1986: Recém-nascido
Nasci em São Paulo capital no dia 30 de abril de 1986. Sou filho de uma
comerciante paulistana da Lapa e de um professor de curso técnico nascido no
Ceará, que veio para São Paulo adolescente junto com suas irmãs através de um
tio rico.
Ainda 1986: Seis meses
Minha paixão pela TV vem desde bebê. Meu pai tinha um televisor Sharp
Linytron de madeira com seletor e resolveu colocá-lo no meu quarto porque ele
havia comprado um Philco-Hitachi Estéreo novinho pra ele e pra minha mãe. Foi aí onde tudo
começou. Minha primeira lembrança de ter assistido alguma coisa na telinha foi
com o humorístico Chico Anysio Show com o personagem Jovem.
1987: 1 Ano
Como toda criança que se preze, eu assistia todos os programas infantis
da época que você possa imaginar, lembro disso sem sentir saudade. Mas eu ia além
vendo diversas atrações de todas as emissoras de então e chegava ao ponto de
ver TV com os meus pais no quarto deles na hora de dormir. Quando eu acordava,
a primeira coisa que eu fazia era ligar a televisão, a ponto de ver a TV Cultura ainda fora do ar e iniciando as atividades do dia por volta de 9 horas
da manhã ao som do Hino Nacional Brasileiro.
1988: 2 Anos
Mas o gênero de programação que mais me chamava atenção era os programas
de auditório. Cheguei a ver o Perdidos na Noite com Fausto Silva, o Clube do
Bolinha, o Show do Paulo Barboza, o Luiz Lauro, o Ney Gonçalves Dias, Osmar
Santos, um pouco de Hebe e, obviamente, o Programa Silvio Santos.
1989: 3 Anos
Sou de uma época em que comecei a pegar a fase do Gugu quando ele já dividia os domingos com o Silvio Santos. Todo sábado à noite, na época do Viva a Noite, eu pegava as gravatas do meu pai, vestia um terno semelhante a que o
apresentador estava usando no programa e o imitava, sonhando um dia poder
trabalhar dentro da televisão e ser que nem ele. Eu me identificava com o apresentador
loiro pela "semelhança física".
1990: 4 Anos
Meu pai assinava a Folha de São Paulo e a Revista Veja e o que eu mais
gostava de fazer quando pegava o jornal e a revista do meu pai era ver um
suplemento ou uma página que falava de TV para ver a programação do dia das
emissoras. Admirava os símbolos de todos os canais, os recortava e brincava.
Esse hábito eu estendi em qualquer lugar que tivesse um jornal, mesmo quando
não tinha uma tesoura para recortar os logotipos dos canais de TV ou fotos de
programas.
1991: 5 Anos
Outro hábito que eu adquiri: pegava livros velhos e agendas usadas para
fazer desenhos com tudo que era relacionado a TV, desde artistas e cenários a
símbolos de programas e emissoras, bem como histórias em quadrinhos cujos
personagens eram gente de TV como Gugu, Xuxa, Chaves, Leandro & Leonardo, Os Trapalhões, etc.
Como eu era bem pequeno, eu recortava as figuras e brincava com elas. Perdi
muito gibi, muito livro e muita revista por causa disso.
1992: 6 Anos
Meu pai morreu quando eu tinha de 4 pra 5 anos de idade. Não me lembro
de que forma e em que situação minha mãe me deu a triste notícia, mas seguimos a
vida. Minha mãe conheceu um cara que sonhava em abrir um negócio com uma loja
de tecidos e retalhos, mas como o estabelecimento ficava num bairro distante de
São Paulo, ela me deixava na casa de meus avós durante grande parte do dia para
que uma Kombi escolar pudesse me buscar para ir à aula à tarde, ida e volta.
1993: 7 Anos
Na casa da minha finada avó, havia uma salinha de TV e com o aparelho
ligado, eu inventava que apresentava uma série de programas em sequência.
Tinha um jogo de dominó e eu pegava as peças, montava uma plateia e encontrava
até bilhetes de raspadinha perdidos pela casa para montar os cenários. E pedia
pra minha avó algumas folhas de papel e uma caneta para eu desenhar os artistas,
os símbolos e os personagens da TV. Fazia isso todas as manhãs. Como minha
também saudosa tia materna morava perto da casa dos meus avós, vez e outra eu
me divertia com meus primos graças a uma nova diversão eletrônica: o videogame.
