HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

OPINIÃO: APCA Elege os (Primeiros) Melhores de 2015


Na última quarta-feira, 2 de dezembro, a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) reuniu 60 críticos especializados em 10 segmentos no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo para eleger os "primeiros" melhores de 2015. Essa é a 59ª edição do Prêmio APCA, que em 2016 completará 60 anos e fará sem dúvida uma grande festa marcando seu aniversário, provavelmente no primeiro trimestre do ano vindouro. Para quem não sabe, a APCA originou da APCT (Associação Paulista de Críticos Teatrais), fundada em 1956 quando realizou a primeira edição do prêmio, exclusivamente dirigido ao segmento Teatro e que a partir de 1972 abriu o leque para outros segmentos artísticos e teve que adotar sua denominação para APCA. A associação este ano elegeu os melhores nas categorias Teatro, Teatro Infantil, Artes Visuais, Cinema, Rádio, Literatura, Música Popular e Arquitetura. Dança e Música Erudita ficaram de fora da eleição, mas este ano tem a estréia do segmento Moda (porque não criaram o segmento Publicidade? Tem tantos trabalhos bons dos publicitários e que merecem o reconhecimento da crítica).
A lista dos vencedores, como sempre, repleta de boas surpresas e algumas justiças sendo feitas, até porque os críticos que selecionaram os vencedores estudaram pra isso e tem a melhor vocação para INDICAR e ELEGER os melhores trabalhos e artistas da temporada, sem persuasões ou influências externas, seja de internautas ou de patrões, estavam lá para exercer e cumprir seus papéis de "analistas profissionais do meio artístico brasileiro" e se depender disso, estão de parabéns, pois o dever do público é endossar a opinião da crítica especializada e não o contrário. Que bom seria se todos os estados brasileiros pudessem fazer o mesmo em seguir a iniciativa da APCA.
Dos 10 segmentos que entraram em votação, destaco, obviamente, a Televisão, sem deixar de analisar alguns outros segmentos. Os indicados de Televisão foram selecionados em 4 de novembro por uma comissão de 11 críticos e colunistas especializados da área: André Mermelstein, Bárbara Sacchitiello, Cristina Padiglione, Edianez Parente, Fábio Maksymczuk, Flávio Ricco, José Armando Vanucci, Neuber Fischer, Leão Lobo, Nilson Xavier e Paulo Gustavo Pereira. Um mês depois, oito deles participaram da escolha final (não estiveram presentes André Mermelstein, Paulo Gustavo Pereira e Cristina Padiglione, pô justamente ela não esteve presente na votação final?...) em sete sub-categorias, além de elegerem uma Menção Honrosa e o Grande Prêmio da Crítica. Confiram quem concorreu e quem ganhou (em negrito):

Novela:
Além do Tempo (de Elizabeth Jhin, Globo)
I Love Paraisópolis (de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, Globo)
Os Dez Mandamentos (de Vívian de Oliveira, Record)
Sete Vidas (de Lícia Manzo, Globo)
Verdades Secretas (de Walcyr Carrasco, Globo)

Série, Minissérie ou Seriado:
Amorteamo (de Cláudio Paiva, Guel Arraes e Newton Moreno, Globo)
Felizes Para Sempre? (de Euclydes Marinho, Globo/O2 Filmes)
Magnífica 70 (de Claudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis, Conspiração/HBO)
Os Experientes (de Antônio Prata e Márcio Alemão Delgado, Globo/O2 Filmes)
Pé na Cova (de Miguel Falabella, Globo)

Ator de TV:
Alexandre Nero (Romero Rômulo de A Regra do Jogo, Globo)
Domingos Montagner (Miguel de Sete Vidas, Globo)
Juca de Oliveira (Napoleão Roberto de Os Experientes, Globo/O2 Filmes)
Rafael Cardoso (Felipe de Além do Tempo, Globo)
Tony Ramos (Zé Maria de A Regra do Jogo, Globo)

Atriz de TV:
Drica Moraes (Carolina de Verdades Secretas, Globo)
Grazi Massafera (Larissa de Verdades Secretas, Globo)
Irene Ravache (Vitória de Além do Tempo, Globo)
Marieta Severo (Fanny de Verdades Secretas, Globo)
Simone Spoladore (Dora Dumar de Magnífica 70, Conspiração/HBO)

Diretor de TV:
Cláudio Torres (por Magnífica 70, Conspiração/HBO)
Fernando Meirelles (por Os Experientes, Globo/O2 Filmes)
Jayme Monjardim (por Sete Vidas, Globo)
Mauro Mendonça Filho (por Verdades Secretas, Globo)
Rogério Gomes (por Além do Tempo, Globo)

Apresentador ou Apresentadora:
Dan Stulbach (CQC, Band)
Fátima Bernardes (Encontro, Globo)
Mariana Godoy (Mariana Godoy Entrevista, Rede TV!)
Mônica Iozzi (Vídeo Show, Globo)
Sarah Oliveira (Calada Noite, GNT)

