Eu já estava devendo esta postagem desde o início do meu blog, mas enfim, vou poder expor toda a minha admiração pelo programa de TV estrangeiro mais querido e mais assistido da história da TV brasileira. Não é bem assim um programa, é um artista que criou vários tipos que conquistaram de vez o público de todas as idades não só da América Latina, mas do mundo todo, estou me referindo a Roberto Gómez Bolaños, o aclamado Chespirito.
Nascido na Cidade do México a 21 de fevereiro de 1929, Bolaños era órfão de pai desde pequeno (assim como eu) e chegou a repetir um ano escolar, estudando junto com seu irmão mais novo, Horácio Gomez (que interpretava o personagem Godines). Mesmo assim, formou-se em engenharia eletromecânica, apesar de nunca ter exercido a profissão, chegou a ser boxeador amador e até jogador de futebol, mesmo franzino e estando abaixo do peso. Seu primeiro trabalho foi aos 22 anos como redator de uma agência publicitária, mas logo tornou-se roteirista de um programa humorístico que era sucesso no rádio e na televisão mexicana por mais de 10 anos, Cómicos y Canciones, cuja estreia como ator foi substituindo um outro ator que estava ausente em um dos quadros.
Quando o programa acabou, passou a escrever peças teatrais, foi redator de filmes e até compositor de trilhas-sonoras para estas produções. Foi então que um produtor de cinema ficou impressionado com os textos de Bolaños e o apelidou de "Chespirito", por ser tão genial quanto o escritor inglês William Sheakspeare (na fala espanhola é "Cheispir", então, "Chespirito" quer dizer "Sheakspearzinho" ou "pequeno Sheakspeare"). Em 1968, ao ser contratado pela recém-inaugurada TIM (Televisión Independiente de Mexico), escreveu seu primeiro quadro Los Supergenios de La Mesa Quadrada, apresentado dentro de um programa chamado Sabado de La Fortuna e em 1970 estreou Chespirito, um humorístico de uma hora de duração, exibidos as segundas-feiras às 20 horas, onde Bolaños criava seus esquetes e personagens de sucesso, permanecendo no ar até 1995. Com ele formou-se o dream-team do humorismo mexicano: Florinda Meza, Ramón Valdez, Rúben Aguirre, Carlos Villagrán, Maria Antonieta de Las Nieves, Angelines Fernandez, Edgar Vivar, Horácio Gómez e (depois) Raul "Chato" Padilla. Além disso, produziu peças de teatro, escreveu livros, fez cinco filmes e encerrou a carreira de ator aos 66 anos quando tornou-se diretor-geral da Televicine, divisão de cinema da Televisa. Apesar dos problemas de saúde como diabetes, enfisema pulmonar e um pouco de surdez, continuou trabalhando na TV mexicana como redator e diretor até seu falecimento em 28 de novembro de 2014 aos 85 anos em sua terra-natal, cuja causa foi parada cardíaca.
O seu personagem mais popular é o Chaves, que foi criado de maneira improvisada: era para ser o menino do canal 8 da Cidade do México (o canal da TIM), estreou em março de 1972 (quando Bolaños tinha 43 anos) como um quadro de Chespirito. Chaves é um menino órfão de oito anos de idade. Sem ter aonde morar, acabou se refugiando numa pequena vila e foi morar na casa nº 8 com uma velhinha que nunca apareceu em episódio algum. Logo, arranjou diversos amigos pelo cortiço e passou a ser conhecido como "Chaves do Oito". E quanto ao barril, é apenas um esconderijo secreto, ele fica lá dentro quando quer pensar, descansar e chorar, porque não gosta que ninguém o veja triste. Dois anos depois ganhou um programa próprio, assim que a TIM foi adquirida pela rede Televisa, e atingiu recordes de audiência de 60% em todo o país. O sucesso foi imediato e Chaves foi exibido em mais de 80 países, conquistando altos índices de audiência.
Outro personagem super-conhecido é o Chapolin Colorado, um herói diferente dos outros por ser atrapalhado, medroso, humano, sente dor e mulherengo. A "astúcia" que ele tanto alardeia é só de aparência porque disfarça esse lado humano notoriamente visível nos episódios. O "super-anti-herói", cogitado para ser chamado de El Justicero, fora criado antes do Chaves, em novembro de 1970, como um desafio para Chespirito. Na emissora mexicana TIM, só havia quatro cores de tecidos para criar o uniforme do novo super-herói: preto, branco, azul e vermelho. Para Bolaños, preto era uma cor fúnebre, branco não pegava bem no vídeo (a TV mexicana já trabalhava com equipamentos em cores) e azul era a cor do cenário de chroma-key (uma novidade tecnológica para a época). O vermelho foi a última opção e o herói ganhou esse nome porque no México existe um gafanhoto avermelhado (que possui antenas) e comestível chamado Chapolin.
Em 20 de agosto de 1984, durante o programa TV Powww!!!, entre uma brincadeira interativa e outra, estreou no Brasil as séries mexicanas que foram produzidas na década de 70 e feitas com pouquíssimos recursos, cujos títulos originais são El Chapulin Colorado e El Chavo del Ocho (sendo que a primeira entrou no ar primeiro). Os seriados vieram em meio a um lote de novelas mexicanas não-catalogadas que o SBT havia adquirido um ano antes e a Televisa, rede de televisão do México, obrigou a emissora brasileira a incluir nesse pacote de melodramas a compra de diversos episódios do seriado humorístico de maior audiência naquele país. A alta-cúpula de diretores assistiu um dos episódios, os diretores reprovaram na hora considerando uma "produção velha, pobre e que não daria certo na grade". O superintendente operacional Luciano Callegari chegou a declarar que "nem a dificuldade que estamos passando (o SBT estava financeiramente no vermelho) justifica a exibição de um programa de tamanha baixa qualidade". Mas valeu a intuição do diretor do departamento de dublagem da TVS José Salathiel Lage, que apostou no futuro das séries e pediu para serem dublados uma dúzia de episódios em caráter experimental com a equipe dos Estúdios MAGA e El Chavo (que quer dizer garoto, em espanhol mexicano) passou a ser chamado pelo termo abrasileirado de Chaves, assim como El Chapulin Colorado começou a ser inicialmente chamado de Polegar Vermelho ou Vermelhinho (só que o nome mal traduzido não pegou). Para espanto geral de todos os diretores do SBT, a experiência deu certo e estimulou a emissora a comprar mais de 100 episódios nos anos seguintes. Com o tempo, graças a audiência, sua importância histórica na TV e também pela força dos fã-clubes em todo o Brasil, Chaves tornou-se a grande estrela da programação do SBT, só perdendo para Gugu e Silvio Santos. Por essas e outras, eu prefiro ficar do lado dos "Chavesmaníascos" do que dos "SBTistas das redes sociais", tanto que as duas "facções" de fã-clubes vivem sempre brigando na internet.
