho de Dárcio Campos em se tornar o sucessor de Silvio Santos tinha acabado, não fosse o tal carnê cujo caso iria parar nos tribunais, talvez Luciano Callegari jamais precisaria de um Gugu Liberato (embora este blogueiro tenha ainda grande admiração, respaldo e carinho afetivo pelo finado apresentador) para dividir os domingos com o Abravanel.

Em dezembro de 1980, a queixa-crime da Fábrica de Móveis Brasil foi aceita pelo CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica e o caso foi parar nos tribunais. O Baú da Felicidade foi acusado de exercer "abuso de poder econômico, dominando o mercado, eliminando quaisquer tipo de concorrência e exigência de exclusividade de propaganda publicitária". O processo renderia até 10 mil salários mínimos da época se as denúncias fossem comprovadas. Hélio Ansaldo, então diretor da TV Record, foi intimado a prestar depoimento as autoridades e acabou confessando o crime de pratica da concorrência desleal, alegando ajustamento com o Grupo Silvio Santos. Hélio (já falecido) tentou convencer os produtores do programa a não mais citarem o Carnê Brasilino, do contrário, atenderia a ordem de editar o programa. Numa ação ordinária da Rádio Record contra a DC Publicidade e Promoções Artísticas, a emissora confessa os cortes com a intensão de impedir o lançamento do carnê. Diante disso, o CADE confirmou o envolvimento da TV Record no caso, mais até que o Baú da Felicidade, e cogitou-se até na possibilidade de puni-la cassando as concessões da emissora. Diante da morosidade judicial, do fim dos programas populares da Band com a entrada de Walter Clark e das consequências da fama, tendo sua imagem imediatamente relacionada a Fábrica de Móveis Brasil e seu Carnê Brasilino, Dárcio Campos volta para a TV Gazeta em junho de 1981, com um estilo de programa sensivelmente modificado: do "popularesco" para um nível pouco mais elevado, passando a ter mais entrevistas e contando com uma plateia formada por apenas 60 pessoas. "Eu troco a fama pelo prestígio", alegou ele na época.

Em 1982, deu um tempo na televisão para voltar as origens. Aceitou uma proposta irrecusável da saudosa Rádio Globo, líder de audiência em São Paulo, para integrar o grande times de comunicadores que a rádio estava formando em sua grade: Eli Corrêa, Afanásio Jazadji e Osmar Santos. E foi em março do mesmo ano que finalmente saiu o veredicto do Caso Brasilino: a TV Record foi condenada a pagar uma multa de Cr$ 200 mil por agir "legitimamente em defesa de seus direitos" impedindo assim a divulgação do Carnê Brasilino. Dárcio, segundo seus advogados, teria o direito de receber uma indenização de cerca de Cr$ 40 milhões, isso porque foi constatado que em 1979 ele foi obrigado a gastar mais pela multa rescisória com o canal 7 (quando se mudou para a Bandeirantes) do que ele pagava pelo aluguel de horário. Paralelo aos acontecimentos, Dárcio foi contagiado pelo clima de redemocratização da política brasileira e, relembrando os tempos de grêmio estudantil de sua Uberaba, afiliou-se ao partido governista PDS por se identificar com o programa de governo e atendendo um convite do então governador paulista Paulo Maluf, quis concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo candidatando-se a Deputado Estadual. Mas voltou atrás e influenciado pelos colegas de profissão para não interromper a emissão de seu programa de rádio em período eleitoral, que liderava a audiência no horário, passou a apoiar o PMDB nos showmícios de Franco Montoro, eleito governador na oportunidade.


Dárcio Campos, mesmo no ar com seu programa de rádio, revelou-se Malufista notável ao apoiá-lo na campanha presidencial do Colégio Eleitoral em 1984, pra Governador em 1986 e 1990. Sua candidatura a Deputado Estadual só saiu em 1986, sem sucesso, tentou ser Vereador por São Paulo em 1988 pelo PSD, ficou pelo caminho novamente. O jeito era continuar com os programas de rádio, passando pela Rádio Capital em 1986 e pela Rádio Gazeta em 1989, terminando na Rádio Atual nos anos 90 onde exerceu o cargo de diretor artístico. Na televisão, retornou a Rede Bandeirantes em 1984 onde comandou discretamente dois programas esquecidos pela emissora: Sábado Feliz, que era um programa infantil exibido aos sábados pela manhã, e Batalha do Amor, uma gincana sobre relacionamento em que dividia a apresentação com Baby Garroux.

Na intimidade, Dárcio Campos colecionava carros importados, sua mansão contava com oito empregados cujos quartos tinham um televisor cada e zelava pela sua saúde física fazendo sessões diárias de sauna, cooper e muita ginástica. Solteirão por quase toda a vida, a fila andava para ele, com tantos namoros todos eles mantidos em sigilo absoluto, mas teve uma consequência terrível. Em 28 de agosto de 1995, Dárcio Campos morreu de Aids aos 49 anos em sua terra natal, Uberaba, Minas Gerais. Esquecido por uns, lembrado por outros, Dárcio deixava o Planeta Terra para morar para sempre no Planeta Chanty, terra da eterna juventude e sabedoria, a força que ele sempre pregava no rádio e na televisão. Uma pena que quase nada do programa dele restou na preservação da nossa escassa memória da TV brasileira, apenas alguns vídeos no YouTube sobreviveram. A ele, esquecido pelas gerações atuais, rendo esta chanty-homenagem no chanty-blog ÊHMB De Olho Na TV.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

