Hoje é dia 8 de novembro e este blog completa 10 anos de vida, não imaginaria atravessar a década como dono de blog, mesmo estando em baixa atualmente. Comecei por acaso, a pedido de um amigo virtual e também YouTuber, Higor Vieira, que achava que eu estava desperdiçando todo meu conhecimento e erudição pela televisão brasileira e que eu precisava lançar um blog à respeito. E ele estava certo, apesar da minha insegurança inicial, mas não sabia qual era a dinâmica para tal. Eu ainda estava pagando pela minha total inexperiência de interação com seguidores no YouTube, nesse caso "falsos-seguidores", aqueles que não são inscritos e mandam mensagens todos os dias para desabafar sobre suas predileções pessoais mais que tudo no mundo, a ponto de militar nas redes sociais, e acabam por sugar nosso sangue pelo canudinho. Aquilo me deixou pilhado e em algumas oportunidades, usei este blog para expor minhas frustrações, mas confesso que exagerei em alguns casos e isso meio que "afastou" alguns seguidores e perdi certos "amigos" (será que dá tempo de uma reconciliação?). O lock-down da pandemia da Covid-19 me ajudou a refletir sobre esses surtos, selecionar melhor minhas amizades e aqueles que ainda são sádicos e irônicos comigo por esporte, merecem meu ostracismo, minha desinscrição, meu bloqueio e minha desconsideração.
Os posts mais intensos e agressivos (eram quatro) tive que excluir pois aquilo era um fardo e daria brecha a essa panelinha de "viúvas do Pânico" que, passada uma década como agora, pararam no tempo preferindo bancar os agitadores de fã-clubes virtuais nada formais e insistir em acompanhar a TV brasileira do lado de fora, feitos fanáticos chatos, do que buscar informações e se colocar na pele dos que vivem e trabalham dentro desse meio, preferindo gostar de uma celebridade da mídia mais pela camisa que veste do que pelo seu caráter humano. Agora entendo porque alguns artistas e profissionais são em certos momentos "antipáticos" com esse tipo de gente que era legal, era o que imaginávamos, mas basta fazer um comentário num vídeo postado por um desses donos de canais e entrar completamente em desacordo com suas convicções sócio ideológicas, a ponto de moldar todo o ecossistema do YouTube no segmento "resgate à memória da TV brasileira", que você leva uma patada ou indireta dessa turminha (se é por isso, porque eles não se desinscrevem da gente do que ficar só no patrulhamento e perseguição?). É como aqueles clubinhos de amigos no passado (vulgo fraternidades universitárias que existem nos Estados Unidos), você precisa passar pelo "rito de passagem" para entrar, mas esse "rito" acontece todos os dias e é capaz de tirar a personalidade de uma pessoa em nome de uma suspeitosa "adoração". É a tal Síndrome de Estocolmo que denunciei neste blog faz um bom tempo.
Por trás desse comportamento nocivo ao conteúdo das redes sociais e que pode afetar para sempre a vida social e a saúde mental de qualquer um de nós, há uma enorme centelha de preconceito aos portadores do Espectro. Existem no mundo milhares de autistas (cujo termo estou substituindo por "portadores do Espectro") por trás de inúmeras contas de redes sociais que agem pelo impulso da emoção e não tem a mínima noção das precauções necessárias para não violar as "diretrizes da comunidade", as quais eles desconhecem. Por isso eu gostaria de expressar um desejo, adoraria que prefeituras municipais e até mesmo Governos estaduais lançassem um programa que estimulasse os recém-formados em psicologia a "adotarem" um portador do Espectro, cuja maioria, são de famílias que não possuem uma boa situação financeira e que, além de não bancar um terapeuta, discriminam deliberadamente o(a) próprio(a) filho(a) por desconhecer tal condição por total falta de informação. Esses psicólogos neograduados por sua vez, enquanto arranjam clientela, fazem uma especialização ou lutam para conseguir um consultório, mereceriam assumir o papel de tutores voluntários a esses portadores do Espectro num período de 1 ou 2 anos (dependendo da gravidade) para ensiná-los o que se pode fazer para ter uma vida bem mais sociável e, principalmente, o que não se deve fazer nas redes sociais. As terapias deveriam ser presenciais uma vez por semana e remotas duas vezes por semana. Dessa forma, os novos psicólogos vão ganhando experiência e os seus pacientes serão bem acolhidos e terão sua autoestima melhorada. Faço minhas as derradeiras palavras de Jesus Cristo (após sua crucificação) à respeito dos portadores do Espectro (dos quais eu me incluo) e do sadismo irônico de alguns YouTubers: "Perdoai-vos, Pai, porque eles não sabem o que fazem!".
