Na história de uma premiação, o que não dá pra evitar são injustiças, seja de quem não foi premiado e seja de quem não foi indicado. O mesmo seja dito quando se trata de Troféu Imprensa, mas certas injustiças chegam ao patamar da controvérsia: erros na forma de pesquisa, denominação das categorias e a influência do ano corrente, bem como de um dono de televisão presenciando de corpo presente as votações, contribuíram para que o "Oscar brasileiro" só recebesse críticas dos mais sérios analistas segmentados em televisão do país e o lado negativo então é de dar dó. De acordo com um levantamento que fiz através do site do meu amigo Hugo Meneses que conta a história do maior prêmio da TV brasileira e descartando injustiças menores, fiz aqui um Top 10 das maiores mancadas da história do Troféu Imprensa. Em ordem decrescente, vamos a elas:
10º Lugar: O sumiço de Wilson Simonal em 1970
Simona foi o cantor oficial da delegação do Brasil na Copa de 70 e ainda era sucesso graças ao hit País Tropical, portanto anos antes de ser vitima de "conspiração" que derrubaria a carreira dele para sempre. Caso fosse indicado a Melhor Cantor, seria o único capaz de derrubar o favoritismo absoluto de Roberto Carlos, que acabou sendo o vencedor na categoria. Até porque a "pilantragem" era o único estilo musical que podia enfrentar o "iê-iê-iê" com pé de igualdade na época.
9º Lugar: Cabaré do Barata desaparece em 1989 e 1990
Um programa humorístico de grande notoriedade na TV e que satirizou como ninguém a corrida eleitoral foi o Cabaré do Barata da Rede Manchete e seria o único a fazer frente a um dos protegidos da premiação, A Praça é Nossa do SBT na categoria de Melhor Programa Humorístico. Injustiça dupla porque seu anfitrião, Agildo Ribeiro, merecia também ser indicado a Melhor Humorista nos anos citados acima e poderia ser páreo para Chico Anysio e Renato Aragão.
8º Lugar: Minisséries não citadas - Anos Dourados e Anos Rebeldes
Duas minisséries Globais foram emblemáticas na história da teledramaturgia brasileira: Anos Dourados, de 1986, que reconstituía os anos 50, e Anos Rebeldes, de 1992, que retratava a ditadura militar. O que dá mostras da despreocupação da premiação em prestigiar uma produção bem apurada e qualificada e ao invés disso prefere proteger os sucessos impactantes dos índices de audiência da emissora que traduz, segundo seus organizadores e jurados puxa-sacos, a consagração definitiva do artista brasileiro, isto é, o SBT.
7º Lugar: Dona Beija não concorre em 1986
Uma das novelas de destaque em 1986, o ano em que eu nasci, foi Dona Beija da Rede Manchete e foi simplesmente esquecida na elaboração dos indicados, sendo absurdamente trocada por Roque Santeiro, premiada como melhor novela em 1985. Do contrário, não só concorreria a melhor novela, mas também por melhor atriz com Maitê Proença, por melhor ator com Gracindo Júnior e até pela revelação do ano com a novata Bia Seidl!
6º Lugar: Viva a Noite vira freguês de Silvio Santos
Não havia necessidade do Programa Silvio Santos ser tão bajulado pelo júri, o Viva a Noite, programa ícone dos anos 80 de Gugu Liberato merecia sim ter ganho nem que seja um trofeuzinho de Melhor Programa de Auditório (concorreu em 84, 86, 88, 89 e 90). Pior que proteger o SBT é proteger o próprio "Patrão" e tudo que lhe interessa. E mais: como o júri mal-selecionado adora fazer média com o auditório exalando aquela centelha de demagogia.
5º Lugar: Radialista vence os "tele-narradores" em 1974
Muita gente criticou a vitória de um profissional de rádio numa premiação exclusiva para profissionais de televisão, nesse caso para o "indivíduo competente" Valdir Amaral, da Rádio Globo do Rio de Janeiro, eleito Melhor Locutor Esportivo em 1974. O vencedor ideal seria Walter Abrahão, que permaneceu na TV Tupi após a Copa de 74, o contrário de Geraldo José de Almeida que foi demitido da Globo após criticar indevidamente o desempenho da Seleção Brasileira naquele Mundial.
4º Lugar: Derrota injusta do Jornal da Manchete em 1984
No retorno da categoria de Melhor Telejornal após 24 longos anos, o Jornal Nacional ganhou o troféu, mas foi exatamente no ano em que foi supostamente pressionada em não cobrir o comício das Diretas na Praça da Sé (SP). O Jornal da Manchete já esbanjava bom gosto e chamava atenção do público pela boa produção e conteúdo das notícias, além de dar um show de cobertura no comício das Diretas na Candelária (RJ).