ESPECIAL: Balanço da Televisão Brasileira em 2020


O ano que passou se torna impossível de a gente traçar um balanço detalhado sobre a TV brasileira, ainda mais apontando os seus "melhores destaques". A pandemia da Covid-19 mostrou o quanto este pobre veículo está completamente despreparado para um momento tão devastador que o mundo e a sociedade estão vivendo até o momento e isso transparece o domínio de SOCIOPATAS desmandando no veículo e interessados em números de audiência e quantias de dinheiro ao invés do conteúdo da programação e da qualidade de seus quadros profissionais. E pensar que era justamente o ano em que atingia sua sétima década no ar. Metaforicamente, é como se um senhor de 70 anos de idade recém-completados fosse contaminado pelo vírus, recusasse ajuda hospitalar, permanecesse na relutância acreditando que está se sentindo bem, que aquilo não é nada, acusa o Grupo Globo de "inventar essa tal epidemiazinha" ao mesmo tempo em que se derrete de amores a um escroto e desgraçado que desonrou o cargo de Presidente da República. Esse é o retrato da televisão brasileira em 2020. Aliás, nosso país não precisa mais de um Sassá Mutema, necessita mesmo é de um Lee Harvey Osvald. Entendedores entenderão.

desisti dos meus sonhos acerca da TV, não quero me submeter a tendência atual da forma que se produz conteúdos hoje em dia. O amor acabou. A ignorância e a falta de consciência de uma epidemia que matou até agora quase 200 mil pessoas neste país foge do controle. Enquanto isso, só se pensa em criar conteúdos para massagear o ego de minorias mimadas e um tanto mimizentas sócio ideologicamente, que se acham "vítimas da sociedade" por pouca coisa, sob pretexto de ceder pressões. E um bando de nerds, que enfestaram os núcleos digitais das grandes emissoras com fome e sede de interatividade, apenas batem palmas achando o máximo. E o resultado tá aí: a Band está totalmente em frangalhos, a Globo está praticamente se suicidando, a Record usa o poder público para se monopolizar, a Rede TV! só fica babando ovo de um presidente paranoico e o SBT só pensa naquilo: santifica seu Patrão Superstar. A visão para 2021 não é das melhores, pelo contrário, é desanimadora e tende a piorar ainda mais. O revoltante é saber que técnicos, profissionais e artistas dessas emissoras se expõem todos os dias trabalhando sob o risco da contaminação e os casos vêm surgindo, enquanto que os executivos, gananciosos que são, ignoram o assunto.

Não adianta expressar desejo por mudanças porque o mercado consumidor (enfestado de galhofeiros) não deixa, que quer que as coisas estejam como estão para "acompanhar a evolução da sociedade". Na verdade o que vemos é uma "desvolução", provocada pela popularização desenfreada das redes sociais e da digitalização em si. O predomínio absoluto dos consumidores de audiovisual é gente da faixa etária de 13 a 26 anos, praticamente pré-adolescentes mentais, nerds com espinha na cara e hormônios à beça, que nunca levam nada à sério, adoram zoar conteúdos a eles recomendados e compartilhados e vivem uma vida dupla: diante dos pais se comportam de uma forma, mas em seus smart-phones se convertem em lobos em pele de cordeiro. Juntos, são capazes de formar as mais variadas panelinhas que se possa imaginar, panelinhas estas que estão moldando a sociedade. Parece que a Globo está se voltando a esse tipo de público lacrador, jogando na lata do lixo todo o legado deixado por Boni e até por Hans Donner, já que todo visual gráfico vai sofrer uma radical regressão só para se adaptar a "internetização" da TV e adaptá-la como segunda tela (ou, na pior das hipóteses, terceira tela).

Bem, os top 10 dos mais assistidos nacionalmente serão divididos em duas partes: uma com os conteúdos inéditos, jornalísticos, realities e programas ao vivo e um outro com conteúdos enlatados, reprises e versões compactas. Ou seja, em caráter excepcional, cada rede terá dois top 5 seguidos de suas melhores pontuações nacionais registradas em 2020. Como todos os anos é bom a gente fazer a seguinte explicação: através do Painel Nacional de Televisão (PNT), o instituto Kantar-IBOPE mediu os 10 programas de maior audiência da semana das cinco grandes redes de TV em 15 cidades brasileiras de domingo a domingo entre 06h00 e 05h59. O "universo" adotado foi de 26 milhões de domicílios e 70,3 milhões de telespectadores, sendo assim um ponto de audiência equivalendo a 1% deste respectivo universo. As 15 praças pesquisadas foram Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Mas nem sempre esse "universo" traduz em tempo real o que o telespectador está assistindo, muita gente se vale apenas aos 700 domicílios confidenciais da Grande São Paulo que se submetem a utilização de tecnologias ultrapassadas e pré-jurássicas do instituto, que poderia muito bem entrar de cabeça na "era digital" obrigando a instalação de um aplicativo seu em aparelhos smart para contabilizar os views de conteúdo em streaming e em tempo real das emissoras abertas e pagas (bem como a realização de pesquisas socioeconômicas e de opinião pública com o máximo de conforto e segurança).

