HISTÓRIA: Cidade Contra Cidade - 56 Anos

Eu fiquei emocionado Naquele domingo à tarde Quando assisti ao programa Cidade Contra Cidade (...) Carlos Cezar, José Fortuna e Valentino Gu...

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

OPINIÃO: A Síndrome de Estocolmo SBTista


Hoje é dia 19 de agosto, "feriado" no calendário da televisão brasileira, ou um de muitos feriados como o 26 de abril, 5 de junho, 27 de setembro, 15 de junho, 13 de maio e 18 de setembro, que são também datas muito importantes e significativas. O Sistema Brasileiro de Televisão está completando 41 anos no ar. Eu ia reproduzir uns artigos históricos publicados na Revista Manchete que registram seus primórdios no período de hiato causado pelo fim da TV Tupi, que durou de julho de 1980 a agosto de 1981, mas devido aos acontecimentos de bastidores deste que eu considero "o pior ano do resto de nossas vidas", desisti. Ao invés de mais um daqueles posts repetitivos de homenagem, que tá tendo aí de sobra em tudo quanto é portal, vamos colocar os nossos pés no chão porque o negócio agora é muito sério. Atendendo a um pedido de Rafael Rodrigo da Silva Alves, de Rio Claro/SP, eis aqui um artigo de opinião sobre o futuro desta emissora de TV que foi, sem dúvida nenhuma, a mais querida ao longos dos anos, que conquistou a preferência de gerações desde o carisma de seu cast até na simpatia da divulgação de suas atrações. Sempre fui muito crítico com os rumos que essa rede vinha tomando na última década e meia a partir de seu "ser supremo", mas só agora notei que o problema é bem mais profundo que se possa imaginar.

Você já ouviu falar em Síndrome de Estocolmo? Pesquisem na internet sobre o assunto, mas vou dar uma resumida para fins de contextualização. É quando uma ou mais pessoas se identificam com seu fator, isto é, seu ídolo, seu "Deus" de carne e osso, seu "mito", seu "tudo", por mais que este seja um corrompido e/ou depravado. Aquilo que é também conhecido como culto a personalidade está intrinsecamente ligado a esta síndrome, é usar o carisma para persuadir. Então, muito cuidado! De repente, você pode estar diagnosticado com a anomalia e ainda não sabe. Isso é prejudicial a saúde mental de certos "seguidores" que chegam ao ponto de perder o caráter e o próprio jeito de ser para serem submetidos a concordar em tudo que o tal líder faz, possui, opina e gosta. Isso é uma forma de lavagem cerebral. Em alguns casos, o "criticar o incriticável", que vez ou outra tomo aqui a liberdade em exercer tal direito de expressão, assegurado na nossa tão desrespeitada Constituição, atinge mais esse "fã-clube" do que o dito cujo propriamente dito. E abre inclusive o precedente de haver uma "procuração terceirizada" fora da nossa realidade, ou seja, ação judicial desse grupo com intuito de proteger a imagem de seu líder.


Como o Brasil é um grande curral, aliás, um IMENSO curral, onde a boiada passa aonde a vaca circula, o baile vai seguindo dependendo exclusivamente desse líder que dança conforme a música, cujo objetivo é ser enaltecido e idolatrado para todo o sempre por esse "gado". Quando atinge a terceira idade então, perde a lucidez e se torna um ser extremamente teimoso, mesquinho e ranzinza. Em alguns momentos, esse líder se finge de desentendido, de intrigado e até de burro, se fazendo de "esquecido" para cometer suas imprudências de sempre e assim expor o ciúme do sucesso alheio, acima de qualquer suspeita, mesmo que seja numa "brincadeirinha" (e de muito mau gosto). Isso está em todos os setores da nossa sociedade: na política, na religião, no mercado de trabalho, no esporte... Mas vamos focalizar a mídia, ou melhor, a emissora de TV supracitada fazendo alusão a data de hoje.