Atirem a primeira pedra quem nunca assistiu uma edição do Jornal Nacional, um programa apresentado por Silvio Santos e um episódio do Chaves. Nem que seja um trechinho, você já se amarrou ou rachou o bico por uma cena do Chaves ou do Chapolin. Atire a primeira pedra também quem nunca foi proibido pelos pais de assistir ao Chaves só porque "incentiva a violência" pelo fato dos personagens sempre estarem se batendo? (Sou um deles) Por esse motivo tenho aqui duas listas das minhas cenas preferidas dos dois personagens:
As minhas cenas preferidas do Chaves:
- Chaves enfiando o dedo no calo do pé do Sr. Barriga
- Chaves e Quico se atrapalham com a perna quebrada do Seu Madruga
- Chaves descreve em frente a casa do Quico o que é um banheiro
- Chaves devorando o bolo de aniversário do Quico durante sermão de Dona Florinda
- Chaves imita o Seu Madruga vendendo churros pra ele mesmo
As minhas cenas preferidas do Chapolin:
- Chapolin cochicha num microfone, Carlos aumenta o volume, ouve um tiro e sai fumaça pelos ouvidos
- Chapolin tenta colocar um funil e um sonífero na boca do delinquente Poucas-Trancas
- Chapolin aciona sua corneta paralisadora e troca um violão por uma espingarda
- Chapolin cheira o clorofórmio, sente o efeito e fica feito um defunto
- Chapolin derrota o Racha-Cuca e tem sua bermuda amarela arrancada pelo próprio
Curiosidades:
* O primeiro personagem criado por Chespirito a ganhar um esquete foi o Dr. Chapatín, um médico velhinho, folgado, resmungão e atrapalhado. Sua primeira aparição foi no programa Los Supergenios de La Mesa Quadrada em 1968. Com o seu inseparável saquinho de padaria, e o seu famoso trejeito quando é possuído por "coisas", não admite que seus pacientes façam piadas sobre sua idade avançada e retruca "insinua que sou velho?". Seu saquinho logo entra em ação golpeando a cabeça das pessoas.
* Quando os primeiros episódios foram produzidos, a TIM não tinha recursos para produzir os cenários e o figurino do programa. Foi aí que Chespirito teve a ideia de fazer o cenário da vila com isopor, papelão, tapadeiras e biombos para esconder as paredes do estúdio, cujo piso era branco. A partir de 1973, quando a Televisa passou a produzir o programa do Chaves, os cenários e o figurino passaram a ser mais cuidados e elaborados.
* Os trejeitos do Chaves foram inspirados pelas próprias filhas de Chespirito. Uma delas pulava chutando o ar quando estava alegre (na hora do "zas, zas, zas") e quando estava com raiva, enquanto que outra chorava em falsete "pipipipipipipipipi".
* A comida favorita do Chaves é o sanduíche de presunto. Mas no México, o sanduíche tem um combinação diferente daquela que nós conhecemos: além de presunto, tem alface, tomate, catchup, mostarda e uma pitada de sal. No México, o sanduíche cujo nome original é torta de jamón é vendido como cachorro-quente, em barraquinhas.
* O nome original da personagem Chiquinha é Chilindrina, que no México é o nome de um pãozinho doce salpicado de açúcar e uvas passas. Aí o motivo dela ser tão sardenta. Há quem diga que o nome de batismo da personagem é Ramonilda.
* O primeiro personagem do seriado Chaves a ser criado foi o Professor Girafales. Isso foi em 1968 no programa Los Supergenios de La Mesa Quadrada, onde respondia as perguntas mais absurdas de telespectadores fictícios. Ele dividia a mesa, entre outros que participavam, com o Dr. Chapatín, que o chamava de "Professor Girafão" fazendo trocadilho do nome com a altura avantajada do personagem.
* Mostrando que é também um batalhador, dando literalmente a cara a tapa, Seu Madruga, que quando jovem foi boxeador e campeão de boliche, já trabalhou como cabeleireiro, empresário artístico, sapateiro, homem da roupa velha (conhecido como "velho do saco"), vendedor de balões e artigos para festas, carpinteiro, vendedor de churros, entregador de lenha, fotógrafo, mecânico, mestre-de-obras e leiteiro. Durante todo esse tempo, Seu Madruga chegou a pagar o aluguel ao Sr. Barriga quatro vezes: dois deles nos episódios em que os móveis de sua casa ficam do lado de fora da vila, um foi "sem querer querendo" após a venda de balões e confetes no dia da Independência e o último num episódio ex-perdido onde o Chaves estoura os balões de Quico e Chiquinha com uma tesoura.
* Na primeira versão do episódio Uma Ajuda para a Cruz Vermelha, Chaves pergunta ao Sr. Barriga qual a quantia exata que o Seu Madruga deve de aluguel. O Sr. Barriga revela que "um mês de aluguel custa 50 mil cruzeiros, 14 meses de aluguel custa 700 mil cruzeiros". Como o episódio foi dublado em 1984, a informação financeira do Sr. Barriga envelheceu-se com as alterações do sistema monetário brasileiro. Se a gente converter esses valores para os de hoje, de acordo com a ferramenta de conversor de valores do Acervo Estadão, então um mês de aluguel de qualquer casa da vila vale aproximadamente R$ 472,62 e os 14 meses de aluguel que o Seu Madruga deve ao Sr. Barriga estariam valendo hoje R$ 6.616,68 (cujo valor, segundo o índice do IPCA sofreu uma desvalorização de aproximadamente 281,5% durante todo o ano de 1984), mas se incluirmos a taxa mensal obrigatória de 1%, Seu Madruga seria obrigado a pagar ao Sr. Barriga algo em torno de R$ 22.800,08. Será que o Silvio Santos não poderia emprestar ao Seu Madruga uns 23 mil reais que ele não esteja usando? Pra deixar de ser mão-de-vaca e querer desconto na hora de pagar multa na hora de contratar um artista da concorrência?