Confesso que este sempre foi meu sonho de consumo. Quando eu estava em casa, todo sábado de manhã, eu pegava tábuas de
madeira, as encostava na parede do meu quarto, montava cenários com brinquedos e
objetos que eu possuía e inventava uns programas de TV com um monte de bonecos
que eu tinha aqui comigo. Não era só programa de auditório, eu criava séries de
televisão e programas de variedades sem plateia.
Perto de completar 10 anos, eu tinha a mania de comprar cadernos em
branco ou usar as apostilas usadas da escola para escrever os créditos dos
programas de TV que eu assistia, sem contar os desenhos de cenários, artistas e
personagens da telinha. Foi aí então que comecei a ter um novo hábito: criar
grades de programação de uma emissora de TV fictícia (eu a batizei de TV Júnior), inspirada no que rolava
nas emissoras na época.
1995: 9 Anos
Uma vez eu estava no sótão de casa quando encontrei numa estante uma
velha revista que contava os 80 anos de história do Brasil da Companhia de
Cigarros Souza Cruz. Aquilo me deixou curioso porque eu já curtia a história do
Brasil, porém uma página me deixou fascinado. Um artigo escrito “Nasce a TV”
contando a história da TV brasileira iniciou meu interesse pela memória da
televisão, mas o que complementou foi um mini-documentário que vi na TV Cultura
chamado Cenas do Século falando sobre a história da TV Tupi, a primeira
emissora do Brasil.
1996: 10 Anos
Os cônjuges que viveram com a minha mãe nessa época (foram dois, um em
cada metade da década de 90) notaram que eu trocava um passeio ao ar livre pela
"babá eletrônica" e não compreendiam minha paixão pela TV. Como minha
mãe, na época, queria muito que eu tivesse um "novo pai", o cônjuge
em questão tomava as rédeas da casa, a autoridade máxima, a ponto de me proibir
sem critério algum de ver televisão. Eu só era proibido pela minha mãe por
reclamação na escola. Como eu gostava muito de ver TV, eu ficava irritado quando me chamavam de Chaves na
escola, isso porque uma vez num concurso de fantasias de carnaval do antigo
primário, quis me vestir de Chaves (sou fã dos personagens de Chespirito até hoje) e acabei tirando o segundo lugar. Esse bullying me perseguiu até eu concluir o Ensino Médio. O que me
fazia a ficar "distante" da televisão era quando alguém da minha
família paterna (padrinhos de crisma e tios de primeiro e segundo graus) me
convidavam para passear ou passar um dia na casa de alguém da família num sábado
à tarde.
1997: 11 Anos
Cheguei a ver de perto um programa de TV direto do local. Aos 9 anos,
tive a honra de assistir da plateia um Domingo Legal ao vivo. O programa era
realizado no teatro da Ataliba Leonel, minha mãe me levou de manhã bem cedo ao
local e valeu a pena, eu me diverti. Menos minha mãe que não gostou nada da
"experiência". Outro programa foi o Altas Horas, junto com a turma do
segundo ano de faculdade de Rádio e TV da Oswaldo Cruz pouco antes de eu fazer 21 anos e também foi legal ter
visto algo que só iria para o ar dias depois (a gravação foi numa quarta e o
programa exibido num sábado).
Meus bonequinhos da turma do Chaves
Ao longo dos anos, meu programas preferidos foram: Chaves, Chapolin,
Castelo Rá-Tim-Bum, As Aventuras de Tintim, Mr. Bean, Os Trapalhões, todos os programas comandados por Gugu Liberato,
desenhos animados, documentários históricos, algum programa com um quadro que
exibisse imagens antigas da TV (tipo Vídeo Show e Vitrine), Grandes Momentos do
Esporte por causa dos jogos antigos com narração original e as grandes
transmissões esportivas de Copas, Olimpíadas e etc. Não sou de ver novela,
prefiro as minisséries (pelas histórias curtas), mas lembro de minha mãe ter
assistido várias delas, destacando Kananga do Japão, Pantanal, Anjo Mau, O Cravo e a Rosa e A
Escrava Isaura. Uma única novela (mesmo sendo exibida anos mais tarde) me
cativou bastante: Mulheres de Areia, por me identificar com o Tonho da Lua.