Antes dos rankings, uma cutucada no IBOPE: como pode esse instituto estar parado no tempo desde os anos 90? Para satisfazer os caprichos de diretores (e apresentadores) ainda dependentes dessa "droga letal"? Os rankings publicados semanalmente em sua página na internet não se moldam a atualidade real de um veículo tão maltratado por sociopatas que é justamente a televisão. Um exemplo é ainda usar a denominação Praça-TV 2ª Edição para os telejornais locais da Globo, o correto seria seu PC central deles configurá-los para a denominação atual, "Praça-2", o que seria mais coerente. E mais, como pode contabilizar separadamente a audiência dos programas de sábado com os de segunda à sexta? Se um programa vai ao ar de segunda à sábado, contabiliza tudo, ora essa, e se um programa tiver longa duração, pra quê dividir em partes (a não ser em segmentos, uns diferentes dos outros)? Tão querendo beneficiar Band e Globo? Como denuncio todos os anos aqui neste blog, ainda tem muita sujeira escondida por debaixo desse tapete do Montenegro. CPI NELES! Agora sim, vamos aos rankings:


Rede Bandeirantes

Conteúdos inéditos:
1) Brasil Urgente - 3,7 pontos
2) Jornal da Band - 3,6 pontos
3) MMA - 2,7 pontos
4) Jogo Aberto - 2,5 pontos
5) Masterchef Brasil - 3,3 pontos

Conteúdos enlatados:
1) Lei & Ordem - 4,5 pontos (recorde do ano)
2) Operação Implacável - 3,8 pontos
3) Cine Band - 4,0 pontos (com o filme Robin Hood, o Príncipe dos Ladrões em 12 de abril)
4) Cineclube - 2,9 pontos (com o filme Reaprendendo a Amar em 29 de abril)
5) Orange Is The New Black - 3,9 pontos


Rede Globo

Conteúdos inéditos:
1) Jornal Nacional - 34,2 pontos (recorde do ano)
2) Praça-2 - 32,0 pontos
3) Amor de Mãe - 34,1 pontos
4) Salve-se Quem Puder - 31,4 pontos
5) Futebol de Quarta-Feira: Estaduais, Brasileirão e Copa do Brasil - 27,0 pontos (com o jogo Flamengo x Barcelona-EQU em 11 de março)

Conteúdos enlatados:
1) Fina Estampa - 33,5 pontos
2) Totalmente Demais - 31,7 pontos
3) A Força do Querer - 27,6 pontos
4) Haja Coração - 24,5 pontos
5) Vale a Pena Ver de Novo: Êta Mundo Bão - 24,9 pontos


Rede Record

Conteúdos inéditos:
1) Jornal da Record - 10,0 pontos
2) Domingo Espetacular - 9,9 pontos
3) Amor Sem Igual - 8,9 pontos (audiência individual de cerca de 3 milhões de telespectadores)
4) Hora do Faro - 8,9 pontos (audiência individual de mais de 2,9 milhões de telespectadores)
5) Cidade Alerta - 8,5 pontos

Conteúdos enlatados:
1) A Escrava Isaura - 9,3 pontos
2) Apocalipse - Edição Especial - 7,2 pontos
3) Cine Maior - 8,7 pontos (com o filme Velozes e Furiosos VII em 1º de março)
4) Jesus - 7,6 pontos
5) O Rico e o Lázaro - 8,3 pontos


Rede TV!

Conteúdos inéditos*:
1) Encrenca - 4,5 pontos (recorde do ano)
2) João Kléber Show - 2,4 pontos (audiência individual de mais de 816 mil telespectadores)
3) Operação de Risco - 2,4 pontos (audiência individual de mais de 761 mil telespectadores)
4) Mega Senha - 1,4 pontos
5) Alerta Nacional - 2,4 pontos (audiência individual de mais de 822 mil telespectadores)

* A emissora optou em manter a produção de conteúdos inéditos de toda sua programação em pleno pico da pandemia, dispensando assim as reprises. Mantive os cinco mais assistidos.


SBT

Conteúdos inéditos:
1) Roda a Roda Jequiti - 9,8 pontos
2) Sorteio da Tele Sena - 10,0 pontos (audiência individual de mais 3.572.300 telespectadores)
3) Cupom Premiado do Baú - 10,0 pontos (audiência individual de mais de 3.510.400 telespectadores)
4) Eliana - 9,3 pontos
5) As Aventuras de Poliana - 9,1 pontos

Conteúdos enlatados:
1) Programa Silvio Santos - 11,1 pontos
2) A Praça é Nossa - 8,9 pontos
3) Chiquititas - 8,6 pontos
4) Cúmplices de um Resgate - 8,3 pontos
5) Quando Me Apaixono - 7,0 pontos

Um adendo: de 1º de janeiro a 15 de março de 2020, foram dias absolutamente "normais" para a televisão brasileira. Mas de 16 de março adiante, com o anúncio de que o Brasil declarava "estado de calamidade pública" (ou lockdown para os íntimos) ao ser atingido pelo surto da Covid-19, o veículo sofreu um grave revés até porque, repito, estava completamente despreparado para um momento com este. A solução foi demitir pessoal, apelar para reprises, compactos, encerrar temporariamente os núcleos de dramaturgia e de esporte, requentar o jornalismo e reforçar os enlatados (sejam eles filmes, séries, desenhos animados, documentários e novelas estrangeiras) previamente dublados devido ao custo viável. Uma crise como esta que não acontecia em 30 anos, quando o povo foi obrigado a apertar o bolso perante o pacote de medidas estabelecidas pelo Plano Collor. E o que é pior, pode delongar se grande parcela da população (e de certas emissoras que não se tocam) persistir na omissão e na ignorância. E tome lockdown.


