HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

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domingo, 20 de novembro de 2022

OPINIÃO: A Galvanização Quadrienal


Entenderam o trocadilho do título desta postagem? Pois é, de quatro em quatro anos somos submetidos a um monopólio de opinião e informação quando o assunto é a Copa do Mundo de Futebol, isso desde duas décadas atrás. Num ano em que não deveríamos pensar nisso, enquanto a Covid-19 vem sendo rechaçada de pouquinho, mas ainda não derrotada 100%, e em plena tribulação sócio-politico-ideológica, a hipocrisia cada vez mais vem sendo sedimentada e legalizada no Brasil (vide as últimas eleições presidenciais que não quero abordar por aqui, porque o ranço deu uma volta completa no meu coração).

Bem, amigos. Começo este post pedindo um máximo de esforço daquelas cabeças mais coerentes que seguem as minhas despretensiosas redes sociais (blog e YouTube) em boicotar esta Copa do Mundo, pois se o Governo do Catar não fosse omisso e a FIFA não fosse tão mercenária, deveriam ter esperado um pouco e adiassem o evento para daqui a três meses (e em outro país). Digo que o Governo do Catar é omisso porque não divulgou ao mundo (ou alguma informação foi escondida ou mal-divulgada, vai saber) como fez para se prevenir e combater a pandemia da Covid-19 (graças a péssima política de direitos humanos que possui) e digo que a FIFA é mercenária por razões bastante óbvias.


Após eu ter assisto ao documentário Planeta FIFA (recomendo, e merece continuação) há quatro anos, enfim meus olhos se abriram. Eu até publiquei no blog Variante do meu bom amigo Gian Carlos de Cascavel/PR um post relatando esse poder de ganância que a grande federação futebolística vem promovendo por trás das quatro linhas desde a chegada de João Havelange. E nós é que somos obrigados a colher o que eles plantam: sendo hipócritas por 90 minutos e torcendo pelos nossos países tresloucadamente sem o mínimo conhecimento do que rola nos bastidores.

É fácil boicotar uma Olimpíada (vide Moscou/80 e Los Angeles/84), mas boicotar uma Copa... É um exercício de hipocrisia devido ao nível de dificuldade em negar a acompanhar um evento em que jogadores, técnicos, torcedores, organizadores e imprensa estão sob o risco máximo de contrair Covid novamente, por mais que tenham tomado todas as vacinas e "pegue fraquinho". O Coronavírus é mutante de tal forma que mesmo que a gente tenha tomado umas quatro doses, se pega pra valer, é óbito na certa. E se um Messi da vida pegar Covid e fatalmente "fazer a passagem"? Aí vai ser tarde demais e vai pegar mal pra FIFA e pro Catar.

No Brasil, a nação número 2 que mais sofreu com a pandemia (ensanduichado com os Estados Unidos e a Itália, que mais uma vez se ausenta na Copa) está praticamente anestesiada graças ao poder da mídia que ainda resiste, dotada de uma ganância machista descaradamente retrógrada, fazendo com que os mais necessitados, os mais carentes, os menos letrados e os empoderados de plantão ainda acreditem e sejam convencidos dos mecanismos de acobertamento de verdades e a onda de "mensagens subliminares" que o nosso pobre veículo televisão (e as redes sociais) teima(m) em veicular.


Quando se fala em "unir o país", na verdade o que está sendo feito é monopolizar a opinião pública, isto é, unificar as coisas, acabar com qualquer tipo de oposição (isso é antidemocrático). É o final dos tempos, isso faz sentido, estava previsto na Bíblia, é isso que está sendo proposto pelos esquerdopatas, cada vez mais blindados pela mídia para conseguir controlar nosso pensamento. Lembram da história da Copa de 70, em que apesar de termos uma super Seleção Brasileira, o Governo Militar usou a conquista do tricampeonato como forma de propaganda do Milagre Brasileiro para acobertar os abusos autoritaristas (a dita "Linha Dura" tava no poder naquela época)? Pois é a mesma coisa que pode acontecer: o "novo governo" usar a conquista do hexa como forma de "unir o Brasil" em tempos de racha, protestos, manifestações, greves, denúncias e conflitos internos. Não se pode decretar trégua numa hora dessas, infelizmente.