3º Lugar: Em 1981, Planeta Água perde de novo
A categoria de Melhor Música de 1981 era a chance da belíssima canção de Guilherme Arantes, Planeta Água, se redimir da derrota "injusta" no MPB Shell da Globo com a conquista do "Oscar brasileiro". Só que perdeu novamente, mas desta vez para o enfadonho Homem com H, de Ney Matogrosso, que ganhou fama graças às imitações feitas pelo trapalhão Renato Aragão, e na época muita gente considerou a escolha uma piada.
2º Lugar: Família Trapo é "favorito" em 1967
Um dos programas mais citados da história da TV brasileira nos anos 60 é Família Trapo, que por sua vez contava com elenco composto por Ronald Golias, Jô Soares, Otelo Zeloni, Renata Fronzi e cia. Só que o júri que elegeu os melhores de 1967, quando o prêmio ainda era organizado pela extinta revista São Paulo na TV, cometeu uma mancada de dar inveja a "fase Silvio Santos" em dar o troféu de Melhor Programa de TV ao lacrimejante Esta é a Sua Vida da TV Tupi. E pior: uma chamada exibida na época anunciava o divertido humorístico da TV Record como "o melhor programa da TV brasileira". Lastimável.
1º Lugar: As Revelações Reveladas - Lima Duarte, Paulo Ricardo e Supla
A categoria de Revelação do Ano é a mais controversa e mais polêmica da história da premiação. Em 1973, Silvio Santos disse que Lima Duarte, que se destacou naquele ano como Zeca Diabo em O Bem Amado, era "pouco conhecido" no resto do Brasil mesmo tendo trabalhado por muito tempo na TV Tupi de São Paulo, mas a atriz Sandra Bréa, que também atuou na novela, declarou à imprensa que a vitória do ator na categoria "é a mesma coisa que ensinar o Papa rezar o pai-nosso". Lima concorreu com duas dignas revelações musicais: Luís Américo e Raul Seixas. Quanto a Paulo Ricardo, não havia necessidade do vocalista do RPM concorrer sozinho a categoria em 1986. Ele disputou com a banda no ano anterior a categoria de Melhor Conjunto Musical, portanto, não era uma "revelação" propriamente dita (acabou empatando com uma digna revelação, o ator Felipe Camargo de Roda de Fogo). E o Supla, na metade dos anos 80, era vocalista da esquecida banda Tókio, era chamado de "Billy Idol brasileiro" devido ao seu visual e se apresentava em vários programas de auditório da época. Ele até chegou a fazer o filme Uma Escola Atrapalhada em 1990 (o primeiro que eu vi quando fui pela primeira vez ao cinema, quando eu tinha 4 anos), formando par romântico com a Angélica(!). Se fosse indicado como melhor cantor em 2001, aí tudo bem (poderia ter ganho inclusive de Roberto Carlos no júri), só que o público que responde os tais questionários, seja em papel ou na internet, ainda não sabe o que significa o termo "Revelação", cujo termo é até hoje confundido como "Destaque", e isso bastou para ser reconhecido pela sua performance carismática na Casa dos Artistas naquele mesmo ano, apesar de ter sido vice-campeão, perdendo o reality-show para outra (e justíssima) indicada a Revelação do Ano, Bárbara Paz. Os jurados baba-ovo julgaram mal e suplantaram de vez as chances de uma "vencedora ideal" na categoria, no caso a atriz (ai, ai) Mel Lisboa, de Presença de Anita.
E aí, quero saber também a sua opinião de quais foram as maiores injustiças e mancadas da história do Troféu Imprensa que você se lembra em ter presenciado. Dessa forma, vamos juntos lutar pela independência e autonomia desse que é o maior prêmio da televisão brasileira, o "Oscar brasileiro". E para compreenderem melhor este meu sonho de conseguir os direitos sobre a marca "Troféu Imprensa", acessem esses seguintes posts do meu blog:
OPINIÃO: Pró-TV e Troféu Imprensa: http://ehmbdeolhonatv.blogspot.com.br/2015/11/opiniao-pro-tv-e-trofeu-imprensa.html
OPINIÃO: Troféu Internet 2015 (Com Direito a Sugestões): http://ehmbdeolhonatv.blogspot.com.br/2015/12/opiniao-trofeu-internet-2015-com.html
OPINIÃO: Segunda Votação do Troféu Internet (Com Mais Sugestões): http://ehmbdeolhonatv.blogspot.com.br/2016/01/opiniao-segunda-votacao-do-trofeu.html
ACESSEM! COMENTEM! DIVULGUEM! COMPARTILHEM! MESMO SOZINHO E SEM APOIO FORMAL DE NINGUÉM, NÃO DESISTIREI DESTA LUTA! NUNCA TOMEM ESSAS CRÍTICAS COMO OFENSA PESSOAL! É HORA DE ABRIR O OLHO E MOSTRAR O QUE É MELHOR PARA O TROFÉU IMPRENSA E QUE O LEGADO DE PLÁCIDO MANAIA NUNES NÃO MORRA JUNTO COM SILVIO SANTOS!
#PorUmaTVMelhor