Quanto aos rankings, vocês já devem ter reparado na ausência de dois realities-show que renderam muito pano pra manga nas redes sociais em 2020 (ainda mais com essa pandemia), Big Brother Brasil e A Fazenda, e isso tem fundamento. O BBB da Globo foi apenas o 12º programa mais assistido da emissora (ficando de fora do top 10 total), enquanto que o da "emissora de placa de igreja" foi o nono. Considerando a metodologia que adotei em distinguir os conteúdos inéditos dos enlatados, essa cópia malfeita de realities de confinamento (e altamente previsível) foi o sexto programa de conteúdo inédito mais assistido da Record. Sua previsibilidade foi tal que não era de se esperar que seria responsável pelo recorde de audiência do ano à emissora e isso aconteceu: 13,2 pontos na semana final. O único reality que aparece nos rankings acima é o ultra desgastado Masterchef Brasil da Band, que beliscou a quinta posição dos conteúdos inéditos mais vistos por uma emissora que camufla nos bastidores um conflito familiar pela sua posse.

Voltando aos enlatados, esse foi o quebra-galho de muita grande rede por aí. A Band, por exemplo, reforçou as noites de sábado com um monte de seriados importantes e vem obtendo boa audiência, enquanto que as outras redes deixam as séries para os Netflix da vida e apelam para os longas-metragens. Já o SBT (além de outras emissoras pelo mundo) levou um duro golpe da Televisa ao ser aconselhado a suspender por tempo indeterminado a exibição de Chaves, até que se resolva a pendenga judicial entre a rede mexicana e o Grupo Chespirito. O filme mais assistido da TV brasileira este ano foi Pantera Negra, cartaz de Tela Quente da Rede Globo, exibido em 31 de agosto, marcando 24,3 pontos de audiência. Na Record, o filme de maior audiência foi Velozes e Furiosos VII, cartaz do Cine Maior em 1º de março (um tapa-buraco dos mais pertinentes, pois atrai um público mais segmentado e exigente, cansado da mesmice dos programas de auditório de domingo), atingindo 8,7 pontos. Enquanto que no SBT, o filme Stuart Little II, exibido em 24 de janeiro na sessão Tela de Sucessos, foi o seu longa mais assistido com 8,1 pontos. A Band, por sua vez, obteve generosos 4,2 pontos de audiência ao exibir em 29 de março o filme O Vingador do Futuro, cartaz de Domingo no Cinema.

Outro setor que sofreu com a pandemia foi o futebol, que ficou quatro meses paralisado, e provocou uma reviravolta no que diz respeito a aquisição de direitos de transmissão. O SBT saiu do óbvio e presenciou sua maior audiência em 2020 na surpreendente exibição em rede nacional do Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca em 15 de julho, marcando 15,3 pontos, atraindo inclusive o público paulista. Para o nojo de Silvio Santos, internado em sua mansão e relegado ao Mal de Alzheimer, que viu seu programa ser desbancado da liderança do ranking SBTista, o fã-clubismo foi deixado de lado e, estimulada, a direção agiu como adulto e adquiriu, conforme eu aconselhei neste blog 10 dias antes, a transmissão da Copa Libertadores da América e sem nenhum regionalismo, dando a dimensão nacional do começo ao fim que o evento merece. Porém, o jogo de futebol mais assistido do ano foi na Globo e valendo justamente pela Libertadores (pouco antes dela devolver os direitos à Conmebol), entre Flamengo e Barcelona de Guayaquil em 11 de março, registrando 27,0 pontos. Mas ainda muita coisa precisa ser feita como melhorar sua equipe e adquirir mais eventos assim que a pandemia passar, até porque presenciamos algo constrangedor: a pressão da mídia (e que age como torcida organizada ao abordar o SBT) em alcançar pontuações maiores com o futebol, isso quando a Record bancou a espertalhona e lançou às pressas a nova temporada de A Fazenda para neutralizar público e anunciantes. Nem mesmo a transferência das transmissões para as terças na fase de mata-mata elevou o SBT ao segundo lugar, apesar da audiência satisfatória que vem conquistando no retorno ao setor, sendo a 11ª atração mais assistida da emissora. Para essa mídia, o que interessa é a CAMISA e o IBOPE e não o artista e o conteúdo em sua essência.


Para este e os próximos anos da terceira década do Século XXI (sob o risco real de ser desperdiçada), proponho algumas ideias para tentar melhorar o comportamento e a visão das nossas pobres emissoras de TV, por mais que estas jamais serão lidas, compreendidas e colocadas em prática:

* Todas as companhias distribuidoras deveriam se reunir juntamente com representantes das redes de TV do Brasil, interessadas no assunto, para negociar a compra de lotes de filmes de longas-metragens inéditos e liberados para a TV aberta, desde que sejam divididos em partes iguais para cada uma dessas emissoras de acordo com interesse no enredo das fitas e condições financeiras. E que esses filmes sejam exibidos em primeira mão na TV ao longo da temporada corrente, sem deixar expirar o prazo.

* Ao determinar uma quantidade diária de horários dedicados a produção audiovisual nacional, que vai de filmes antigos, produções locais (feitas pelas próprias emissoras) e essas séries disponíveis em plataformas streamings e canais pagos, as TVs abertas deveriam dedicar um espaço a exibição semanal de longas nacionais e também dessas séries terceirizadas, porém exibidas em horários preestabelecidos pela classificação indicativa devido a liberdade de abordagem de temas fortes e assuntos polêmicos.

* As federações de futebol deveriam ter autonomia total em comercializar os direitos de transmissão dos campeonatos de futebol no Brasil, deixando assim de serem "escravas" das grandes redes, oferecendo assim pacotes de jogos tanto para emissoras abertas, quanto para as pagas, de acordo com os horários que encaixem em suas respectivas programações. Além disso, essas federações deveriam contratar serviços de TV para serem responsáveis pela geração de imagens dos jogos e, principalmente, oferecer garantias de infraestrutura para as emissoras de rádio e TV poderem transmitir esses jogos in loco.