Querem um outro exemplo? Em 2001, quando o Brasil disputava sua pior campanha nas Eliminatórias da Copa do Mundo, o Globo Repórter exibiu uma reportagem especial denunciando os podres da CBF e do futebol brasileiro em geral. Bastou o Brasil conseguir a vaga para a Copa de 2002 (e conquistar o penta, por tabela) para que as denúncias fossem engavetadas para nunca mais e os dirigentes de então se perpetuaram no poder por um bom tempo. É a mesma coisa agora, como pode a gente confiar num time imaturo, mascarado, repleto de "protegidos", sem ninguém assumindo o papel de líder em campo, preocupados apenas com "curtidas" em redes sociais e sendo instrumentos indiretos de propaganda política para juntar o que fora dividido quatro anos atrás graças a essa mesma mídia podre que conseguiu moldar a forma de pensar da nossa sociedade. Brasileiro adora ver uma reprise.

Podem me chamar de paranoico, mas tem muita coisa interligada e o grande público não sabe por pura burrice e ignorância. Ainda mais perto das festas de fim de ano, vai ter muito brasileiro escrevendo cartinha pro Papai Noel pedindo de presente de Natal o Brasil ser hexacampeão do mundo (tudo ao som de Verde e Amarelo de Roberto Carlos). Dá licença, eu não acredito em Papai Noel. E quando estamos em época de Copa do Mundo, quem é que manda na Seleção Brasileira de Futebol? O técnico? O chefe da delegação? O presidente da CBF? Não, nenhum dos três. Quem manda de verdade no time do Brasil é um simples narrador esportivo que tem a mania de meter o bedelho na escalação dos jogadores e fazer de seu poder de comunicação a palavra final para se chegar ao tão obcecado triunfo máximo: Galvão Bueno.


Suas palavras de ordem, seus bordões, seu desespero, seu sangue fervente, seu passionalismo e suas superstições acabaram infelizmente parados no tempo, como também cauterizaram uma nova geração de torcedores, bem como a própria mídia especializada que vez e outra "se renova de valores". É ele quem deveria ser o técnico da Seleção Brasileira, encerrando uma carreira para iniciar uma nova, afinal ele é formado em Educação Física e comandaria o time com mãos de ferro, não hesitando em fazer "lista negra" de quem jamais iria envergar a camisa canarinho pelo resto da vida. Quanto as superstições que ele determina, que com o tempo ficam tão bobas quanto obsoletas, estão usar a mesma indumentária de trabalho, usar a mesma trilha-sonora musical e jamais alguém falar perto dele a palavra "Argentina", o que lhe causa arrepios.

Por isso é que o título desse post retrata essa "Galvanização" do nosso futebol/país de quatro em quatro anos. Se ele não está fazendo média com o Tite, questiona a forma de jogar deste ou daquele atleta, assim na base da cobrança e implicância. Com ele, a frase "Pra Frente Brasil", seria facilmente alterada para "Atitude Brasil", algo que ele prega desde 2006, quando começou a "interferir" no esquema da Seleção. Lembro uma vez que o jornalista esportivo e atual senador Jorge Kajuru criticou publicamente seu colega de profissão quando questionou os critérios adotados por Carlos Alberto Parreira na convocação do Brasil para a Copa daquele ano. O zagueiro Roque Júnior era certo para ir a Copa, jogou bem as Eliminatórias, mas bastou não ter atuado bem o bastante numa única partida, meses antes do evento, pra que seu nome fosse riscado para nunca mais, graças ao dedo de Galvão Bueno.


Aquele comentário me deixou encasquetado e me remeteu a Copa de 2014. O lateral direito Daniel Alves era titular absoluto daquele time capenga de Luiz Felipe Scolari, até que nas oitavas-de-final passou a esquentar o banco cedendo sua vaga ao reserva Maicon. Muito se falou do desentendimento entre o jogador e o técnico, mas duvido que teve o dedo do Galvão que reclamava direto do "futebol sem atitude" de Dani Alves e fez de tudo pra fazer a cabeça do "Felipão" pra sacá-lo do time. Qualquer semelhança, agora que ele integra o grupo que está no Catar, não pode ser mera coincidência.