Eu recomendo que acessem o blog TVer ou Não TVer, do meu bom amigo de Cascavel/PR Gian Carlos, que desde 1º de agosto de 2019 e apresentados até o momento 32 capítulos, vêm expondo essa gestão problemática de um nonagenário sádico na novela-reality O SBT Faliu. Chega a ser impossível desvencilhar a imagem do SBT de Silvio Santos. Se ele morrer amanhã, o canal de TV morre junto a médio/curto prazo, quer dizer, ficará fora do ar por uns 100 dias cuja última imagem será justamente o mausoléu de seu proprietário. Não dá mesmo pra enxergar futuro nenhum no SBT pois tudo depende do "Patrão", mesmo que sejam depositadas todas as esperanças em Renata Abravanel (alvo de inveja interna). O máximo que vai acontecer com ela (e a sua mãe, a "Excelentíssima Primeira Dama" Íris Abravanel) é ser exilada na Flórida para nunca mais voltar. Pior: quando muitos acreditam em esperar por uma regeneração de comportamento por parte do dito cujo, semana após semana, quebram a cara diante de um ciclo vicioso incurável e, acima de tudo, ibopístico. É o déficit de popularidade que levou Silvio Santos a enganar o povo na casca do ovo, inventando suas próprias fake-news como desejar ter artistas da concorrência ao mesmo tempo em que desvaloriza os que tem, se candidatar a Presidência da República e essa história do Alzheimer, da demência senil, da pneumonia, dos órgãos que pararam de funcionar, da Covid e do Parkinson para sentirmos "peninha". Em off, deve ser efeito de muita droga pesada consumida por debaixo desse tapete (ou por trás dos camarins).


Perceberam que nesses 41 anos, por causa de Silvio Santos, a emissora brincou com os direitos autorais e de imagem, que nos dias de hoje são levados muito a sério? E até com a Justiça, a ponto de ser impedida de relembrar fatos marcantes de sua história? E mais, fez do Real Time do IBOPE o seu principal "santuário", criando assim a falsa ilusão de que assumirá o primeiro lugar de audiência toda vez que termina um capitulo da novela Global pós-Jornal Nacional (sem contar a discriminação deliberada que lança contra as concorrentes para fins de autopromoção). E o único jeito de falar da sua história é centralizar na imagem do "lugar-tenente" (obrigado Gian Carlos) e nas preferências do próprio no que diz respeito ao playlist musical, tipo de mulher, padrão de programa, figurino, cenário, cast, salários e a fidelidade de seus funcionários vivos ou mortos (além de ser dado muito ao momento, diga-se de passagem). O mimimi de seu público-alvo é tal que se acham os donos/defensores do destino e são capazes de neutralizar o poder de decisão da alta-cúpula que, na prática, exerce poderes meramente administrativos. A intimidação externa (pra não citar o termo "pressão"), influi negativamente para que a lista negra de artistas que jamais serão citados para sempre por serem taxados de "traidores" pelo dono, isto é, deixaram a emissora por um motivo ou outro (mesmo em fim de contrato), não parasse de crescer até hoje.

Uma vez cheguei a comparar o clã Abravanel com a Dinastia Kim da Coreia do Norte, mas isso vai muito além. Silvio Santos é uma mistura de Fidel Castro (falecido ditador cubano) com Hugh Hefner (falecido criador da Playboy). Um pelo complexo de superioridade, acima de qualquer indivíduo (que se torna logo um brinquedinho de luxo), e outro pelo desejo assumido de hedonismo por mulheres (que são eternos objetos sexuais, desde que possuam 1/4 da sua idade). Mas o diferencial nessa junção está muito claro: DINHEIRO. Quanto mais acúmulo de riquezas, melhor. Nesse ponto, o finado Pedro de Lara tinha razão em ter dito certa vez que o "Deus" de Silvio Santos é o $ (cifrão). O testamento pós-morte do empresário/apresentador, com certeza, não irá permitir que herdeiro algum usufrua de sua fortuna, pelo contrário, vai direto pro caixão junto com seu detentor, a exemplo dos faraós no antigo Egito. Lembram daquela marchinha do "Papai Pão Duro" que ele cantava no programa dominical? É a vida dele retratada! A avareza, tão levada em conta para investir em recursos para melhorias da verdadeira joia da coroa de seu conglomerado (e não somente vender carnês e títulos de capitalização), é um pecado dos grandes. Adotar teto de gastos (excelente mecanismo para evitar o abuso de poder econômico) é uma coisa, mas ser mão-de-vaca é outra. Isso é traição à classe judaica, da qual ele faz parte.


Nesse panorama, sinto dizer: não há remédio que salve o SBT do marasmo e ostentação Abravaneliano. O dia em que ele morrer, um grande pacto de suicídio vai se concretizar no Brasil porque a lealdade tem seu preço e não vai afetar apenas o "fã-clube", mas vai atingir gente que ninguém jamais imaginaria, desde funcionários, profissionais, artistas, colunistas da imprensa, parentes, colegas do ramo empresarial e até da ala política! É o absurdo da adoração. E quando esse dia acontecer, a "nerdolândia" masculina, manhosa, mimada e negacionista, vai entrar num conflito digno de guerra civil, vociferando contra Deus e as "concorrentes". Vão tentar arranjar um bode expiatório (dentre os quais eu posso me incluir), trocarão tiros entre si e morrerão aos milhões (sem trocadilhos). Tragédia puxa desgraça, tudo fugirá do controle a ponto da tropa de choque da Polícia (seja Militar, Civil ou Federal) não conseguir conter tanta exaltação à base de birra. Cenas de pura loucura viralizarão nas redes sociais, expondo aí a Síndrome de Estocolmo que estou retratando, o que obrigará os familiares a fazer os funerais no próprio CDT da Anhanguera por questões de segurança. E onde é que ele vai ser enterrado (se não for cremado na última hora)? A impressão que fica é que não vai sobrar ninguém pra contar história, os que ficarem aqui darão depoimentos naqueles documentários que visam a abertura dessa "caixa de pandora", nesse caso do "Baú de Pandora", pois os "traidores" de hoje serão os heróis de amanhã. Dever de casa aos seguidores deste despretensioso blog: pesquisem na internet sobre o Massacre de Jonestown, onde até o momento foi considerado o maior "suicidaço" da história da humanidade, em 1978.