* De acordo com os episódios exibidos no SBT, o Sr. Barriga tem um currículo bem interessante. Seu primeiro emprego foi numa padaria preparando massas para fazer pão, mas teve que trocar a padaria por um açougue para lavar o chão ensanguentado de tanta carne que vendiam por lá. Logo, foi chamado para trabalhar num restaurante para lavar os pratos dos fregueses e não contente com o salário que ganhava nesses lugares, conseguiu arranjar emprego numa casa de boliche trabalhando como aparador (aquela pessoa encarregada de posicionar os pinos) onde o salário era bem melhor. Tempos depois, conseguiu crescer na vida transformando-se em dono do cortiço onde ele nasceu graças aos conselhos que ouviu de todos os seus patrões.
* O nome da esposa do Sr. Barriga, na qual segundo o próprio está sempre viajando para a Espanha, é Flaquiña Delgado y Liviano de Barriga. Já a finada esposa do Seu Madruga se chamava Dona Ramona, ela morreu ao dar a luz a Chiquinha e a única recordação que deixou a seu marido é um bolo que ele usa todas as noites para trancar a porta de sua casa.
* O Sr. Barriga já foi recepcionado por Chaves na vila com socos, sua própria cabeça, tijolo, vassoura, taco de beisebol, bolo, sapato, bilboquê, bolas de futebol, de beisebol, de basquete, de boliche e do Quico, raquete de ping-pong, lama, engradado de garrafas de refrigerante, a Chiquinha, chute, pincel e levando tombos quando o Chaves estava no chão. Só falta o Chaves acertar o Sr. Barriga com uma cueca e com um machado de lenhador, segundo ele próprio disse em alguns episódios.
* Na hora do "gentalha, gentalha, pfff", Quico já acertou o Seu Madruga com ovo, banana, caminhãozinho, moto, pincel sujo de tinta, chapéu, bolo, pirulito, bola de boliche e até disparou uma bombinha no bolso da camiseta dele.
* O Professor Girafales já chamou a Dona Florinda de Dona Estilingue, Dona Biquíni, Dona Massacote, Dona Porcaria, Dona Empapada, Dona Aposentada, Dona Metáfora, Dona Micróbio, Dona Sanguessuga, Dona Troglodita, Dona Chorona, Dona Cacetada, Dona Masoquista, Dona Espingarda, Dona Chirimóia e Tesouro. Agora só falta chama-la de Dona Linguiça, já que o chamam de Mestre Linguiça.
* Falando nisso, o Professor Girafales não foi apenas chamado de Mestre Linguiça, já foi apelidado de Mangueira de Bombeiro, Cano de Encanamento, Quilômetro Parado, Lombriga Esticada, Trilho de Trem em Pé, Girafa de Salto Alto, Sabugo de Milho, Girafão Comprido, Vara com Pés, Intestino Desenrolado, Poste de Linha Telefônica, Espaguete Cru, Coluna da Independência e Espigão.
* Em 1972, Chespirito criou a dupla de ladrões Beterraba e Peterete. Esses atrapalhados bandidos ficaram conhecidos no Brasil por terem seus esquetes exibidos dentro dos "episódios perdidos" do Chaves. Quando Beterraba cometia algum "fora", Peterete (Ramón Valdez) se irritava, penteava o cabelo de seu comparsa, dava-lhe uma bofetada e dizia frases como essa: "E da próxima vez, eu corto o seu cabelo com uma serra elétrica!". Como não tiveram boa aceitação do público mexicano, eles saíram do ar em 1975. Mas Beterraba acabou retornando no episódio de Chapolin Colorado Festa à Fantasia dividido em duas partes e apresentando seu novo companheiro, Botijão (Edgar Vivar).
* No episódio Os Documentos Confidenciais, Chapolin Colorado averígua se o casal de bandidos tinham alguma aliança de casamento ou de noivado nos dedos. Os bandidos (Florinda Meza e Rúben Aguirre) estendem as mãos para Chapolin comprovando que não usavam anéis, só que logo depois o herói se depara com um quadro onde aparece um homem transfigurado com as mãos estendidas. O quadro se chama "Nossa Imagem Atual", feito em 1945 pelo pintor mexicano David Alfaro Siqueiros.
* O sucesso de Chaves foi tão grande dentro dos programas de Bozo e TV Powww que imediatamente ganhou um horário próprio na grade do SBT. A primeira vez que Chaves apareceu na grade do SBT foi nas manhãs de domingo a partir de 1º de dezembro de 1985, antes do Programa Silvio Santos. À essa altura, os dois seriados se revezavam diariamente no horário das 13h00. Em 1987, passou a ser exibido diariamente às 19h45 e chegou a atingir médias de 13 pontos e picos de 20 pontos de audiência. Em 1989, Chaves e Chapolin viraram mania nacional e passaram a ser exibidos às 18h15 também em sistema de revezamento. Em 1990, Chaves obteve audiência recorde no SBT: médias de 15 pontos e picos de 36 pontos de audiência.
* Em agosto de 1990, a Editora Globo lançou o álbum de figurinhas do Chaves e do Chapolin, sucesso absoluto de vendas. Os desenhos dos personagens tiveram a assinatura do renomado desenhista Ruy Perotti, criador de personagens como Sujismundo e Variguinho. O fato motivou a editora (pertencente às Organizações Globo) a lançar a revista em quadrinhos dos personagens da vila um mês depois. Com a saída repentina de Perotti, uma nova equipe de desenhistas foi formada para dar continuidade ao projeto contando com nomes importantes da área como Eduardo Vetillo, Sérgio Morettini e os irmãos Munhoz (Roberto e Rosana). O sucesso foi enorme a ponto de serem vendidos cerca de 100 mil exemplares por mês! Até abril de 1993, foram publicados 32 números do gibi do Chaves, 15 do Chapolin, nove gibizinhos, quatro revistas de montar, dois álbuns de figurinhas (contando a que foi lançada pela DJD Editora) e um almanaque. Gostaria muito de ter essa coleção completa de revistas e álbuns do Chaves e do Chapolin.
