HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

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domingo, 21 de maio de 2017

ESPECIAL: A Entrega do Prêmio APCA aos Melhores de 2016

PRÊMIO APCA. Sinceramente, eu já vi eventos melhores desta que eu chamo de "premiação de verdade". Até mesmo o do ano passado em que critiquei neste blog a organização "mambembe". A carência artística foi bem visível, como também a "grande cobertura" que prometi a dar pra vocês do Prêmio APCA neste blog, pelo qual peço desculpas. O atraso de dois meses por falta de verba para a realização da ocasião foi o grande motivo para o não-comparecimento de muitos artistas prometidos no evento, como Letícia Sabatella, Maria Casadevall e Rita Lee (a mais esperada de todas que também "deu o cano", porém mandou um áudio de agradecimento via Whats-App), mas também revelou-se o desencontro de informações tanto à imprensa quanto ao público quanto aos nomes dos "apresentadores" das categorias de duas em duas, as duplas chegavam e eu fiquei boiando quem era quem. Tive que perguntar a um crítico de Teatro que estava sentado ao meu lado. Os protestos e manifestações também corroboraram pela escassez de brilho da 60ª edição do prêmio, realizado em 15 de maio último.
Logo na entrada do suntuoso e nababesco Teatro Municipal de São Paulo (que voltava a sediar a entrega do Prêmio APCA quase 10 anos depois), rolou uma manifestação pela liberdade do exilado político do Oriente Médio Issam Ahmad Issa que iria participar do evento entregando os troféus aos ganhadores, mas não deu as caras no palco. Depois, durante a entrega dos prêmios, o pessoal de Dança e Teatro (obviamente ovacionados) aproveitou a oportunidade para protestar contra o corte no orçamento destinado as artes pela Secretaria Estadual (ou Municipal, não sei) de Cultura de São Paulo, caindo pela metade, e frisaram o cumprimento da Lei do Fomento pelo espaço de difusão cultural na cidade.
E a palavra de ordem que mais se ouviu por lá foi Fora Temer!. Ainda bem que foi dois dias antes da delação do dono da Friboi, porque se isso tivesse acontecido antes, os protestos se intensificariam de tal forma que o prêmio "ganharia" proporção politizada até com certo exagero. Outra frase feita da noite foi Volta Haddad!, porque o prefeito anterior de São Paulo, ausente no evento porém super-ovacionado, ganhou um prêmio de Arquitetura pelo projetos Ruas Abertas em que a Avenida Paulista fosse liberada 100% aos pedestres todo os domingos, sem nenhum carro sequer, só que acabou virando ponto de encontro para tudo quanto é protesto, toda santa semana. Se é pra ele voltar, só se for no Palácio dos Bandeirantes, assumindo o cargo de Governador do Estado.
Eu senti um certo "petismo enrustido" por parte da chamada "diversidade", tema da premiação deste ano. Essa mesma "turminha" que foi polarizada politicamente (ou você é "estrela vermelha" ou você é "dos tucanos"), temendo "perder seus direitos" por mais que sejam individualistas, que é "a favor" da legalização da corrupção e, pelo qual eu temo até o último dia da minha vida, da "segregação sexual". Vou parar por aqui para não polemizar. Mas trocaria a palavra "diversidade" por "segmentação", até porque verifiquei que existem várias formas de arte para todos os tipos de público, até para o mais barulhento underground.
O evento de 3 horas e 37 minutos de duração tentou ao menos ser dinâmico, valeu a tentativa, onde todos os vencedores das sub-categorias de cada um dos 12 segmentos de arte foram chamados para subirem ao palco ao mesmo tempo e receber seus diplomas e troféus, mas os próprios deveriam ter colaborado para que a entrega dos prêmios fosse um pouco mais sucinta com 30 segundos de discursos cada um (para quem quisesse falar), foi o que frisou a todo momento o nosso amigo Miguel Arcanjo Prado, crítico de teatro, vice-presidente da associação e mestre-de-cerimônias do evento. Ele comandaria junto com a Edianez Parente, mas o fato dela ter machucado o pé a impediu de estar presente e foi oportunamente substituída pela charmosa Cristina Padiglione, crítica de TV do Estadão e "ausência ilustre" daquela auto-promoção descarada do SBT chamada Troféu Imprensa (aquela minha causa ainda está de pé, viu?). Quem salvou aquela noite, com toda sua graciosidade, foi a cantora Céu, eleita melhor intérprete de Música Popular, que fez uma apresentação logo na abertura do evento, e também os atores Marco Ricca, Selma Egrei e a mais elegante da classe artística, Andréia Horta. A melhor tirada foi na entrega de prêmios da categoria de Moda, no qual um dos premiados disse a seguinte frase: Moda é arte, moda é cultura, a política está fora de moda porque os políticos são cafonas. Confiram abaixo as fotos exclusivas do evento.