* Uma lei em trâmite que pode proibir programas policiais depois das 6 da manhã e antes das 22 horas, poderia mudar os hábitos do telespectador, mas duvido que entre em vigor porque a ala evangélica da Câmara dos Deputados (leia-se IURD) não quer que o Cidade Alerta saia do ar ou mude de horário para sacrificar as atrações semanais da Record. Mas mudar de horário até que seria uma boa (para tentar domar a vaidade desses sociopatas que jamais se desapegam de tal para interesses ibopísticos): imaginem a Band esperando o fim da novela Global para pôr no ar o Brasil Urgente no horário nobre, o Alerta Nacional da Rede TV! também (se não fosse a pandemia, o Sikeirinha seria o "fenômeno de comunicação" de 2020) e o SBT teria a madrugada inteira à sua disposição para exibir o Primeiro Impacto.

* A forma e a metodologia de medição de audiência na TV deve ser totalmente modificada, como frisei parágrafos atrás, desde que a chamada "dança dos números" minuto a minuto não seja mais disponível a pessoas do ramo. Deveria ser criada um lei federal proibindo a utilização de terminais do IBOPE, tanto para uso profissional, quanto para uso doméstico, e sua divulgação pela mídia segmentada, nem mesmo via internet. Os números e notas oficiais das disputas horárias entre emissoras e seus programas só seriam divulgados 24 ou 48 horas depois exclusivamente pelo instituto.

Conclusão: somente a criação de leis para melhorar a TV brasileira para que os executivos da classe possam criar juízo.


Para terminar, o top 20 dos sucessos musicais brasileiros de 2020, todo dominado pelo sertanejo universitário (um pouquinho mais tolerável que esses pancadões libidinosos da vida que pilham a vizinhança todo final de semana), que fazem apologia ao alcoolismo desenfreado para curar "dor de corno". A lista é derivada da parada semanal da Crowley Broadcast Analysis, uma empresa que monitora digitalmente mais de 90% das emissoras de rádio do Brasil, equivalente a cerca de duzentas estações, de todas as regiões do país e contabiliza as execuções das músicas, a partir de um mapeamento durante o período comercial (de segunda a sexta, das 7 da manhã às 19 horas). O número final gera o Brasil Hot 100 toda semana, com as músicas mais ouvidas no país, dos quais contabilizo apenas os 10 primeiros colocados. Confiram abaixo como ficou o "playlist da pandemia", especialmente para o Higor Vieira, de Franca, e Gian Carlos, de Cascavel:

1) A Gente Fez Amor - Gusttavo Lima
2) Com ou Sem Mim - Gustavo Mioto
3) Graveto - Marília Mendonça
4) Barzinho Aleatório - Zé Neto & Cristiano
5) A Vida é um Rio - Raffa Torres
6) Asas - Luan Santana
7) Pulei na Piscina - Guilherme & Benuto
8) Liberdade Provisória - Henrique & Juliano
9) Pisadinha - Diego & Victor Hugo feat. Raí do Saia Rodada
10) Alô Ex-Amor - João Bosco & Gabriel
11) Declaração pro Bar - Guilherme & Benuto
12) Litrão - Matheus e Kauan
13) Segunda Taça - João Bosco & Vinícius feat. Matheus
14) Alô Ambev (Segue Sua Vida) - Zé Neto & Cristiano
15) Ai Eu Bebo - Maiara & Maraísa
16) Saudade em Gotas - Yasmin Santos feat. Wesley Safadão
17) Bebi Minha Bicicleta - Zé Neto & Cristiano
18) Rita - Tierry
19) Água com Açúcar - Luan Santana
20) Encontro de Erros - Pixote

Não posso encerrar o post sem destacar pontos positivos e negativos para a classe #TBT de YouTubers, da qual eu me incluo. O ponto negativo foi a suspensão do canal Pedro Janov por violação de direitos autorais denunciados pelo Grupo Globo, que ameaçou patrulhar o YouTube alegando "pirataria", mas o nosso amigo Danilo Rodrigues não se abalou e criou um novo canal, Pedro Janov e Seu Arquivo de Vídeos. Dois pontos positivos merecem destaque: o surgimento do Canal do Bocão, do ex-câmera do SBT Javier Malavasi, roqueiro e cervejeiro, gente fina pra caramba, onde explora seu acervo caseiro e mostra uma infindável quantidade de reportagens que ele fez com grandes jornalistas, e o canal Horário Nobre, de Rodrigo Callegari, que aproveitou a pandemia para registrar para a posteridade uma série de vídeos contando a história de seu pai, que é ninguém menos que o gênio da televisão Luciano Callegari.

Apesar do pessimismo, caminhemos rumo a felicidade!
#PorUmaTVMelhor

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

OPINIÃO: Crônica de um Ano Jogado Fora


Antes, um esclarecimento importante: com tanta grade de programação para digitar e produzir para serem publicadas neste blog, não estou dando mais conta da quantidade mensal de programações antigas que ainda serão postadas por aqui. Também outros episódios me impediram de preparar os posts com antecedência: minha irmã resolveu morar com a minha mãe nessa época de pandemia e pedia emprestado todo dia meu notebook para as atividades escolares (tirando um tempo precioso para o meu canal no YT e para este blog), até que um dia o HD parou de funcionar. Felizmente troquei o HD e continuo tocando em frente meu canal no YT, porque se eu tomasse conta dos dois ao mesmo tempo, minha cabeça não ia aguentar. As programações só voltarão de onde pararam, em dezembro de 2021, mas os posts de opinião sempre aparecem (bissextos, mas aparecem), portanto fiquem atentos.