Programa de TV:
Lucky Ladies (Fox)
Masterchef Brasil (Band)
Que Monstro Te Mordeu (TV Cultura)
Todas as Manhãs do Mundo (NatGeo)
Zorra (Globo)

Menção Honrosa: Mulheres (TV Gazeta), pelos seus 35 anos no ar
Grande Prêmio da Crítica: Silvio Santos, pela sua trajetória na TV brasileira (e também pelos seus 85 anos de vida)

Dos vencedores de Televisão, destaco a Global "Verdade Secretas" como melhor novela, merecido, a grande vencedora da premiação (melhor novela, melhor atriz e melhor diretor, através de Mauro Mendonça Filho). Justiça seja feita também com a premiação de Alexandre Nero como melhor ator por "A Regra do Jogo" e o reality gastronômico "Masterchef Brasil" da Band como melhor programa de TV. Surpreendente foi a escolha de Mônica Iozzi, do "Vídeo Show", como melhor apresentadora de TV e de Grazi Massafera como melhor atriz por "Verdades Secretas", uma prova que ela deixou de ser sex-symbol para se tornar uma "atriz de verdade" e conquistar a confiança da crítica. Outra surpresa, que também não deixou de ser justiça, foi a Menção Honrosa ao tradicional programa feminino "Mulheres" da TV Gazeta de São Paulo, pelos seus 35 anos no ar, desde aqueles tempos inesquecíveis das "parceirinhas" Ione Borges e Claudete Troiano quando ainda era "Mulheres em Desfile" (me lembro até hoje da minha falecida avó assistir todas as tardes o programa nessa época áurea, como também os especiais de aniversário do programa direto do Palácio das Convenções do Anhembi) até os "futricos" das celebridades que são o atual fio-condutor do vespertino, estes conduzidos por Cátia Fonseca e Mamma Bruschetta. O Grande Prêmio da Crítica é uma prova definitiva de que a mídia está todinha a favor dele: Silvio Santos. Mesmo com o "Tico & Teco" pifando atualmente e aparentando uma certa "insolência", sua trajetória na TV brasileira não é de se jogar fora pois ele tem importância comprovada na história do veículo, o resto é bajulação e puxa-saquismo (confesso que tenho um pouco de raiva dele pelo atual momento e não vai ser surpresa se ele publicamente subestimar o Prêmio APCA e alegar que o troféu dele é o "maior prêmio do mundo"). Tão querendo fazer com que o "Patrão", de tanto contar vantagem de ser "objeto de veneração" e "Deus da Televisão Brasileira" dos internautas, tome o lugar do Todo-Poderoso aqui no Brasil, à exemplo do que fizeram com o Maradona na Argentina.
Não posso deixar de apontar os meus destaques de outros segmentos da APCA: na categoria Cinema, o melhor diretor foi Guilherme Fontes pelo tão esperado e aguardado filme "Chatô, o Rei do Brasil", foram 20 anos de espera desde as filmagens e produção complicada que pelo visto valeram muito a pena; e a melhor atriz foi Regina Casé (apresentadora do "Esquenta", ou seria "Esfria"?) por "Que Horas Ela Volta?" de Anna Muylaert, que também foi eleito o melhor filme do ano. Na categoria Literatura, dois nomes merecem ser citados: Flávio de Souza (ele mesmo, o Tio Dudu de "Mundo da Lua" e o Tíbio do "Castelo Rá-Tim-Bum"!), que levou o prêmio de melhor obra infanto-juvenil por "Antes e Depois - Um dia decisivo na vida de grandes brasileiros", firmando-se como o principal escritor infanto-juvenil da atualidade, e Ruy Castro, um apaixonado pela música popular brasileira, ganhador do prêmio de melhor ensaio/teoria e crítica literária/reportagem pelo livro "A Noite do Meu Bem - A história e as histórias do samba-canção". Em Música Popular, destaco a tarimbada cantora Elza Soares que conquistou o prêmio de melhor álbum por "A Mulher do Fim do Mundo"; no filé-mignon da premiação, Teatro, meu destaque é a escolha de Maria Luísa Mendonça como melhor atriz pela peça "Um Bonde Chamado Desejo"; e no segmento Rádio, aponto dois vencedores como principais destaques: "Jovem Pan Morning Show" (o antigo "Show da Manhã" da mesma Pan) como melhor programa de variedades e o Prêmio Especial do Júri ao simpático jornalista Ricardo Boechat (âncora do "Jornal da Band") pelo seu trabalho na rádio BandNews FM ("Em 20 minutos, tudo pode mudar").
Enfim, estes são os melhores da Televisão que a crítica segmentada indicou e elegeu. A relação completa dos vencedores compartilhei no meu canal no G+. Continuem ligados no blog, pois preciso convocar a imprensa exclusivamente especializada em TV e espetáculos para saber deles quais foram os melhores de verdade da televisão em 2015. Isso é assunto para o módulo "Por Uma TV Melhor". Mas a conclusão que tiro disso tudo é uma só: PARABÉNS AOS VENCEDORES!