* O Chapolin Colorado serviu de inspiração para o desenhista norte-americano Matt Groening para criar o personagem chicano Pedro, o Homem-Abelha, do desenho animado Os Simpsons.
* Alguns personagens de Chaves tem nomes de batismo completos, vamos conferir? Frederico Bardón de la Regueira (Quico), Florinda Corcuera Vidialpango Viúva de Matalascayano (Dona Florinda), Inocêncio Girafales (Professor Girafales), Zenon Barriga y Pesado (Sr. Barriga), Febrônio Barriga Gordorritúa (Nhonho), Neves Frias de Limão Aguado (Dona Neves) e Patricia Gimenez (Paty).
* Em 17 de março de 1997, a rede CNT/Gazeta firmou uma parceria com a emissora mexicana Televisa para a exibição de três horas diárias de programação. Entre tantas novelas que foram apresentadas, o destaque ficou com o humorístico Chespirito com uma hora de duração, produzido no final dos anos 80, apresentando em sua maioria episódios do quadro Los Caquitos com Beterraba, que passou a ser chamado pelo nome original de Chómpiraz. As histórias se passavam num hotel onde ele trabalha como carregador de malas e junto com ele estão o ascensorista de elevador Botijão e a lavadeira Chimoltrufia. Outros personagens também se incluem como o recepcionista Sr. Cecílio, o policial Sargento Refúgio, a vidente Maruja e o Delegado Morales. A emissora paranaense também exibiu esquetes inéditas do Dr. Chapatín e em uma única oportunidade apresentou esquetes do Chapolin Colorado e também do Chaves. Chespirito saiu do ar em 1998 na CNT/Gazeta, mas muitas dessas esquetes e outras até então inéditas no Brasil foram redubladas pelos estúdios BKS e exibidas a partir de 2001 no SBT no programa Clube do Chaves. Como Marcelo Gastaldi faleceu em 1995, o ator Cassiano Ricardo teve a tarefa de dublar os personagens Chaves e Chapolin.
* Em 1º de janeiro de 2007, estreou no Brasil através do SBT uma versão em desenho animado do Chaves, que fez muito sucesso, ganhou várias temporadas e conquistou uma nova geração de fãs, graças as historinhas bem mais focadas ao público infantil. O garoto do barril, nessa oportunidade, teve que ser dublado por Tatá Guarnieri.
* Em 1989, a gravadora PolyGram lançou o LP do Chaves, gravado pelo mesmo time de dubladores da série. Nele haviam 10 canções até então inéditas no Brasil, compostas pelo próprio Roberto Gómez Bolaños e adaptadas em português por Mário Lúcio de Freitas, Marcelo Gastaldi, Fernando Netto e Tati. Produzido pelos estúdios Marsh Mallow (que anteriormente eram chamados de Estúdios MAGA) e Diana Backstage Produções, o disco durava apenas 22 minutos e 25 segundos e serviu como um presente de Natal à altura para as crianças daquela época, deixando um gostinho de "quero mais" a elas. Quem quiser ouvir e curtir o disco completo, acessem este link: https://www.youtube.com/watch?v=LBQNkvb-Ids
* O personagem Jaiminho, toda vez que entra em cena, reforça na lembrança que é o filho ilustre de Tangamandapio. Segundo o carteiro "é um povoado que fica na divisa do estado, só que não está no mapa por ser do tamanho de Nova York". Mas não é bem assim, Tangamandapio existe e está no mapa: é um município que fica localizado entre a Cidade do México e Guadalajara no noroeste do estado de Michoacan e seu nome verdadeiro é Santiago Tangamandapio. A importância do personagem em levar o nome da cidade para fora do México foi reconhecida até pela prefeitura local que chegou até a erguer uma estátua em homenagem ao simpático carteiro da vizinhança que queria "evitar a fadiga".
* Quando entra em cena em diversas vezes, Chapolin aparece com sua inseparável marreta biônica, mas ele também traz consigo um pequeno frasco contendo suas pastilhas encolhedoras, que contém uma substância chamada nanicolina (ou polegarina, se você preferir), que o deixa com 20 centímetros de estatura em apenas 10 minutos. Mas uma arma das mais divertidas do seu arsenal é a corneta paralisadora (em alguns episódios é chamada de "buzina" ou "pistola") que, quando disparada uma vez, paralisa pessoas e objetos, e quando é disparada duas vezes, volta tudo ao normal.
* E o time dos dubladores daqueles que deram voz aos personagens do Chaves e dos que representavam outros personagens em Chapolin: Marcelo Gastaldi, Nélson Machado, Sandra Mara Azevedo, Cecília Lemes, Marta Volpiani, Carlos Seidl, Potiguara Lopes, Osmiro Campos, Helena Samara, Mário Vilela, Silton Cardoso e Older Cazarré. Além deles, o produtor musical e compositor Mário Lúcio de Freitas (que fez várias trilhas e vinhetas para o SBT) ajudou a produzir e traduzir em português várias canções em diversos episódios como Jovem Ainda, Somos Cafonas, Superar os Cometas, Queria Ter Sido Um Pastor, Um Ano Mais, Vem Brincar (brincaremos, brincaremos sem parar), Ouça Bem, Escute Bem, Quando Me Dizes, Somos Todos Piratas, Boa Noite Vizinhança, Isso, Isso, Isso (Sempre o Amor), O Dia da Criança é Aqui e Peludinho (peludin-din-din, peludão-dão-dão...).
