HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

© Grupo Folhas - Todos os Direitos Reservados Quem viveu o ano de 1990 , seja criança ou adulto, sabe que a grande atração televisiva daquel...

sábado, 27 de fevereiro de 2016

OPINIÃO: Chega de Administração de Igreja


As leis de telecomunicações que regem o Brasil estão cada vez mais caducas e desobedecidas. Até agora, ninguém, nem o Ministério das Comunicações e nem mesmo a ABERT, fizeram alguma coisa para que a legislação das telecomunicações, sobretudo aquelas que regem as emissoras de rádio e televisão, fossem revistas ou reformuladas. Um dos tópicos mais desobedecidos abordarei nesta coluna.
Como todos devem saber, as emissoras abertas de TV, VHF ou UHF analógicos, podem no máximo alugar 6 horas de programação diária, mas essa regra é desobedecida graças a uma corja de homens que usam a Palavra de Deus como escudo moral e a escandalizam para comover e persuadir demagogicamente as classes mais baixas.

Sou cristão da igreja evangélica e sei muito bem o que eu estou falando. Atualmente o "ser evangélico" é pertencer a uma classe social e fico envergonhado da maneira em que essa classe trata e divulga as Escrituras Sagradas, ainda mais usando os veículos de comunicação, principalmente a televisão, na qual está muito vulnerável ao dinheiro sujo que as grandes denominações oferecem para arrendarem até 24 horas de programação de um canal oxigênio da vida.

É triste o quanto a ganancia, a cobiça e a ambição ao poder, pecados abomináveis aos olhos de Cristo, se alojaram às mentes desses pobres pregadores, homens de má fé, que instauraram a tendência do "evangelho da prosperidade", aquela do "quem crê será rico, vai ter casa, carro e etc." e isso vem sendo instrumento de apelação para arrebanhar mais fiéis e sendo fonte de enriquecimento para que seus líderes formem império e tomem conta dos meios de comunicação para destilar sua boçalidade santa, capazes até de subtrair e acrescentar o que não está registrado na Bíblia Sagrada.

Um seguidor de rede social disse que em vários países, como na Inglaterra e nos Estados Unidos, é proibido por lei que as religiões existentes por lá obtenham espaço em alguma programação, pra ver que na terra da Rainha e do Tio Sam os meios de comunicação são levados muito à sério. O Brasil nesse ponto é uma "terra sem lei" onde se levam em conta os interesses individuais de uma só pessoa, de preferência aquelas de ordem econômica, do que os interesses coletivos da sociedade.

O principal exemplo dessa "astúcia santa" é o da Rede Record: como pode a mais antiga emissora de TV da América Latina ter se tornado uma "emissora de placa de igreja"? O Macedão chegou a declarar a ambição de tornar sua denominação na "Globo das igrejas", mas não há sentido nesse argumento porque ele usa sua emissora justamente para desmoralizá-la por motivos tão mesquinhos e idiotas. E outra, declarou que com o império que tem em mãos quer "quebrar um monopólio", mas com a intensão de criar um outro monopólio, talvez mais perigoso, o da religião. A igreja dele é a que mais arrenda canais de televisão graças a lamentável ausência de proibições e contensões das leis de telecomunicações, Rede 21 e CNT são as maiores vítimas. Ele até tentou comprar a CNT no meio de 2015, mas a tentadora oferta foi recusada por Flávio Martinez (é isso aí, Martinez!).

Porque esses bispos que botam a sacolinha pra correr e usar desse dinheiro para gerir seu próprio sustentáculo de televisão, não investem no próprio ministério? Há muitos pregadores que passam apenas 10% dos dízimos e ofertas arrecadadas em suas congregações e ficam com os outros 90%. Os gananciosos bispos que desmandam na alta cúpula da Rede Record jogaram toda a história que a família Carvalho construiu na lata do lixo, ou melhor, na "fogueira santa de Israel". Pra eles, só vale de 1990 adiante, uma prova de que a Record está em mãos erradas. E digo mais, quando resolveram fazer um livro sobre os 60 anos da emissora em 2013, os bispos proibiram sua publicação, pode isso? Eles a transformaram numa "prepotência televisiva", não entendem nada de TV, odeiam TV, pregam a anti-TV em seus programas, sua bancada evangélica faz seu jornalismo para pôr panos quentes nos Lava-Jatos da vida, demitiram um sem-número de funcionários para aderir a essa política controversa de "terceirização total de funções", aboliram o intervalo comercial, ordenham tragédias de fundo de quintal a tarde toda e fazem autopromoção da programação, puxam saco de seus novos contratados e mais, sabiam que cerca de 80% do dinheiro de dízimo daquela igreja sustenta a emissora? Por isso que ela não fatura um tostão, tudo a toque de caixa porque a sacolinha corre sem parar e a torneirinha de dinheiro ficou emperrada jorrando notas sem parar.