Bem, para o novo ano que vem aí, não deposito esperança nenhuma, vai ser mais do mesmo, uma continuidade de que nada irá para a frente, pelo contrário, tudo está dando pra trás. O risco de uma década inteira ser desperdiçada por causa da pandemia é enorme. Infelizmente, os sociopatas venceram de novo e se revelaram em plena pandemia, pelo menos aqui no Brasil, uma nação muito despreparada desde o início quando a Covid-19 se intensificou. Tudo por causa de uma paranoia crônica disseminada nas redes sociais a ponto do radicalismo, seja do lado esquerdo ou do lado direito, ser encarado como uma virtude sócio-ideológica indispensável para a conscientização de um povo burrinho e submisso a todo tipo de lavagem cerebral. Ou seja, aqueles que são da "zona neutra futebol clube", dentre os quais eu me incluo, são automaticamente excluídos da sociedade.

A tal vacina não passa de um barco furado, se conseguirem, vão ter que descobrir a cura da Aids também (há 40 anos que a medicina tenta achar a cura, mas NADA), é como acreditar em Papai Noel, mas esperem pelos efeitos colaterais e até os cientistas descobrirem vai ser tarde demais, grande parte da população mundial será dizimada feito uma devastação florestal. Não será surpresa se o Brasil for o país mais atingido pela pandemia a ponto de jamais superar o baque e sofrer um estrago tão grande como o que aconteceu com a Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Em suma, seremos uma nação destruída pela Covid-19 graças a uma polaridade paranoica de gente que está nos modos "Foda-se""Toma no c*" de tal forma que surgirá uma variante tão letal do vírus que dizimará quase a metade da nossa população.

A ganância tornou-se uma norma, a pontos de pessoas, se aproveitando deste momento difícil, terem o desejo insaciável de competirem umas contra as outras sem o mínimo critério e elegerem seus semelhantes como seus piores inimigos por pura inveja e por incompatibilidade de gênios, só por discordar de algum tipo de opinião já virou pecado. Pra que tanto egoísmo? Pra que agir com fã-clubismo? No Brasil é o seguinte: se você não for afrodescendente, vegano, homossexual, evangélico, esquerdopata, mimizento, reacionário, boçal, puxa-saco, maconheiro, alcoólatra, narcisista e corintiano, parabéns, você não é digno de viver nesta "sociedade de rótulos" e pertencer a essa panelinha de lacração que está moldando a nação como um todo, 100% e querem ainda mais e muito mais (até mesmo os quatro cantos do mundo e declarar guerra aos Estados Unidos). Haja mania de grandeza, haja insatisfação, haja prepotência, haja falta de caráter, haja escassez de humildade, haja persuasão.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

PROGRAMAÇÃO ANTIGA: 30 de Novembro de 2012

No blog ÊHMB De Olho Na TV, vejam agora o que as emissoras de televisão o Rio de Janeiro estavam exibindo no dia 30 de novembro de 2012, uma sexta-feira, há exatos 8 anos! Confiram!


TV Brasil (Canal 2)
06h30 - Caminhos da Reportagem
07h30 - Brasil Eleitor
08h00 - Repórter Brasil
08h30 - Jornal Visual
08h45 - S.O.S. Sônia
09h00 - Barney e Seus Amigos
09h30 - Inami
10h00 - Um Menino Muito Maluquinho
10h30 - Janela, Janelinha
11h00 - Esquadrão Sobre Rodas
11h15 - O Pequeno Vampiro
11h30 - Karku
12h00 - Cultura Ponto a Ponto: Repórter Eco
12h30 - Catalendas
12h45 - Thomas e Seus Amigos
13h15 - Louie
13h30 - Mamma Mirabelle
14h00 - Dango Balango
14h30 - Vila Sésamo
15h00 - Anabel
15h15 - Escola Pra Cachorro
15h30 - Cocoricó na Cidade
15h45 - Curta Criança
16h00 - Sem Censura
17h30 - Alto-Falante
18h00 - Estúdio Móvel
18h30 - Brilhante Futebol Clube
19h00 - Os Pais da Banda
19h30 - Comentário Geral
20h00 - Paratodos
20h30 - TVE Repórter
21h00 - Repórter Brasil
22h00 - 3 a 1
23h00 - Tribos: Layap
24h00 - A TV Que Se Faz no Mundo: Curdistão
24h30 - América Latina Tal Qual Como Somos
01h30 - Cara e Coroa


Rede Globo (Canal 4)
05h10 - Telecurso Profissionalizante
05h25 - Telecurso Ensino Médio
05h40 - Telecurso Ensino Fundamental
05h55 - Globo Rural
06h30 - Bom Dia Rio
07h30 - Bom Dia Brasil
08h30 - Mais Você
10h00 - Bem Estar
10h40 - Encontro com Fátima Bernardes
12h00 - RJTV - 1ª Edição
12h50 - Globo Esporte
13h20 - Jornal Hoje
13h50 - Vídeo Show
14h35 - Vale a Pena Ver de Novo: Da Cor do Pecado
15h40 - Sessão da Tarde: "Sexta-Feira Muito Louca"
17h40 - Malhação
18h10 - Lado a Lado
19h10 - RJTV - 2ª Edição
19h30 - Guerra dos Sexos
20h30 - Jornal Nacional
21h10 - Salve Jorge
22h25 - Globo Repórter
23h30 - Casseta & Planeta Vai Fundo
24h15 - Jornal da Globo
24h45 - Programa do Jô
02h05 - Som Brasil: Tropicália
02h55 - Corujão do Esporte
03h35 - Corujão: "O Candidato Aloprado"