Minhas referências de vida são Boni e Luciano Callegari, mas também sou fã de
dois artistas em especial: do apresentador Gugu Liberato e da atriz Mel Lisboa (ai, ai).
Aquele que eu gostaria de ser desde criança e aquela que eu considero a "musa das musas"
Veio a adolescência, fase difícil e complicada. Uma vez eu estava
comentando com a minha mãe sobre um quadro do ET e Rodolfo no Domingo Legal e
ela explicou que tudo era armado. Nesse momento fui levado pelo impulso e tomei
a decisão de nunca mais assistir ao SBT alegando que a programação estava uma
porcaria. Esse "divórcio" durou 2 anos e meio.
1998: 12 Anos
No meu aniversário de 13 anos, ganhei um presentão: um televisor Philips
com videocassete conjugado e controle remoto, que era meu outro sonho de
consumo na época. Então, comprava todo mês uma fita virgem VHS e passei a
gravar em velocidade SLP (capacidade para 6 horas) trechos de programas contendo imagens antigas, videoclipes e algumas
cenas e fatos que poderiam me interessar ao longo do mês. Foram exatamente 37 fitas durante três anos de gravação até o cabeçote dizer "chega", quer dizer, já não aguentava mais e começava a deixar resíduos de sujeira nas fitas.
1999: 13 Anos
Como telespectador, nessa fase, passei a assistir muito a MTV Brasil dos bons tempos e acompanhar os principais eventos esportivos. Cheguei a fazer um
caderno contando a história das Copas do Mundo até 1998. Eu até brincava que eu
estava narrando os jogos de futebol que eram transmitidos pela TV e inventava
personagens que eram repórteres e comentaristas. Criava até equipes de acordo
com as regiões do Brasil: se um jogo acontecia no Nordeste, todos tinham que
ter sotaque nordestino, se um jogo fosse no Sul, era a mesma coisa. Mas minha
mãe sempre reclamava que eu falava alto incomodando os vizinhos, principalmente
à noite.
2000: 14 Anos
Mas por acompanhar tanto o futebol na minha adolescência que surgiram traumas
e consequências que me machucam até hoje e que podem ser também sinais da
Síndrome de Asperger como os barulhos externos dos fogos de artifício e os
berros da vizinhança que me perturbam até hoje. A brincadeira de narração que eu fazia
no meu quarto ajudou um pouco a minimizar alguns traumas e a paixão clubista.
Eu era muito são-paulino, ficava tenso só de saber o dia e a hora em que o time
jogaria, a ponto de eu ficar em "estado de choque" quando não ganhava.
2001: 15 Anos
Assistia muito os telejornais esportivos à espera de quadros com imagens
antigas e gols de certos jogos parar eu gravar, mas sempre vinham com uma visão
"apaixonada", distorcida e até persuasiva quando cobriam o Corinthians. Nada contra o
clube. A origem do trauma: grande parte da família desse segundo cônjuge da
minha mãe (atual pai da minha irmã) é corintiana e por esse motivo não me
sentia acolhido pelo marido da irmã dele, que leva a sério esse negócio de
rivalidade. Isso me machuca até hoje. Aí algum tempo depois, reparei que a mídia esportiva é enfestada de
torcedores disfarçados de jornalistas e decidi parar de acompanhar de vez o esporte na
TV e parar de torcer. Foi um processo lento e difícil, ainda mais na época do
alarde em que fizeram quando o Ronaldo Fenômeno jogava no clube. Foi uma época
psicologicamente tenebrosa para mim, ainda mais quando emprestei meu quarto para minha finada tia materna por 4 meses enquanto ela tratava de um câncer no intestino.