Esse Macedão vem adotando como filosofia de dono de TV o seguinte ditado "O que se faz é o que se paga", só que ele esqueceu uma frase que está registrada no livro de Provérbios "A soberba precede a ruína". Outra coisa: essa verdadeira "Recorja de bispos" inflacionaram o mercado televisivo com esses cerca de 80% do dinheiro de dízimo, transformando celebridades da moda em dublês de apresentadores. E mais: com esse dinheiro que serviria pra investir no ministério deles, usam também pra servir de cachê pros "esquecidos da mídia" exporem suas "tragédias", e ainda dizem que foi o Gugu que pagou uma nota preta pra entrevistar quem quer que seja (de preferência figura polêmica) no programa dele, só porque ele é ainda o "artista mais rico do Brasil", mentira (gosto muito do Gugu, mas ele não merece ser espremido pelos bispos até a última gota, ele precisa ter um canal de TV só dele). Quanto a Record pagou para expor o drama da Márcia Goldschmidt? E o "Caso Russo", lembram o escândalo que deu só pra atacar a Globo e acabou prejudicando o próprio Russo? Os atuais donos que tocam essa emissora são capazes de transformar uma reportagem tipo "por onde anda..." de 10 minutos em 3 horas de mais puro sensacionalismo pondo em letras garrafais do GC os seguintes dizeres "Ex-ídolo Global vive hoje na miséria", só pra fazer barganha com o IBOPE, aliás, duvido dos índices de audiência que o instituto divulgou durante todo o ano de 2015 em seu site oficial toda quinta-feira, pois suspeito que os bispos subornam o IBOPE para fazer a emissora deles ter audiência de mais e as demais concorrentes terem audiência de menos.

Outra coisa horrível que acabei de descobrir de um amigo meu que trabalha na própria Record: a emissora paga uma grana para meia-dúzia de gatos pingados fazer vandalismo em algum ato público de grande destaque no jornalismo da Globo, só para atacá-la indiretamente e o fato combinado registrado em Smartphone (prática comum no "pseudo-jornalismo" dessa emissora que vive a explorar flagrantes virais e vídeos-modinha da internet) vira "notícia" de primeira página nos telejornais.

Perdão pelo pessimismo, mas acho difícil a atual gestão da Record voltar a fazer televisão de verdade, até porque eles tornaram a emissora num "objeto de posse", assim como qualquer outro artista (com ou sem talento) que eles contratem. Eles fazem TV para as classes mais baixas, aquelas de poder aquisitivo quase zero que representam a maioria da população, porque são presas fáceis para as ciladas que eles armam ao ponto de guerrear sujo pela audiência 24 horas por dia e 7 dias por semana. E fazem também algo pior, incitam o ódio ao telespectador ao explorar tanta desgraça alheia culpando inutilmente os "homens de cima". O problema desses bispos é o falso-moralismo que virou "tendência" em tudo quanto é pregador ou político metido a justiceiro. E as classes mais baixas, infelizmente, são tomadas e possuídas por esse ódio incitado por esses "donos da verdade" em toda a programação.

Outa coisa que "dá a entender" com essa horrorosa administração: a emissora deter supostamente os direitos autorais exclusivos da Bíblia Sagrada, proibindo moralmente as concorrentes de exibirem uma produção, estrangeira que seja, desse tipo. Ora, isso não faz sentido porque a Bíblia é um livro de domínio público e não há fundamento adquirir exclusividade das Escrituras Sagradas, é como o Macedão monopolizar a classe evangélica no Brasil, em outras palavras, fazer da igreja dele a única denominação existente neste carente país.

Se é para uma igreja evangélica ter um canal de televisão só dela, ao invés de arrendar um prefixo, porque não corre atrás de uma concessão para fazer uma emissora 100% segmentada, desde que não seja em circuito VHF analógico (assim como a Rede Gospel, a RIT e a Rede Boas Novas)? Essas são as conseqüências de um canal de televisão ser arrendado por uma falsa igreja evangélica, que só quer saber de lucros e enriquecimento instantâneo. A única coisa que resta ao telespectador contra tudo isso que acabei de relatar é uma só: mudando de canal ou desligando a televisão para nunca mais assistir um programa sequer da Rede Record de Televisão enquanto ela estiver sendo administrada por bispos tão sujos quanto os demônios que vivem sabotando pobres mentes humanas de má fé, seja rico ou pobre.