Rede TV! (Canal 6)
05h00 - Igreja Mundial do Poder de Deus
08h30 - Leitura Dinâmica - 1ª Edição
09h00 - Manhã Maior
11h00 - Nestlé com Você
12h00 - Igreja Mundial do Poder de Deus
14h00 - Associação Beneficente da Fé Renovada em Jesus Cristo
15h00 - A Tarde é Sua
17h00 - Igreja da Graça, Nosso Programa
18h00 - Rede TV! Esporte
18h45 - Estação Teen
19h30 - TV Fama
20h45 - Rede TV! News
21h30 - Igreja Internacional da Graça de Deus
22h30 - Tá Gravado
23h10 - Operação de Risco
24h00 - Leitura Dinâmica
24h30 - Programa Amaury Jr.
01h30 - Igreja Mundial do Poder de Deus


Rede Bandeirantes (Canal 7)
05h45 - Igreja Mundial do Poder de Deus
06h45 - Primeiro Jornal
07h30 - Infomercial
08h00 - Dia Dia
09h10 - Band Kids
11h10 - Jogo Aberto
13h10 - Os Donos da Bola
14h10 - Power Rangers Zeo
14h35 - Drake & Josh
15h00 - Kenan & Kel
15h25 - Futurama
15h50 - Popeye
16h15 - Muito +
16h50 - Brasil Urgente
18h50 - Jornal do Rio
19h20 - Jornal da Band
20h27 - Momento da Sorte
20h30 - Show da Fé
21h25 - Vídeonews
22h10 - Pânico na Band (reapresentação)
24h00 - Agora é Tarde
01h00 - Jornal da Noite
01h45 - Claquete
02h45 - Popeye
03h00 - Igreja Mundial do Poder de Deus


CNT (Canal 9)
05h00 - Igreja da Fé Renovada em Jesus Cristo
09h00 - Fala Baixada
09h30 - Aquecendo Corações
09h45 - Socorro Espiritual
10h00 - Transforme Seu Mundo
10h30 - O Caminho Antigo
11h00 - Variedades
11h30 - A Glamurosa
12h00 - Posso Crer no Amanhã
12h30 - Balanço Esportivo - Edição Local
13h30 - Notícias & Mais
14h00 - Joalheria Carat
16h00 - Vitória em Cristo
17h00 - O Poder Sobrenatural da Fé
21h00 - Saidêra
21h15 - CNT Jornal
21h50 - Lei & Ordem
22h35 - Jogo do Poder - Edição Nacional
23h20 - Jornal das Onze
23h45 - Balanço Esportivo - Edição Nacional
24h00 - Mil e Uma Noites


SBT (Canal 11)
06h00 - Jornal do SBT - Edição da Manhã
07h30 - Carrossel Animado com Patatí-Patatá
09h30 - Bom Dia & Cia.
12h45 - As Visões da Raven
13h15 - Arnold
13h45 - Eu, a Patroa e as Crianças
14h30 - Gotinha de Amor
15h30 - Canavial de Paixões
16h30 - Maria Mercedes
17h25 - Tenha Estilo
17h30 - Casos de Família
18h30 - Chaves
19h45 - SBT Brasil
20h30 - Carrossel
21h15 - Programa do Ratinho
22h45 - Tela de Sucessos: "Striptease"
01h15 - Jornal do SBT - Edição da Noite
02h00 - Dois Homens e Meio
02h30 - Big Bang - A Teoria
03h15 - Sobrenatural
04h00 - Fronteiras


Rede Record (Canal 13)
06h30 - Direto da Redação
07h15 - RJ No Ar
08h40 - Fala Brasil
10h00 - Hoje em Dia
12h30 - Balanço Geral
14h45 - Programa da Tarde
16h45 - Cidade Alerta
20h30 - Jornal da Record
21h15 - Rei Davi
22h15 - Balacobaco
23h15 - A Fazenda de Verão
24h15 - Câmera Record
01h15 - Programação IURD

PROGRAMAÇÃO ANTIGA: 30 de Novembro de 2011

No blog ÊHMB De Olho Na TV, vejam agora o que as emissoras de televisão de Brasília estavam exibindo no dia 30 de novembro de 2011, uma quarta-feira, há exatos 9 anos! Confiram!


TV Brasil (Canal 2)
05h50 - Um Salto Para o Futuro
06h50 - Novo Telecurso
07h20 - Telecurso Tec - Tecendo o Saber
07h50 - Jornal Visual
08h00 - Repórter Brasil Manhã
08h45 - Cocoricó
09h00 - Pequenos Robôs
09h30 - Castelo Rá-Tim-Bum
10h00 - Um Menino Muito Maluquinho
10h30 - Janela, Janelinha
11h00 - Os Pezinhos Mágicos de Franny
11h30 - A Turma do Pererê
12h00 - Cultura Ponto a Ponto
12h30 - Um Menino Muito Maluquinho
13h00 - A Turma do Pererê
13h30 - Catalendas
13h45 - Carrapatos & Catapultas
14h00 - Dango Balango
14h30 - Vila Sésamo
15h00 - Escola Pra Cachorro
15h15 - Bob, o Construtor
15h45 - Curta Criança
16h00 - Sem Censura
17h30 - Alto-Falante
18h00 - Estúdio Móvel
18h30 - Clube do Travesseiro
19h00 - O Mundo Perdido
19h30 - Comentário Geral
20h00 - Semana da Consciência Negra: Capoeira
20h30 - Paratodos
21h00 - Repórter Brasil
22h00 - 3 a 1
23h00 - Os Protetores do Planeta
24h00 - A TV Que Se Faz no Mundo: Indonésia
24h30 - América Latina Tal Como Somos: Os Latino-Americanos
01h30 - Cara e Coroa
02h00 - Sem Censura (reprise)
03h30 - Observatório da Imprensa
04h30 - Caminhos da Reportagem