2002: 16 Anos
Paralelo a tudo isso, nos tempos do Colegial, tinha que encontrar um
curso superior que fosse a minha cara com qual pudesse seguir carreira. Poderia ser cartunista pelo fato de desenhar os artistas e personagens da TV, mas encontrei Jornalismo e Rádio & TV pra seguir uma carreira na área que eu mais gosto. Logo, fui ver que o primeiro não era
minha cara porque não assistia os telejornais tradicionais, meu negócio era
Rádio & TV mesmo. Entrei na faculdade muito novo, quando estava na casa dos
20 anos e me sentia imaturo e inseguro na época.
2003: 17 Anos
Durante o primeiro ano de curso, eu apresentava toda quinta-feira um
programa de rádio das 18 às 19 horas na emissora interna da faculdade, que tinha música
e notícias pitorescas e curiosas. Meu esquema musical era esse: na primeira
meia-hora seguia a linha flashback e na segunda meia-hora, quando a
"audiência" crescia, ia pro segmento pop-rock.
2004: 18 Anos
Enquanto eu estava no segundo ano de faculdade, descolei um trabalho
voluntário numa igreja evangélica perto de onde eu moro na qual frequentava minha mãe e eu, operando o Datashow
durante os cultos, isto é, através do projetor, colocava os slides com os
recados da igreja, ilustrações das pregações e as letras dos
"louvores" que tocavam por lá.
2005: 19 Anos
Fiquei 10 anos prestando serviços de bom grado, mas nunca senti o
reconhecimento das lideranças de lá. Cheguei até a receber por seis meses uma
ajuda de custo de aproximados R$ 500 por mês, só que nunca fui puxa-saco de
ninguém. Passava nervoso quando extrapolavam o roteiro musical, haviam papos paralelos
de futebol, jogo de vaidades do corpo de obreiros e ainda mais quando havia um defeito
técnico que perdurava semanas sem chamar alguém pra arrumar. Não podia reclamar com medo de que alguém ou me mandasse para "aquele lugar" ou insinuasse que "dei brecha pro demônio", aquelas coisas típicas de "irmãos de igreja" mimados e dominadores. Esses foram os
motivos que me desgastaram por lá e senti no coração que havia chegado a hora de sair da igreja. Posso não acreditar em Deus com a cabeça, mas creio com o coração.
2006: 20 Anos
Quando estou em casa, me entretenho vendo vídeos contendo imagens
antigas da TV pela internet. A internet chegou em casa em 2002 por via discada,
muito fraca por sinal, quando minha mãe atrasava o pagamento do telefone, não
tinha linha pra acessar a rede. Foi então que começou minha acessibilidade pela
história da TV brasileira, quando conheci um site chamado Tudo Sobre TV, que
contava a história da televisão de forma cronológica. Isso me levou a fazer um outro
caderno escrevendo toda a história da TV e, depois, armazená-la no computador.
2007: 21 Anos
Depois, para complementar minha pesquisa, descobri um site chamado Museu
da Televisão Brasileira, que nada mais é a Associação dos Pioneiros da
Televisão Brasileira, a atual Pró-TV. Desde aquela época, o trabalho deles pela
preservação da memória da TV me chamou a atenção, ainda mais com várias páginas
contando a história de cada emissora. Mas o meu site preferido se chamava Memorial da TV, que tinha áudios em MP3 com vinhetas e chamadas ao longo dos anos e uma
outra coisa que sempre me chamou a atenção: as programações antigas de TV.
2008: 22 Anos
De 2007 a 2010 (ano em que a banda larga chegou em casa), foi o período
que tive que usar a internet "dos outros" pra acessar o YouTube e
criar o meu canal que está no ar há 12 anos. Com mais de 11 milhões de
visualizações, mais de 18 mil inscritos e mais de 2.800 vídeos publicados, meu
canal é segmentado em memória da TV brasileira, seja num intervalo comercial,
num trecho de programa ou até mesmo na íntegra. Consigo essas imagens através
de colecionadores ou em vídeos longos já postados, mas que passam desapercebidos
os "breaks comerciais". Esse método fez escola em outros canais, mas agora, estou resgatando o meu acervo particular de VHS.
2009: 23 Anos
Depois que me formei na faculdade, passei a dedicar meu tempo livre no
meu canal no YT enquanto enviava currículos sem retorno. Foi aí que eu me
associei a Pró-TV mais por ser um incentivador pela preservação da memória da
TV, mesmo não possuindo parente que já trabalhou na TV, mas sou convidado a
participar de encontros, reuniões e eventos dessa ONG pela qual sou apaixonado.