E a porção feminina? Como é que fica? Os tempos mudaram, a mulherada de hoje tem mais poder de decisão e não são mais submissas às vontades dominadoras, controladoras e lascivas de seus cônjuges. Elas estão mais espertas agora e donas de si. Aquelas donas-de-casa e empregadas domésticas que nos anos 70, 80 e 90 compravam aos montes o Carnê do Baú e a Tele Sena na esperança de ganhar uma casa, um carro, um televisor ou um prêmio em dinheiro, não estão mais entre nós, há um choque de culturas e de gerações no meio disso tudo. As mulheres não assistem mais ao SBT porque a maioria de suas estrelas (à exceção da passiva Eliana e das intocáveis "filhotinhas") são homens que são ora ostensivos, ora libidinosos, ora gananciosos, ora voyeuristas, ora vaidosos, ora devassos. Haja machismo das antigas, viu? A única coisa que eles sabem é que existem somente duas coisas no mundo: dinheiro e mulher. Autênticos macacos velhos narcisistas que relutam a se reciclarem e se reinventarem, presos às suas predileções pessoais, cuja sanidade mental vai se degradando lentamente. É como diz aquele velho e conhecido ditado: Não adianta ensinar truques novos a raposas velhas.


Se o Sr. Carlos Ratinho Massa não aderir ao pacto de suicídio (que pra mim não seria nenhuma surpresa), com certeza vai adquirir metade do espólio deixado pelo SBT para expandir sua Rede Massa de Televisão, porém será tão criticada que receberá o apelido de "SBT-2". A mania de grandeza tão transparecida e defendida com unhas e dentes pelo "mercenário" (obrigado RecordTV), o leva a crer que se sair de fato a cassação das concessões da meio-falida Rede Globo de Televisão (ainda mais em ano eleitoral), os telespectadores de todo o Brasil irão colocar o SBT na liderança absoluta do ranking da TV. Uma ova! O caminho da liderança para a RecordTV já está preparado, pois a bispaiada está por trás de todo esse processo (e ninguém é trouxa pra saber disso) e vai repetir o mesmo tipo de abuso de poder que sua "inimiga jurada" exerceu em mais de 50 anos, a ponto até de indicar um figurão da Igreja Universal do Reino de Deus para o cargo de Ministro das Comunicações e assim garantir a manutenção de seu monopólio neopentecostal. Nesse ponto, é um dever evocar e mencionar o nome de Luciano Callegari (à esquerda na foto acima), um dos maiores e mais competentes homens de TV de todos os tempos (sem puxa-saquismo), ao lado de Boni, Édson Leite, Maurício Sirotsky Sobrinho, Guga de Oliveira e Rubens Furtado. Era ele quem tinha que ficar com a chave do SBT e se tornar o novo dono, deixando Silvio Santos apenas "animando auditório" e se aposentar numa boa para dar chance aos mais jovens, mas essa falta de desapego é adotada como critério número 1 (isso tá no sangue). Por insistir demais em fórmulas batidas, envelhecidas e ultrapassadas, sem ao mínimo moldá-las e evoluí-las com o estilo atual e contemporâneo de se fazer TV, mantendo os princípios básicos da nossa telinha como respeitar o público, a frase "O SBT parou no tempo" é tão óbvia que virou um digno chavão.