Logo na entrada do teatro a movimentação dos artistas era muito grande
Neste ângulo, a gente nota o que teve de tapete vermelho e não era pra menos!
O palco do Municipal nos preparativos para a entrega dos troféus
A imprensa estava presente, até essa dupla representando o programa do Pânico
A plateia já começava a ser ocupada por seletos convidados, o evento vai começar
A APCA estava celebrando seus 60 anos de arte naquela noite
A estatueta voltava a seu formato original, esse "monstrengo incompreensível"
Os mestres-de-cerimônia do evento: Cristina Padiglione e Miguel Arcanjo Prado
Como não podia deixar de ser, Fabre Rolim, faz o discurso inicial
A graciosidade da cantora Céu conseguiu abrilhantar um pouco o evento
Aqui, todos os vencedores da categoria de Arquitetura
Aqui, todos os vencedores da categoria de Artes Visuais
Aqui, os vencedores que estiveram presente (é claro) na categoria de Cinema
Os vencedores da categoria de Dança com o protesto em favor da Lei do Fomento
Numa das galerias do teatro, teve gente que comprou a briga em apoio da causa
Aqui, os vencedores, que estiveram presentes, na categoria de Literatura
Aqui, os vencedores da categoria de Moda, uma forma diferente de se fazer arte
Outro número musical foi do grupo Baianas, liderado por dois travestis
Os vencedores de Música Erudita, dentre os quais destaco o maestro Júlio Medaglia
Aqui, os vencedores da categoria de Música Popular
Aqui, os vencedores que estiveram presentes na categoria de Rádio
Aqui, os vencedores da categoria de Teatro Adulto
Os vencedores da categoria de Teatro Infantil, muito bem representados por sinal
E finalmente, os vencedores da categoria de Televisão, poucos estavam presentes, uma pena
Elas arrasaram na noite (na ordem): as atrizes Andréia Horta e Natália Rodrigues
Até a trans Leona Jovis arrasou, como também Gabriela Bryth e Giovanna Galutti, da organização do evento
Agora, o "momento tietagem", o dono deste blog com a elegantérrima atriz Andréia Horta
Esqueci de tirar os óculos ao tirar esta foto com a cantora Céu
Aqui com Cunha Jr., apresentador do programa Metrópoles da TV Cultura
Com o ator Marco Ricca, que arrasou como Pedro Pedreira na Nova Escolinha
Com a atriz Selma Egrei, eleita melhor atriz pelo papel da Encarnação em Velho Chico
Finalmente, Maria Alice Vergueiro, que ganhou o Grande Prêmio da Crítica de Teatro Adulto

Um evento de premiação nunca pode levantar causa por alguma coisa, isso tira o clima de brilho e encanto. Um evento desses é o momento de confraternização, prestígio, respeito, diplomacia, reflexão da temporada que passou e que vem e de felicitações mútuas entre artistas, críticos e uma parcela do público presente, sem o individualismo apregoado por aí. E apesar do evento ter voltado ao Municipal quase que uma década depois, acho que o local é vulnerável demais para protestos e manifestações, afinal, fica localizado bem no centro velho de São Paulo e tudo pode acontecer por lá por causa de sua arquitetura chamativa.
Eu, um humilde blogueiro, desejo muito em poder ver o Prêmio APCA nos próximos anos no Memorial da América Latina. O Teatro Simon Bolívar (devastado por um incêndio em 2013) foi finalmente reconstruído, será reinaugurado em 15 de dezembro e o site oficial do Memorial já tá fazendo contagem regressiva. Espero muito que o Prêmio APCA seja naquele local porque o ambiente é muito bom, tem bastante espaço, junta a "imponência" do Municipal com o "aconchego" do Sesc Pinheiros e dá pra ficar até altas horas da madrugada, o contrário do Municipal, deu meia-noite é "toque de recolher". Assim, a classe artística poderá ser melhor representada e a data do evento voltaria a ser marcada na primeira quinzena do mês de março, desde que não seja em dia de jogo no Allianz-Arena que é bem próximo ao local.
Fica aqui minha dica para o próximo presidente que assumir a APCA no próximo biênio, até porque não sei se o Fabre Rolim continuará no cargo e se um dos homenageados da noite, o diretor teatral Ivam Cabral, continuará dirigindo o espetáculo de laureamento. E outra coisa: uma verba de cerca de 100 mil reais para a organização do evento de premiação não quer dizer absolutamente nada no orçamento público. Encerro esta postagem lançando mais uma hashtag nessa onda de inclusão digital para a próxima edição do prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte:
#APCAnoMemorial