* Calcula-se que foram produzidos ao todo 260 episódios do Chapolin e 310 episódios do Chaves entre 1971 e 1979. Porém, estão à disposição 250 episódios do Chapolin e 280 episódios do Chaves. A questão dos "episódios perdidos" não é exclusividade dos fãs brasileiros, os fãs da América Latina em geral também questionam o paradeiro de alguns episódios que a Televisa não catalogou para venda às emissoras do exterior. Para ser mais preciso, 12 do Chapolin e 33 do Chaves, mas por sorte o SBT vendeu para rede mexicana alguns desses "episódios perdidos", mesmo dublados em português, cujo status no Brasil são de "episódios comuns": do Chapolin são O Planeta Vênus de 1973 e O Contrabando / As Pulgas Amestradas de 1978; e do Chaves Como Pegar o Touro a Unha e Bebê Versus Compras, ambos de 1973, Seu Madruga Carpinteiro Parte 1 e Muitas Marteladas Parte 2, ambos de 1974, Ser Pintor é uma Questão de Talento Parte 1 e Um Festival de Vizinhos Parte 2, ambos de 1976, Quem Não Tem Cão Caça Com Rato Parte 2, de 1977 e Errar é Humano de 1978. Agora resta saber o status dos outros "perdidos" em outros países que exibem os seriados desde longa data, cuja maioria são de histórias repetidas.
* Quando alguém for contar a história de uma das enchentes que devastou o SBT, e que a emissora teria delongado o Aqui Agora para cobrir as chuvas e até improvisarem um "fétido" estúdio pro TJ Brasil teriam exibido um episódio do Chaves chamado "O Revolvinho do Chaves", não acreditem! É MITO, FAKE NEWS PURO! Não precisa ser adivinho para apurar que o programa supracitado JAMAIS EXISTIU. Quem acompanhou os episódios do Chaves no canal Multishow e enumerou um por um, chega a esta conclusão. Basta ter entendimento de contexto histórico porque o fato (no qual muita gente ainda acredita) possui muitas incoerências. A história que fora disseminada em 2001 pelo site Tinha Que Ser o Chaves (até hoje no ar, mas em nova fase) alega que houve uma enchente na Vila Guilherme por volta de 1992 (segundo uma suposta entrevista de um falso funcionário da emissora), porém a última grande enchente que atingiu (e ilhou) os antigos estúdios do SBT foi datado em 19 de março de 1991, portanto dois meses antes da estreia do Aqui Agora (em 20 de maio do mesmo ano). Lógico que haveria troca de horários entre os programas até tudo ser normalizado porque a grade do SBT mudava a toda hora naqueles tempos. Foi nesse dia que o jornalista João Carlos Albuquerque, o João Canalha, pediu demissão porque não ajudaram ele a recuperar um carro novinho, que ele tinha acabado de comprar, que deu perca total por estar completamente inundado (isso é fato, testemunhado inclusive pelo câmera Javier Malavasi). Inventou-se também uma tal "subestação de retransmissão" que teria possibilitado a exibição de imagens ao vivo dos estúdios totalmente alagados e que a mesma enchente seria responsável pela perca de parte do arquivo da emissora como as novelas antigas que estavam sendo reprisadas naquela época e os tais "episódios perdidos" de Chaves e Chapolin, então em exibição. E ainda tem muita gente que acredita nessa história. Quem comprovou e desmentiu a "Farsa do Revolvinho" foi um e-mail enviado a mim por um YouTuber inscrito no meu canal que se identifica pelo nickname de Jon Jon Spark. A ele, meus agradecimentos.
A seguir, meu Top 20 de episódios preferidos do Chaves e do Chapolin. Sem querer querendo, sigam-me os bons!
Top 20 Chaves
O Calo no Pé: Puxa, repuxa, recontrabuxa! O Chaves enfiando o dedo no calo do Sr. Barriga é uma das melhores cenas. Paralelo a isso, as balinhas da goma da Chiquinha e o vale de 1 milhão de cruzeiros que o Quico deve pro Chaves ditam o ritmo. Divertido do começo ao fim. Quando o Chaves acreditava estar milionário, disse a Seu Madruga que ia "comprar roupa pra quem precisa, como aquelas pobres senhoras que aparecem nas revistas que o senhor lê".
Esconde-Esconde: Chaves treina pra ser equilibrista até que Chiquinha e Quico brincam com ele de esconder. Até que o Quico se enfia numa caixa e o Seu Madruga prega a caixa com ele dentro. O melhor é quando a caixa vai parar na casa da escadaria e Chaves e Chiquinha o empurram só pra levá-lo na casa da mãe dele.
Show de Ioiô: Enquanto Chaves anunciava as manchetes de jornal como "os policiais perseguem as empregadas" e "treze pessoas enganadas", Seu Madruga se mete a ser empresário artístico e organiza um espetáculo de ioiô. Isso inspira Quico a comprar um ioiô e fazer aquele número de tirar o cigarro da orelha. Quando Chaves pede um cigarro, deixa o Sr. Barriga intrigado, mas o cigarro era pro Quico e Dona Florinda, sabendo disso, bate em Seu Madruga. O final é meio violento quando ele aparece estribuchado com uma cadeira entalada no pescoço.
Quico Doente: Ele queria brincar na vila, mas tinha que tomar um monte de remédios. Mesmo assim, brinca de médico com o Chaves e recebe um monte de marteladas, participa de uma guerra de travesseiros, no qual foi ponto culminante de tomar todos os remédios. É a segunda versão onde aparece a Chiquinha. Quico disse que não estava "bem, besta" e Chaves complementa que "quando tiver bem besta vai poder sair pra brincar".
Quem Abaixa as Calças, Fica Sem Elas: Esse episódio eu costumo chamar de "As Calças do Seu Madruga". Dona Florinda, metida a dona da vila e recém saída do salão de beleza, não quer ver nada estendido no varal como pretexto de receber o Professor Girafales. Só que Seu Madruga tinha estendido uma calça jeans da Levi's recém-lavada no varal e o melhor da história é quando as crianças abaixam as calças do Seu Madruga e ele fica sem o par de calças no final. E ouve o seguinte sermão do Mestre Linguiça "impudico, despudorado, Marlon Brando" (referindo-se ao filme O Último Tango em Paris).