Depois dos esclarecimentos (e do eterno perdão que peço a muitos de vocês), agora a opinião principal. Nós testemunhamos o pior aniversário que a TV brasileira já vivenciou em todos os tempos. Essas grandes comemorações só acontecem de 5 em 5 anos, já perceberam? Aliás, é assim que se comemora os 75 anos da TV brasileira? Há um ano fiz um post sobre seu estado vegetativo e o tempo comprovou que eu estava certo, modéstia a parte. E ainda incrementado com o possível "fracasso anunciado" da TV 3.0, fazendo do modus-operandi da controversa TV do passado, a pretexto de "tradição", a eterna primeira bolacha do pacote. Traduzindo, a TV aberta brasileira é um zumbi, vem encarando a TV 3.0 e o streaming como o fim do mundo e nem sequer está estimulando o público "cabeça-dura" e "tecnofóbico" a se preparar para essa transição colocando em rede nacional um tutorial à respeito. A carta aberta aos profissionais de mídia que eu publiquei por aqui define por si só minha preocupação à respeito desse fiasco monumental que a TV 3.0 pode se convencionar aqui no Brasil mediante a esse insuportável conservadorismo "analógico".
Estou protegendo minha saúde mental para não me pilhar ainda mais sobre esse submundo lamentável das emissoras abertas, que continuam encarando a Era Digital como "ameaça", somente de 20 à 25% do público espectador é que consome à torto e à direito a TV aberta, sendo cerca de 90% desse universo, maiores de 60 anos. Em bom português, quem mais assiste TV aberta nos dias de hoje é a "velharada". Essa "velharada" jamais será descolada, conteúdo descolado é só no streaming, YouTube e olhe lá. O que a "velharada" mais gosta de ver na TV? Filmes antigos, séries antigas, novelas antigas e enlatados em geral, pois muita coisa boa foi produzida ao longo desses últimos... 70 anos mais ou menos. Conteúdo factual, apenas notícias e esporte. Eles seguem aquilo que posso chamar de "cultura da roça", são extremamente conservadores, ansiosos, preconceituosos, religiosos e não gostam de reality-show ou coisa parecida. Isso quer dizer uma coisa, logo logo um canal aberto de TV (se é que a TV aberta brasileira continuará resistindo nos próximos anos) terá de se voltar exclusivamente para um seleto nicho de público, a dita terceira idade.
Sabe o desenho do Scooby-Doo? Em que um grupo de amigos resolvem um mistério envolvendo assombrações, monstros e fantasmas e sempre termina quando alguém é literalmente desmascarado, emendando com o manjado diálogo "Eu poderia ter me saído bem, se não fosse esses garotos intrometidos e esse cachorro pulguento". Esse poderia ser o perfeito final dos eternos remakes que a Globo insiste em fazer para defender seu suposto e cada vez mais diminuto monopólio do horário nobre, que nada mais são "versões lacradas". Posso seguramente comparar este caso com as produções atuais da Disney, que de tanto fazer remakes live-actions de seus eternos sucessos em animação de longa-metragem, inventou por reescrever a história e criar situações nada-a-ver a pretexto de inclusão social, mensagens subliminares e/ou economia de gastos. Batem tanto nessa tecla que isso se desgasta rapidamente. Por isso que os lançamentos mais recentes da Disney não estão repercutindo como deveriam quanto as de suas concorrentes (a Dreamworks ri por último).
Porque a Globo deu indiretas a Band naquele Upfront 2026? Justamente a Band, a única rede aberta brasileira que jamais deveria ser atacada de forma tão infantil, apesar de estar sobrevivendo por aparelhos e voltando a lançar mão das teleigrejas a pretexto de abastecer um caixa vazio (comprovando a previsão de muita gente que apostou no fiasco de Fausto Silva). A Globo deveria mesmo era cutucar suas rivais tão encardidas quanto desleais ao longo da história: Record e SBT. Principalmente esta última que historicamente adorou provocar a dita "Poderosa" (pra quem não sabe, o finado Clodovil foi o primeiro a criar o infame apelido à emissora-líder, imediatamente incorporado no vocabulário do verdadeiro "sucessor" de Silvio Santos chamado Carlos Roberto Massa). O novo final dessa recém-concluída "versão lacrada" de Vale Tudo deveria ser assim: o autor do assassinato de Odete Reutemann é na verdade um capanga, pau-mandado do mentor intelectual (Marco Aurélio), que por sua vez conseguiria desvirtuar as provas que o incriminariam e fazer da personagem mais honesta da trama (Raquel Accioly) o mais perfeito bode expiatório, indo pra cadeia por um crime que não cometeu (verdadeiro retrato da Justiça não só no Brasil, mas no mundo todo!) e enquanto aguarda o julgamento na prisão, prepara uma vingança como na história de O Conde de Montecristo. E quando vão desmascarar o tal capanga para o interrogatório, logo vão descobrir que quem matou Odete Reutemann foi na verdade... Ratinho??!!!