E isso vale pra qualquer jogador (principalmente pra quem fizer gol contra), menos o Neymar que é o mais "blindado" de todos. Se alguém relar nele, cava falta, desmaia, rola no chão e jorra lágrimas de crocodilo (não será surpresa se ele jogar com Cristal Japonês escondido no bolso da bermuda) pra tentar convencer o juizão a puxar um cartão vermelho. Uma prova descarada de que o brasileiro ODEIA o VAR graças a um complexo de Nélson Rodrigues que nossa torcida é dotada: "O videotape é burro", mas para transpor aos tempos atuais "O VAR é burro, lógico que o Neymar sofreu uma falta clamorosa pra cartão vermelho". Só de uma forma que o Brasil ganha esta Copa, na base da trapaça e na roubalheira (o que uma mala preta não faz para dobrar a arbitragem e comitê organizador para dar imunidade a um time que tem "culhão" e não sabe perder como é o Brasil).


Essa é a consequência do fato de que um único veículo de comunicação seja o responsável em divulgar este que até pouco tempo era um digno "maior evento do mundo". O Grupo Globo estará cobrindo e mostrando o acontecimento do jeito que ela gosta: SOZINHA, gastando o que não tem para neutralizar a concorrência e sem ninguém para encher o saco. Mas esconde que foi pro Catar na pindura, o escândalo do calote à FIFA em 2020 foi misteriosamente engavetada, o que denuncia o acordo mafioso judicial entre o sujo e o mal-lavado. Se o nosso presidente Globófobo JB, cujo nome é um palavrão para o lado esquerdo da coisa, não tivesse uma centelha de covardia, iria chamar pra conversar pessoalmente com o presidente da FIFA, Sr. Gianni Infantino, para proibir o Grupo Globo de tomar partido da Copa e automaticamente negociar com generosa verba governamental a transmissão brasileira para o triunvirato puxa-saco Simba Content (para reviver o "Unidos Venceremos" de 36 anos atrás). Nem isso! E quanto a cassação? Vai esperar um bispo da IURD assumir o Ministério das Comunicações do "novo governo" para dar continuidade ao tal processo?

E só falta agora o Grupo Globo financiar a viagem do "Molusco dos 4 Dedos" que ajudou a eleger, cujo nome não tenho a mínima vontade de citar porque fez da mídia baba-ovo seu fã-clube, para acompanhar os jogos do Brasil na Copa e poder palpitar à vontade na escalação, sugerindo quem deve jogar no lugar de quem, o que pode desencadear uma grande conflito entre o técnico Tite (um dos ídolos dos PTulantes que é tudo corintiano), o presidente da CBF e o "dono absoluto" da Seleção Brasileira, o Galvão Bueno. E se pintar um atentado contra o golpista e "quadrilhento" que prega "esperança" (historicamente, a Copa jamais sofreu com atentados)? É por essas e outras circunstâncias que me desmotivam a acompanhar e me levam a boicotar o FIFA World Cup Catar 2022. A abordagem do jogo mudou radicalmente e muita informação importante está sendo literalmente jogada pra escanteio. Ultimamente, as Copas me dão melancolia, angústia e flashbacks de traumas passados. Prefiro ser covarde do que ser hipócrita.


Não será surpresa se no final dessa verdadeira tortura, o técnico carregar como sempre o fardo de ser um eterno bode expiatório por mais uma eliminação na Copa. Mas caso o Brasil "faça justiça por linhas tortas", o nosso Galvão irá bradar as seguintes palavras sob o BG do Tema da Vitória sampleado pelos batuques de seu conjunto musical preferido, o Olodum, um discurso igualzinho ao que proferiu na conquista do tetra em 1994, com juros e correção: "Como é bom ganhar da Argentina! Roubado ainda é mais gostoso! É a eterna homenagem do esporte brasileiro, ao maior brasileiro de todos os tempos! A você Senna, que deu tantas alegrias nas manhãs de domingo! Ele que seria hexa na pista, mas é eternamente hexacampeão no coração de todos nós brasileiros. Aonde você estiver, esse hexa também é seu, Ayrton Senna do Brasil!!! Bota mais alto o Tema da Vitória sob o som do Olodum, o ritmo da Copa, o ritmo do esporte brasileiro, pro mundo inteiro saber que é que manda no futebol!!!". Moral da história (já escrevi e vou repetir): Brasileiro adora ver uma reprise.