Barquinhos de Papel: É a segunda versão quando a Chiquinha resolve brincar de barquinho na fonte do outro pátio e Quico querendo exibir seu barquinho de brinquedo para concorrer com as crianças (Chaves brinca de pirata no seu barril), só que ele tinha que fazer a lição de casa e a confusão é desencadeada.
Pintando o Sete: Em duas partes quando Seu Madruga decide pintar os móveis dele na vila e as crianças atrapalhando o trabalho dele. O pincel vai parar num vaso no alto da porta de entrada e a tinta amarela vai parar na porta da casa dele. Sr. Barriga se queixa da cor dizendo que "vai parecer que a vila sofre de hepatite".
O Terno do Tio Jacinto: Tudo começa quando as crianças da vila inventam que Seu Madruga ia se casar com a Bruxa do 71, mas não passa de um mal-entendido. Logo, ele herda um terno de um falecido parente, mas as calças estão largas demais e fica caindo sem parar porque as crianças resolvem brincar com a cinta dele, até Dona Clotilde fica apavorada ao dizer "louco descarado".
Tocando Violão: Chaves e Quico jogam tênis, mas Seu Madruga traz um violão e deixa o Chaves inspirado, até Quico pede pro Professor a lhe dar aulas de violão. Mas como as crianças não entendem de música, encontram uma utilidade para os violões, servir de raquete para jogar tênis. É nesse episódio que tornou conhecida a melodia "quero ver, outra vez, seus olhinhos de noite serena" (prefiro a versão do ventríloquo do episódio do Chapolin, mas isso a gente aborda nos próximos parágrafos).
Catapora da Chiquinha: Ela chora sem parar e ninguém sabe porque, mas Chaves explica a Quico que ela resolveu não ir pra escola naquele dia porque algo terrível aconteceu. Até que Seu Madruga inventa uma história pro Sr. Barriga de que sua filha tem catapora como desculpa de não pagar o aluguel e a catapora era verdadeira, apesar da relutância da Chiquinha em querer brincar na vila e espalhar a doença pra todo o mundo. Até nas ceroulas estendidas no varal da vila pra tristeza do Chaves, que queria "pegar catavento" porque quando estava doente, lhe deram de comer três vezes.
O Velho do Saco: Exibido em três partes, Seu Madruga consegue um "emprego de pobre" só pra pagar o aluguel do Sr. Barriga, enquanto que Quico, querendo brincar lá fora ouve o sermão de sua mãe: "crianças desobedientes são levadas pelo velho do saco" e ele acredita, mesmo o velho do saco sendo o próprio Seu Madruga que berrava "chapéus, sapatos ou roupa usada, quem tem?". Na segunda parte, a grande atração é uma velha bola de boliche e o Sr. Barriga achando que Seu Madruga o havia comprado e o batizou de "corpo de delito" como prova de que ele tem o dinheiro do aluguel. Mas Chaves, levando tudo ao pé da letra, o chamava de "corpo do Benito". Do Benito Di Paula? A terceira parte tem como título Quem Descola o Dedo da Bola.
Um Banho Para o Chaves: O único episódio que eu acho legal sem Quico e Seu Madruga, é quando o Chaves fica com as mãos sujas durante todo o episódio e ele não quer lavar as mãos de jeito nenhum. Até a Pópis tenta convencê-lo a tomar banho, mas mesmo assim ele deixa sua "assinatura" nos lençóis, toalhas e roupas da vila.
O Bolo: Quando Quico compra um bolo para sua mãe, dizendo que ela tinha feito pro Professor Girafales e Chaves atende um favor pra Dona Clotilde em deixar um bolo na casa do Seu Madruga com dois recados anônimos, só que Chaves, morto de fome, devora o bolo todo. O Sr. Barriga aparece e lê os recados achando que era da Dona Florinda quando o Quico diz "não posso dizer porque é segredo da minha mãe". No final, Quico e Chaves tentam fazer um bolo e o resultado é desastroso. É a primeira versão.
Roupa Suja Lava-Se em Público: Quando os personagens trocam de chapéus e quando o Seu Madruga joga terra numa roupa estendida, sem saber que era a camisola da Bruxa do 71. Tudo começa no dilema de quem ia varrer o chão do pátio, depois a disputa pelo maior espaço do varal e finalmente a troca de chapéus.
Isso Merece um Prêmio: Quico ganha uma estrelinha de "menino bom", mas na verdade era uma estrelinha vendida pelo Chaves com as bênçãos da aluna aplicada Elisabeth. Isso deixa Dona Florinda decepcionada até aparecer o Professor Girafales, onde ele apresenta uma mostra de desenhos inusitados dos garotos. Como aquela do Chaves que diz que é o "meu café da manhã de todas as manhãs" que poderia ser "uma vaca comendo no pasto". Mas o melhor é a caricatura do Mestre Linguiça que Quico tinha feito no qual "só falta fritar", mas mandou Chaves falar que foi ele que fez pra escapar de uma bronca, mas na verdade arrancou elogios do "mestro", digo Professor.
O Vendedor de Churros: Integrante da saga A Sociedade, quando Dona Florinda e Seu Madruga fazem as pazes, firmam acordo para a venda de churros (ela faz e ele vende) e vem aquela confusão toda. O último episódio dessa série é a melhor, quando Chaves e Seu Madruga trocam de roupa e os dois vendendo churros a seu modo. "Seu Madruga, me vende um churro por favor? Quê que foi, quê que foi, quê que há, claro que sim Chavinho, foi pra isso que eu te dei o dinheiro, digo não" ou "Seu churro, aqui está o Madruga".
A Nova Vizinha: As três versões são legais pois são a mesma história e os mesmos atores, exceto a nova vizinha (a tia da Paty). Claro que a atriz da terceira versão cujo episódio é intitulado Errar é Humano faz mais o tipo do Seu Madruga (ela se chama Regina Torné). O melhor é quando Chaves e Chiquinha planejam o que tinham de dizer para as mulheres que queriam falar com o Seu Madruga: 1 - Morreu / 2 - Entre / 3 - Torta.