Bem que os Globalistas de plantão poderiam ter dito naquele evento fajuto que o Ratinho matou a Odete Reutemann, tratado há quase 30 anos por essa mídia fã-clubista e babona como eterna "ameaça roedora" de audiência e "inimigo público nº 1 da Globo" só porque tem (até hoje) urticária assumida da teledramaturgia de lá, mesmo que seja de "brincadeirinha" (sem contar o visível e crônico ciúme do sucesso para fins ibopísticos). Mas brincadeira tem hora. A Globo, enfim, mostrou sua verdadeira cara (como diz a trilha musical da novela supracitada) desafiando o Poder Divino, parafraseando indiretamente aquela tirada "Nem Deus afunda o Titanic", enquanto que o SBT é a terra-do-nunca para infanto-machistas-sádicos (e SBTistas enrustidos em geral) que "piraram o cabeção" e perderam o rumo completamente com o desaparecimento do cada vez mais endeusado "Patrão", tendo que apelar para um conselheiro espiritual (pra não chamá-lo de "pastor evangélico") a pretexto de exercer o cobiçado cargo de CEO da emissora (quem me dera um dia ser indicado para tal), mas que na verdade é mais um que age feito membro de fã-clube por lá do que como um profissional de verdade. Quanto a Record, somente quando um asteroide cair sobre nosso país é que a blindagem da Igreja Universal do Reino de Deus será finalmente aniquilada, só isso. Por total ignorância, ninguém sabe ou ninguém quer saber, mas a verdadeira ameaça ao poderio Global no Brasil não é o Ratinho, nem a IURD e tampouco a Netflix. Se chama... YouTube! Neste exato momento, existem mais pessoas consumindo conteúdos mais interessantes e até construtivos no maior portal audiovisual do mundo do que meros telespectadores esperando o momento certo para assistir seus (ultrapassados, diga-se de passagem) programas favoritos. Quem diz isso não sou eu, é o canal Conhecimento Disruptivo, que eu recomendo (apesar da quedinha pelo analógico, meio que "denunciada" num vídeo sobre a crise do Globoplay). Tudo indica que uma previsão do jornalista Gabriel Priolli pode se concretizar. Em março de 1988, numa matéria de capa da extinta Revista Imprensa, ele declarou que "em 2038, a Globo será batida", a meu ver isso pode fatalmente acontecer com uma década de antecedência!
Conclusão: o YouTube era pra ser visto como aliado/parceiro das emissoras e não como arquirrival. Este é o mais fiel retrato da televisão aberta brasileira de hoje em dia: crise de popularidade, déficit de desapego, conflito de gerações e seu orgulhoso atraso proposital transbordou por completo nosso copo d'água. É o videocassete contra a Netflix, o telefone fixo contra o Whatsapp, o Home Theater contra o Smartphone (ou Tablet), a hora da novela contra as "maratonas", o Ratinho (ou Luciano Huck) contra os Influencers, o radinho de pilha contra os Podcasts, as estações numeradas contra os Apps, o pay-per-view contra as Lives, o especial de Roberto Carlos contra os Loolapaloozas da vida e o Padrão Globo de Qualidade contra a liberdade de conteúdo. Eu termino este post com a seguinte frase que registrei no post anterior e faço questão de repeti-lo em letras maiúsculas: EU TENHO VERGONHA DA TV BRASILEIRA! E você?
#PorUmaTVMelhor
PS: Por tempo ainda indeterminado, as programações de TV só voltarão se eu tiver acesso ao Acervo Folha. Tenho uma extensão no navegador Mozilla Firefox (que eu não posso vazar por aí) que permite eu navegar em alguns acervos online sem login, exceção feita justamente ao Acervo Folha (e a Revista Veja também). Se alguém me emprestar um login que não estejam usando... (obrigado Chespirito, rsrsrs).