Conheci um amigo que é advogado e que quando pode me convida pra assistir um
evento anual do qual ele é julgador, o prêmio da APCA, no qual aproveito a
oportunidade para tirar fotos com os artistas.
2010: 24 Anos
Meu canal no YT começou a crescer a partir de 2013 com a frequência de
postagens semanais de vídeos e foi aí que fiz amizades virtuais. O que eu não
sabia é que esses primeiros "amigos" tinham problemas bem piores que
os meus. Um sofria de depressão, era viciado em tranquilizantes, trabalhava
numa biblioteca pública, não teve nem pai nem mãe, foi criado pela avó e é o
que chamo de "SBTista do mal", defende a emissora com unhas e dentes
confiando cegamente em tudo o que diz e faz o Silvio Santos, levando a sério
essa história de "traição" e "parceria eterna". Ele me
fazia de divã me mandando mensagens privativas todo santo dia se queixando da
programação de domingo, murmurava pela conquista do segundo lugar e sugava meu
sangue pelo canudinho direto esperando que eu concordasse com ele em alguma
coisa.
2011: 25 Anos
O outro escondia que tinha deficiência mental, sofreu bullying ao longo
da vida, defendia a imagem "imaculada" das novelas da Globo,
criticava o SBT e a Record, criava apelidos infames a programas que ele não
gostava, proibia as pessoas de comentarem sobre programas humorísticos, também
enviava mensagens todo santo dia só que de forma robotizada, não podia errar na
grafia de uma palavra que ele reenviava a mesma mensagem. Muita dessa raiva
dele acabou sendo transferida para mim.
2012: 26 Anos
Mas logo vieram os "amigos do bem", destacando dois em
especial. Um do interiorzão de São Paulo que não se expõe em demasia em sua
rede de canais no YT (ele trabalha com finanças) e compartilhamos a parte boa
da história da TV. Outro é do Rio Grande do Sul, que possui uma coleção de
quase 5 mil fitas VHS com um monte de registros antigos da TV brasileira, a
ponto de ter feito uma "sessão retrô" numa feirinha da
cidade dele.
2013: 27 Anos
Impressionados pela meu vasto conhecimento sobre televisão, fui
estimulado a criar o blog ÊHMB De Olho Na TV, onde exponho minhas
opiniões sobre a televisão, histórias a respeito do veículo e lancei a
#PorUmaTVMelhor em que encontrava soluções para melhorar um veículo desgastado
e que hoje virou playground de luxo a "sociopatas sarristas" que matavam aula
pra fazer bagunça feito a "turma do fundão", vivem só de smart-phone nas mãos e ficam rindo sem nenhum motivo, fazendo com que a vida seja um eterno stand-up.
2014: 28 Anos
O que era para ser um blog com postagens bissextas, em 2017 resolvi compartilhar
algo que eu colecionava no computador para manter uma regularidade de posts e
conseguir monetizá-lo: as programações antigas, de acordo com a data do
momento. Mas em dados momentos, eu publico alguns posts de opinião um tanto
quanto explosivas. Tenho consciência de que eu não sei medir meus limites e a
consequências por mais que eu domine o assunto televisão.
2015: 29 Anos
Um Asper tem uma visão bem crítica das coisas, é apegado em detalhes que
passam desapercebidos no meio da televisão. Sinto que meu senso crítico fez com
que todas as portas dos canais de TV fossem automaticamente fechadas para mim
por conta de um monte de fã-clubes virtuais espalhados por todas as redes
sociais e que infelizmente uma mídia podre e certos canais de TV acabam dando
bola como se "a voz do povo é a voz de Deus".
2016: 30 Anos
De tanto pegar pilha dessas "latas vazias" acabei absorvendo
um sentimento de ódio mortal de emissoras administradas e arrendadas por
igrejas evangélicas, de um sistema político sujo de empoderamento sócio-financeiro-moral, da infiltração da militância esquerdista-comunista nos meios de
comunicação e na "classe evangélica dominante" e de um dono de canal de televisão que tem a mídia inteira a seu
favor, que aplaude de pé suas atitudes de humilhação e constrangimento em rede
nacional, desgastando sua imagem comprovadamente histórica de "sinônimo da
TV", sob pretexto de que ninguém no Brasil possa chamar mais atenção, dar mais audiência ou fazer mais sucesso a não ser ele, demonstrando ciúme e ingratidão. Todos
sabem de quem estou tratando.