Seu Madruga Fotógrafo: O pai da Chiquinha resolve ganhar a vida com uma jurássica câmera fotográfica lambe-lambe e Chaves a derruba sete vezes durante todo o episódio (e mais três num outro episódio). É aquela em que o Madruga troca de chapéu com o Chaves e é alvo de chacota do Professor Linguiça, além de tentar tirar uma foto do Godinez no parque de diversões.
Os Bilhetes Trocados: Girafales escreveu uns versinhos pra Dona Florinda enquanto que Seu Madruga escreve uma lista de compras pro açougueiro para lhe fiar um monte de carne. Só que a Chiquinha acaba trocando os bilhetes caídos no chão da vila e manda a do professor pro açougueiro e a do açougueiro pro professor. O Chaves lendo o bilhetinho de amor é o melhor momento "apresentei a pistola do parque de minhas três Teresas, cebola, alhos e em sua vaca navios usar dentes, por isso digo que te quero e que tenha a cerveja de que te amo mato".
O Belo Adormecido: Chaves pega no sono no meio do pátio da vila e fica feito papel higiênico molhado. Quando acorda brinca de "Encantados" ou "Enfeitiçado" (dependendo da cara do freguês) e sobra pro Seu Madruga, que belisca o Sr. Barriga e é esmagado pelo próprio, que desconta os 14 meses sem receber o aluguel do inquilino mais inadimplente da vizinhança.
Top 20 Chapolin
O Ventri-Louco: Um empresário artístico precisa de alguma atração para o seu grande espetáculo e toma conhecimento de um grande ventríloquo que manipula seu boneco com uma corda deixando todos estarrecidos, até que Chapolin aparece para "derrotar o inimigo", só que tinha que se passar por boneco do ventríloquo para impressionar o empresário, tendo que cantar aquela famosa melodia "quero ver (acenda as luzes), outra vez, seus olhinhos de noite serena". E complementa com "quero ouvir... (lave as orelhas)".
A Corneta Paralisadora: Carlito está apaixonado por Florinda e faz de tudo para impressioná-la, como fingir ser sobrinho de um suposto milionário. Chapolin aparece apara ajudar a mocinha e faz mil diabruras com sua corneta paralisadora até que o pai da moça se convença que o rapaz não era o homem certo pra ela. É de rachar o bico do início ao fim.
Uma Casa Caindo de Velha: Num visual à la Agnetha Fäitskog (aquela cantora loirinha do Abba), Florinda visita seu avô, mas nota que a casa dele está caindo aos pedaços, principalmente o piso. O cobrador acha que é tudo sabotagem pra não pagar o aluguel, até que Chapolin aparece pra ajudar, mas só comete mancada pra desespero do velho que murmura "Batmaaaan!".
A Peruca de Sansão: O ex-perdido em que um cientista descobre uma valiosa peruca da Era Cristã e aquele que a colocar conheceria o segredo da força de Sansão, nos cabelos. Todos resolvem colocá-la por curiosidade só pra não entregar as autoridades e a cena emblemática e a bala do revólver parando na boca do Chapolin. O momento mais nonsense é o diálogo entre Chapolin e o investigador: "não sei se é burro, não sei se é mula ou se ainda tinha um terceiro nome, como se chama?" e logo vem a resposta "Carlos Villagrán".
O Patrão é Quem Manda: Um trabalhador preguiçoso é explorado por seu patrão e é mandado a descarregar sacos de semente direto pra casa dele. Paralelo a isso, uma enfermeira procura um homem que tem medo de tomar banho, foi mordido por um cão raivoso e precisa tomar uma injeção urgente. Chapolin ajuda o trabalhador no descarregamento dos sacos até que um turista norte-americano atrapalha a missão. A segunda versão é a melhor com Rúben como patrão e Horácio como o turista.
O Extrato de Energia Volátil: Sr. Monchito adquire a tal invenção através do Professor Baratinha, onde fazia seres inanimados voarem como pássaros. Primeiro, os tetos e as paredes de sua casa e depois os próprios móveis. Chapolin tenta resolver o caso, mas Monchito é teimoso a ponto de voar sentado num sofá com o herói.
Ser Pequeno Tem Suas Vantagens: Pode não ser um dos "melhores" episódios, mas é acima de tudo histórico o encontro entre Chaves e Chapolin no famoso cortiço. O garoto do barril pede ao herói conversar com Dona Florinda para que ela pare de implicar com Seu Madruga, mas só mesmo tomando uma pastilha encolhedora que tudo possa se "resolver".
O Vazamento de Gás: Um edifício sofre problemas de encanamento de água, fiação de energia elétrica e principalmente de gás. Ramón, o vizinho de baixo reclama das variações de luz provocados pelo apartamento de cima. Na verdade, era Chapolin tentando ajudar um casal nos problemas causados pela explosão de um bujão de gás, mas faz a vida do vizinho de baixo um inferno. Momentos impagáveis.
Leonardo Da Vinci: A segunda versão é mais legal e mais próxima da realidade com o Rúben dono de um ateliê pedindo ajuda a Chapolin para reparar uma obra zoada pela empregada, pior, ele estraga um quadro a ser entregue em pouco tempo para o General Vivar e o herói conta um caso semelhante com Leonardo Da Vinci, que, em meio a torcicolos, precisava finalizar um quadro a ser entregue a tempo para Lorenzo Di Medicis (Edgar Vivar).
Honorável Carateca: Uma homenagem a cultura japonesa, um medidor de luz acaba sem saber aceitando o pedido de um samurai: casar-se com sua filha-gueixa. Chapolin aparece para impedir o casamento nipônico, mas teria que enfrentar o campeão de karatê Simbatu Amassaki. O Chapolin "falando" em japonês com o samurai e o gongoneiro já vale o episódio inteiro. Sem mais, "Wachacha".
O Bebê Jupiteriano: A lenda de que gigantes primitivos habitavam uma região montanhosa na qual localizava um hotel, deixa um casal preocupado, ainda mais quando surge um disco voador. Quando Chapolin aparece, o "voo discador" atinge a cabeça dele e imagina que dentro do objeto vem um bebê de Júpiter que aumenta de tamanho gradativamente. Novamente Florinda Meza está a cara da cantora sueca Agnetha Fäitskog. O ator que faz o bebezão é Arthuro Garcia Tenório, que anos mais tarde faria o pai de Jaime Palelo na versão original de Carrossel.