Sim, a TV aberta se vendeu ao "monopólio da internet" e a pressão das "minorias militontas", mas ela é tradição e tem estilo/linguagem único(a) familiar, bem mais diferenciado do que ser uma mera "terceira tela" da "nova ordem sarrista mundial". O streaming, por exemplo, deve funcionar como aliada e não como ameaça. É inútil fazer concorrência/resistência a formatos digitais e, diga-se de passagem, bater na tecla de que o único meio de comunicação interativo da face da Terra é o obsoleto telefone fixo. Quando um programa acaba, o streaming tem o dever de disponibilizá-lo no minuto seguinte, sem contar os conteúdos exclusivos (nesse caso, o Globoplay tá de parabéns). O Ministério das Comunicações do próximo governo (seja lá qual for) tem que criar um plano de reorganização da teledifusão brasileira, pensando no acesso e na qualidade de conteúdo que está sendo levado a milhões de pessoas. As principais metas devem ser as seguintes: entre outras coisas, privatizar as concessões, reformar o dial VHF (2.1 ao 13.1) e UHF (14.1 ao 69.1), flexibilizar a limitação da publicidade de produtos/serviços "controversos" (desde que não seja 100% controlada pelo Estado, o que levou a proibição exageradamente brusca da telepublicidade infanto-juvenil e alimentícia), proibir a reprodução de vídeos baixados da internet (excetuando flagrantes exclusivos) e adotar uma lei que obrigue a exploração das Web-TVs a "produtores independentes" devido a sua viabilidade (pra limitar a quantidade de horas de aluguel de programação, preservando assim a soberania das TVs abertas, sujeita a multa e pena). Isso porque ouve um grande descuido no meio de comunicação que até hoje permanece como a mais influente do país, pois estão investindo demais na implantação/expansão da internet 5G e se esquecendo do veículo principal, a televisão. Se ninguém fizer nada nos próximos anos, todas as emissoras abertas estarão condenadas a terem o mesmíssimo esqueleto diário de programação, 90% ao vivo, puramente ibopístico, com coirmãs se digladiando umas contra as outras sem o mínimo critério, virando cabide de empregos (limitando ainda mais o já enfraquecido mercado de trabalho), lavando dinheiro, se voltando ao "público flutuante", sem identidade visual e sustentadas pela publicidade/verba exclusivamente governamental (se é que haverá intervalos comerciais, que estão sendo trocados pelos manjados merchandisings):

12h00 - Bate-Boca Esportivo
14h00 - Fofocas de Artistas
17h00 - Jornal Policial
20h00 - Informativo Oficial Governista (tipo A Voz do Brasil)
21h00 - Programa Mundo-Cão, Grotesco e Assistencialista
23h00 - Reportagens com Pautas Frias e Falsas Entrevistas

E aos domingos: Programa de Auditório com os Dramas dos Esquecidos da Mídia


Perceberam tamanha abundância de cultura inútil? E o restante da grade seria inteiramente preenchida por essas seitas evangélicas, principais arrendadoras de grandes redes que se vendem a intolerância religiosa e a falta de bom-senso dos que não são adeptos a "preferência comum" (pra não dizer "popular") e ainda falam que "sofrem perseguição", contradizendo o privilégio que recebem do Governo. Dá um tempo! Como pode esses grupetes neopentecostais, disseminadores da hipocrisia da "teologia da prosperidade", investirem por ganância própria em vazios conteúdos televisivos que só exploram a violência, o empoderamento, a demagogia e a discriminação, por mais que aleguem a combatê-las da boca pra fora? Por isso que o interesse pela televisão nos grandes centros está decaindo, fruto da sociopatia de muito falso-programador prepotente por aí.

Entenderam a gravidade do problema causada pelo messianismo SBTista (ou "Silviossantização" da TV)? É como diz uma frase que ouvi há muito tempo atrás: por causa de um indivíduo, todo mundo sofre. Uma coisa puxa outra. Por essas e outras, a vontade de desistir de minha parte é muito grande, pois não adianta mais criar posts para sugerir a programação dos sonhos ou fazer desabafos em tom agressivo contra quem eu classifiquei por aqui como o "Deus da TV brasileira" que ninguém, mas NINGUÉM MESMO dará voz a mim e a mais nenhum outro. Chega a até cansar, me deixa com um sentimento enorme de frustração, a gente até perde amigos por isso e maus pensamentos sobem à cabeça. O tempo ajuda a gente a se amadurecer, a nos tornar prudentes e analisar melhor nossos atos passados e presentes para não repeti-los no futuro, mas isso apenas não basta. A inoperância e o fã-clubismo são insuportáveis e intoleráveis, se tornaram tão crônicos que existem apoiadores da "causa" na maior cara-de-pau. É a Síndrome de Estocolmo, que não só afetou meros seguidores de comunidades sociais, mas principalmente nossa pobre mídia que vem agindo feito torcida organizada desde sempre quando quer comentar algo à respeito de um canal de televisão como o SBT.

PS: Antes que eu me esqueça, termino o texto agradecendo o fato de o blog ÊHMB De Olho Na TV ultrapassar a significativa marca de 3 milhões de visualizações. Valeu mesmo e desculpa por alguma coisa! 😉