Rede Bandeirantes (Canal 4)
05h45 - Espaço Vida Vitoriosa
06h45 - Primeiro Jornal
07h30 - DF Acontece
08h00 - Band Kids
09h15 - Quase Anjos
10h00 - Dia Dia
11h15 - Jogo Aberto
12h45 - Band Cidade - 1ª Edição
13h15 - Programa Gilberto Amaral
14h00 - Ponto de Luz
15h00 - Power Rangers
15h25 - Manual de Sobrevivência Escolar do Ned
15h50 - Futurama
16h15 - Vídeonews
16h45 - Brasil Urgente
18h50 - Band Cidade - 2ª Edição
19h20 - Jornal da Band
20h25 - Bernie Mac - Um Tio da Pesada
20h55 - Show da Fé
21h20 - Copa Sul-Americana 2011: Universidad de Chile x Vasco (ao vivo)
23h45 - Agora é Tarde
24h30 - Jornal da Noite
01h30 - Claquete
02h45 - Espaço Vida Vitoriosa


TV Brasília (Canal 6)
08h30 - Leitura Dinâmica - 1ª Edição
09h00 - Manhã Maior
11h00 - Rede TV! Esporte
12h00 - Jornal Local - 1ª Edição
12h30 - DF Alerta
13h00 - Esporte Show
13h30 - Programação Religiosa
15h00 - A Tarde é Sua
15h45 - UEFA Europa Liga: Celtic x Atlético de Madrid (ao vivo)
17h45 - Igreja da Graça, Nosso Programa
18h45 - Tema Quente
19h30 - Jornal Local - 2ª Edição
20h00 - TV Fama
21h20 - Rede TV! News
22h20 - Superpop
24h00 - Leitura Dinâmica - 2ª Edição
24h30 - Jornal Local - Última Edição
24h45 - Programa Amaury Jr.


Rede Record (Canal 8)
05h00 - Programação IURD
06h30 - Direto da Redação
07h15 - DF No Ar
08h35 - Fala Brasil
09h35 - Hoje em Dia
12h30 - Balanço Geral
14h30 - Tudo a Ver
16h00 - Marcas da Vida
16h45 - Todo Mundo Odeia o Chris
18h00 - Pica-Pau
19h00 - Rebelde
20h00 - DF Record
20h30 - Jornal da Record
21h15 - CSI - Las Vegas
22h15 - Vidas em Jogo
23h15 - Supertela: "A Morte e a Vida de Bobby Z"
01h15 - Programação IURD


Rede Globo (Canal 10)
05h00 - Sagrado
05h05 - Telecurso Educação Básica
05h20 - Telecurso Profissionalizante
05h35 - Telecurso Ensino Médio
05h50 - Telecurso Ensino Fundamental
06h05 - Globo Rural
06h30 - Bom Dia DF
07h30 - Bom Dia Brasil
08h30 - Mais Você
09h55 - Bem Estar
10h40 - TV Globinho
12h05 - DFTV - 1ª Edição
12h50 - Globo Esporte
13h20 - Jornal Hoje
13h50 - Vídeo Show
14h45 - Vale a Pena Ver de Novo: Mulheres de Areia
15h50 - Sessão da Tarde: "O Anel da Luz Eterna"
17h50 - Malhação
18h20 - A Vida da Gente
19h10 - DFTV - 2ª Edição
19h30 - Aquele Beijo
20h30 - Jornal Nacional
21h00 - Fina Estampa
21h50 - Futebol 2011 - Copa Sul-Americana: Universidad de Chile x Vasco (ao vivo, Rede) / Cinema Especial: "Quem Quer Ser um Milionário?" (Apenas SP)
23h50 - Jornal da Globo
24h20 - Programa do Jô
01h50 - Destino Final - Palm Glade
02h40 - Corujão: "O Mundo Fantástico de Oz"


SBT (Canal 12)
06h00 - Jornal do SBT - Edição da Manhã
07h00 - Carrossel Animado com Patatí-Patatá
09h30 - Bom Dia & Cia.
12h45 - SBT Brasília - 1ª Edição
13h15 - Chapolin
13h45 - Chaves
14h15 - Amigas e Rivais
15h10 - Fascinação
16h00 - Marimar
16h55 - Tenha Estilo
17h00 - Casos de Família
18h00 - Chaves
19h15 - SBT Brasília - 2ª Edição
19h40 - SBT Brasil
20h15 - Se Ela Dança, eu Danço
21h15 - Programa do Ratinho
21h45 - Um Milhão na Mesa
22h45 - Amor e Revolução
23h30 - Conexão Repórter: O Racismo no Brasil
24h15 - De Frente com Gabi: Geraldo Alckmin
01h15 - Jornal do SBT - Edição da Noite
02h00 - Dois Homens e Meio
02h30 - Tele Seriados I: Grey's Anatomy
03h15 - Tele Seriados II: Um Toque de Vida
04h00 - Jornal do SBT - Edição da Madrugada