O Abominável Homem das Neves: Em meio ao gelo e muito frio, um casal resolve passar umas férias numa cabana abandonada, porém a moça é atemorizada com a lenda do "Yeti", que circula por aquela região. Chapolin aparece para dar cobertura ao casal, mas o "Yeti" não era de dar susto, tinha cara de chimpanzé reumático.
Planeta Selvagem: Uma dupla de astronautas são enviados a uma missão para explorar o planeta Vênus, só que são abandonados pelo foguete e pedem ajuda a Chapolin para regressar a Terra. Por outro lado, Chapolin tem que ajudar duas habitantes venusianas, que falam a língua do "U", a se livrar da invasão de seres humanos. Pedras que dobram, que voam, que aumenta de tamanho e que falam emolduram a história. É a segunda versão.
Chapolin em Acapulco: Transtornos marcam uma filmagem no "velho porto de Acapulco": uma fã pedindo autógrafo para os artistas, um louco que fugiu do manicômio alegando ser o "homem nuclear" e o próprio Chapolin. As locações foram no famoso Acapulco Continental Hotel (atual Empório, paraíso de verão para qualquer "Chavesmaníaco") e o destaque fica por conta de uma irresistível e curvilínea Florinda Meza loira usando biquíni tomara-que-caia, cores bege-marrom.
Luta de Boxe: Num cortiço semelhante a do Chaves, uma mulher repara que seu marido é covarde e não consegue defendê-la quando um novo e atlético morador resolve mexer com ela. Chapolin ajuda o "poltrão" a ser valente e organiza um duelo da "nobre arte" para ele enfrentar o grandalhão.
De Acordo Com o Diabo: Chapolin ajuda a filha de um inventor a procurar uns parafusos perdidos na sala de estar. Mas encontra o noivo dela aproveitando a ocasião para roubar as ideias do futuro sogro. O herói conta uma história semelhante que aconteceu com Dr. Fausto, que fez pacto com o demônio Nephistóphilis em busca de riqueza e juventude através dos poderes mágicos do "Chirrim, Chirriom". Chirrim para que as coisas apareçam e Chirriom para que desapareçam. A história é uma adaptação de Bolaños do texto teatral A Lenda de Fausto, escrito e publicado pelo poeta alemão Goethe em 1808.
O Show Deve Continuar: É a homenagem à sétima arte, o cinema. No primeiro episódio, um velhinho explica a Chapolin que um antigo estúdio de cinema, no qual trabalhou durante muitos anos, está para ser demolido e mostra os sets de filmagem contando histórias sobre cada filme que foi gravado por lá. A melhor paródia cinematográfica é, sem dúvida, do filme Cantando na Chuva.
A Troca de Cérebros: As três versões são legais, um prova de que o roteiro e o enredo são muito bons, talvez a melhor história já escrita para o herói. Um cientista louco (tanto Ramón quanto Rúben) pede ajuda a Chapolin para que ele reconquiste a credibilidade das pessoas, ainda mais com sua ambiciosa invenção do transplantador eletrônico de cérebros em seu laboratório secreto.
Festa a Fantasia: A segunda versão com a Angelines Fernandes, dona de uma mansão, que resolve dar uma festa a fantasia, mas foi alertada por um detetive de que contrabandistas estariam presentes para transportar o "contrabando" escondido numa boneca. Paralelo a isso, paródias de Chaplin e O Gordo e o Magro marcam os dois episódios.
Documentos Confidenciais (ou Microfones Ocultos): uma dupla de detetives investiga um apartamento vizinho equipado com microfones ocultos, lá está um casal de marginais (por isso que muitos chamam o episódio de Bonnie & Clyde) que esconderam os documentos num bolo. Chapolin mais atrapalha o casal do que ajuda, o suficiente para que os detetives ganhem tempo para capturá-los.
Agradecimento especial: Higor Vieira, fã de carteirinha dos personagens Chaves e Chapolin, que me passou as fotos de altíssima qualidade disponíveis neste post.
Extraído de...
...entrem no Internet Archive Wayback Machine (https://archive.org/web/) para explorá-los:
www.tinhaqueserochaves.cjb.net
www.geocities.com/tvja_2000/telecentro12 (indisponível, fora do ar)
www.tvmemoria.hpg.ig.com.br
Agradecimento especial: Higor Vieira, fã de carteirinha dos personagens Chaves e Chapolin, que me passou as fotos de altíssima qualidade disponíveis neste post.
Extraído de...
...entrem no Internet Archive Wayback Machine (https://archive.org/web/) para explorá-los:
www.tinhaqueserochaves.cjb.net
www.geocities.com/tvja_2000/telecentro12 (indisponível, fora do ar)
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E do livro O Diário do Chaves, escrito pelo próprio Roberto Gómez Bolaños, da Editora Pipoca & Nanquim, no qual eu recomendo. É muito divertido.
Para conhecerem melhor a história da produção das HQs do chaves e do Chapolin, acessem este link: http://vetillobrothers.blogspot.com.br/2011/09/chaves-por-eduardo-vetillo-wanderley.html
E para conhecerem a história da publicação dos gibis do Chaves e do Chapolin, e lerem um exemplar do gibizinho do Chaves, acessem este outro link:
http://lachicharrabrasil.blogspot.com.br/2016/02/edicao-extra-06-gibizinho-do-chaves-n-8.html
Dedico este post a todos os fãs de Chaves e Chapolin espalhados por todo o Brasil!
Para conhecerem melhor a história da produção das HQs do chaves e do Chapolin, acessem este link: http://vetillobrothers.blogspot.com.br/2011/09/chaves-por-eduardo-vetillo-wanderley.html
E para conhecerem a história da publicação dos gibis do Chaves e do Chapolin, e lerem um exemplar do gibizinho do Chaves, acessem este outro link:
http://lachicharrabrasil.blogspot.com.br/2016/02/edicao-extra-06-gibizinho-do-chaves-n-8.html
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