2017: 31 Anos
Pra finalizar, eu tenho muitos sonhos, mas tenho dúvidas de que alguém
conheça a minha causa e me ajude a colocá-las em prática. Primeiro: a criação
de um prêmio independente que possa premiar de verdade os melhores artistas e
programas da TV brasileira ao longo da temporada. Fico revoltado ano após ano o
fato de um prêmio como o Troféu Imprensa usar os canais concorrentes para servir
de autoafirmação do SBT, emissora organizadora, contando com um formato batido
de um programa de calouros com jurados bem vistos pelo "fã-clube de Silvio
Santos" que são capazes de serem tomados pelo "clima" da votação (instruídos pela produção), se
derreterem de amores pelo "Patrão" e de colocarem a mão no fogo pela
emissora dele por mais que os programas sejam ruinzinhos, arrastando sem
critério a concorrência pra debaixo do chinelo, dando a entender que a emissora
dele é "melhor" que as outras. Sempre defendi sua independência
ou o potencial para ser um prêmio exclusivamente de música pelo fato dos
internautas não saberem votar, sendo influenciados por fã-clubes virtuais (que
não são poucos). Pedi até um tempo atrás pra poder integrar a produção do "Oscar
brasileiro", mas no SBT estranho não entra, você precisa ser da família
Abravanel (ou possuir alguma ligação familiar ou de amizade) pra estar lá dentro. Quem critica o Silvio Santos, por mais que seja
de forma construtiva, as portas estarão fechadas para sempre, até mesmo como visitante as portas jamais se abrirão. E olha que moro
próximo ao KM 12 da Via Anhanguera e a emissora se localiza no KM 18.
2018: 32 Anos
Segundo: a criação de uma nova rede aberta de televisão. De tanto
elaborar grades fictícias de programação, notei que haviam muitas TVs abertas
de aluguel, capazes de ficarem 22 horas por dia transmitindo programas de
igreja para garantir a folha de pagamento dos funcionários e manter as contas
em dia. Isso é revoltante. Um exemplo disso é a CNT. Tinha uma boa programação,
mas bastou seu dono morrer num acidente aéreo que tudo desandou e ficou sob o
poder da classe evangélica. Lembro que há um tempo atrás, o Gugu Liberato
sonhava em ter seu próprio canal de TV, mas como ele virou "marionete do
bispo" (sinto vergonha de ser fã dele), vejo que esse sonho é muito
distante e impossível de acontecer. Significaria abertura de mercado, que seria
o lado bom disso tudo. Desde criança sonhava em ter um canal de TV, seja como
dono ou diretor.
2019: 33 Anos
Mas a vontade de desistir é enorme. Sofro com falta de alto-estima. Sinto tristeza, revolta, insegurança e ódio mortal só
de pensar nessas coisas que eu discordo e que barreiras virtuais cada vez
maiores são colocadas em minha direção para impedir que eu entre nessa área que
eu mais gosto, mais curto e mais amo pra tentar mudar essa série de coisas. Vem
em minha mente maus-pensamentos como de cortar os meus pulsos e tirar a minha própria vida tamanha frustração que coleciono, tanto na vida particular como na profissional. Às vezes eu penso: "prefiro me suicidar do que aguentar isso tudo para sempre". E a conclusão que tiro é que minha vida é uma tortura chinesa, não tolero mais nada, chega! Ninguém ainda sabe
lidar com um portador de Asperger. Minha vontade é de desistir de tudo e me matar porque
nossa sociedade virou uma sociopatia. Perdão pelo pessimismo.
Se alguém me perguntar se eu sou feliz, eu respondo: não sou 100% feliz, mas
tenho vontade de sobra de estar nos meios de comunicação, mesmo que seja uma
emissora de rádio, desde que respeitem meu espaço, minhas limitações e minhas condições. Esta é a mensagem que eu deixo.